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29 de dez. de 2008

Lindas rosas


imunda saliva
escorre do crânio
esperma putrefato

Leandro Borges

Reino de sonho


Sonhos insólitos esfacelam com um tiro de flores.
Explode uma bomba as cinco horas na avenida central;
pinta, com excessos de tinta tudo ao redor.

Manchas vermelhas, pingos em amarelo, respingos de azul,
borrões em roxo, tudo profundamente sujo em multicores.

Há ainda muitas pessoas na sala de jantar
continuam a nascer e nascer e morrer e morrer.

Ilumina os jardins com um feixe feito de aves brancas
Um clarão em arrevoada, batem asas e ventam.
Uma golfada de ar entre os cabelos, leves e soltos.

Correm soltos, envoltos em canção, parte, pulsa,
parte e expulsa todas as mortes em pôr-do-sol.
Irrisória promissória de um falso amor.

Tigres distorcidos, leões derretidos, baleias voam
entre nuvens lilás e esmeralda, esguicham jatos em prata.
Reluzem em sua pele de vitral, baleia de sonho e frescor.

Leandro Borges

22 de dez. de 2008

por ti, eu vivia cheio de alegria
agora vivo cheio de saudade e tristeza

Leandro Borges

Liebe unter dem Mond schwarz


eine grüne Fee
ein Mondlicht in Flammen
die Sonne nach innen nach außen
der Ruhe der Nacht fordern die Toten

eine geheimnisvolle und schöne Frau
eine weiße Haut wie Milch
Ihre Augen hypnotisieren und mich erschrecken
Ihre schwarzen Kopftuch führt mich zu Ihrem Bett
Wir haben die Liebe unter den Mond schwarz

Leandro Borges

nero amore


una vita di solitudine
non si vuole che il tuo perdono
dimmi quante volte mi ha tradito?
damn è stato il giorno che ho incontrato è

un fiume di sangue
dolore
loathing
malato
malinconia
entrambi gli occhi gonfi dal pianto e pianto

fiamma blu in memoria
il suo spessore cosce e magnetici occhi
e ho detto a scomparire
un amore fatto di spine
Ho lasciato solo le ferite

Leandro Borges

18 de dez. de 2008

Puta porca sem coração


a veia exposta
a rua suja
a tua face falsa
a menininha cheia de sangue sujo
vaza das tuas entranhas o teu aborto
brinca com porcos
dorme com o desespero e não dorme
boletas e mais boletas
rega tudo com tristeza
gritos mudos
solidão
depressão
fuga
morre para a tua mãe
esquece do teu pai
cai na vida todo dia
sai toda noite
cai toda noite
cai todo dia
finge que não sabe
finge que não tem importância
morre na ignorância
morre pregada na cama
desmaia por horas e horas
finge que é feliz
e diz e diz
no intervalo dos abismos
fica em estacas pelo corpo ao alto
impregnada de imundice
puta porca sem coração
bebe da latrina
come do lixão
fétida flor
mulher de lupanar
noiva de satanás
morra em morte lenta
a cada centímetro de dor
mergulha em laca incandescente

Leandro Borges

perdido boulevard


cai uma pétala do meu bolso
e me incendeia o pensamento

concentro a atenção neste perdido Boulevard
andando em mão contrária e me fixo no metal
minhas asas murcham, mais um dia deixo de voar

Leandro Borges

8 de dez. de 2008

Puerto corazón


Un corazón, grande corazón.
una explosion por aires.
Queda en mi mirada
las mariposas azules encantam
todas las olas de mi alma.

Hay un pajaro volando bajo
buscando el plata al sur.

Tengo muchas cosas para conecer
y ahora no puedo más vivir en pedra.
TEngo muchos amores en la vida,
laliberdad, el amor, la arte y el universo.

Acostado en tu corazón puedo volar
y volar, transcendo espacio y tiempo.
Las tardes caem en Porto Alegre
en verdad, la alegria és vivir
en el puerto del corazón desta valorosa ciudad.

Leandro Borges

Fatia da realidade


Tocam os sinos em ondas
flutua a voz entre a floresta
deita ao chão, sente o vento falar.
Ouve as flexilhas chiarem ao vento.
As quedas d'agua recheiam o som
escorre abrindo como fenda a rocha
um calor à brotar, cravejado ao sol
uma lua vermelha, cheia, abre o céu.
O véu celeste branco da noiva esparramada.

A vida é frágil, tão perene.
Um tempo sem o tempo.
Onde tudo permanece e é.
Deixa o ser, ser.
O cantar sem palavras
sem voz, sem início ou fim.
A valsa dos astros
a curva do espaço-tempo.
O passado sobreposto.
O presente está presente,
como presente para o presente.
Somos um coro diferente,
nosso fator que nos é igual
é a nossa diversidade.

Leandro Borges

Primeiro amor


Teu amor me constrange.
Tua luz me guia.
Teu olhar me acalma.
Teu caminho é água viva.
Somos a água do teu reflexo.
És tua a minha alegria.
Quero ser teu instrumento vivo.
No horizonte da tua criação
vejo a grandeza e simplicidade
da vida do belo alvorecer.
Quero que todos os dias
as estrelas do meu olhar
sejam reconhecidas como reflexos
da tua vida em mim.
A verdade, o caminho, a vida,
vibrando nos olhos vividos.
Quero servir os teus propósitos,
estar pronto para doar meu coração.
Amar e amar. Pela tua misericórdia
ser amado eternamente por ti.

Leandro Borges

Frutificar do coração


O jubilo da lavourar o amanhã.
A boa nova do novo tempo.
A certeza da vitória sempre
é o meu escudo, a palavra o meu sabre.

As pedras, os destroços e buracos
tentam impedir o meu sonho, a vida.
Existem parasitas, abutres e ervas
daninha da alma, nossa e alheia.

Um tempo bom surge, frutifica-lo
eu farei, na medida certa nutrir.
O equilíbrio e a disciplina como guia.
O caminho único do coração.

Leandro Borges

O despertador


Eis então ele sobe ao topo do monte. Infla forte os seus pulmões e dispara as quatro pétalas da rosa dos ventos um leve e ressonante canto. Uma melodia invade todas as dimensões. Reverbera nos corpos. Traz luz. É quebrado a bruma do sono que cobria todos os lugares. Olham a sua volta, admiram o horizonte, todos já com os olhos abertos, ainda assim, abrem os olhos. Acordam depois de décadas. Seus olhos brilham mais do que nunca. Seus corpos irradiam luz. Outros saem de seus tronos, cavernas, casulos, esferas. Rompem a barreira, abrem seus corpos, também começam a irradiar luz. Então ele vê com alegria, e todos inflam forte os seus pulmões e disparam as quatro pétalas da rosa dos ventos um leve e ressonante canto.

Leandro Borges

Passa uma sombra


A sombra da alma aprisiona o coração, a vida; a cor.
É uma sombra que passa.
Adoece a todos no seu rastro negro.
Polui os pensamentos, confunde a direção.
Perde-se no labirinto da mente.
É lama.
É fumaça.
É escuridão.
Em um fundo de túnel, poço, lago;
vejo a densa massa que se alastra.
São correntes, grades, grilhões,
fardos, são farpas estéreis sem vida.

Leandro Borges

Para os ponteiros


Isso não termina nunca.
Nada acontece.
Tudo para.
Não há emoções.
Como água morna.
Deito, como se dormir
fosse alguma saída.
Nada emociona.
Tudo entendia, tudo chateia.
Tudo me parece igual.
Uma mesmisse pasma e acomodada.
Passa por um ano, que para lugar nenhum vai.
O beijo da vida tem gosto insipito.
Eram flores em cores vividas,
agora são um ramalhete murcho de cores pasteis.

Leandro Borges

4 de dez. de 2008

Passa o passo



Passa um passo.
Passa um poço.
Passa e passa.
Passa um dia, passa um ano.
Eis que tu passas mas não passa.
Passa na minha memória mas não passa.
Passa a dor.
Passa a crise.
Passa o trovão.
Passa em passinhos.
Passa de raspão.
Eis que outra onda passa.
Meu coração não passa, para.
Pra ti ver passar.
Pra ti ver sorrir.
Pra ti ver brilhar.
Pra mais um dia nascer.
É uma vida que passa.
Mas o que não passa
é o eterno da memória.
É a nossa estória,
que nenhum livro de história
há de contar.
Alarga o passo.
Olha seus passos na areia em frente.
E deixa passar tudo aquilo que passou.

Leandro Borges

3 de dez. de 2008

Uma criança pura


Vira página e mostra a palavra desnuda.
Tira o encobrimento dessa maquete, da cidade.
Me voam as paginas até mim, volto ao ponto inicial.
Para um pássaro aos pés, olho para ele profundamente.
Fico pensando dias e dias e mais dias.
Que deixa o corpo solto, continuo a mirar.
Deus me guie, deixe o seu ar me levar, e tão somente ele.
Proteja de toda a chuva do inimigo, lobo a espreita.
Quero um canto seco, quero compartilhar a paz, o amor.
A consciência limpa, a confiança não abalada.
Ficar sem mais sinais em um canto, em paz.
Fechar os olhos e só ver a luz do alto.
Escutar a voz de Deus e dormir como uma criança pura.

Leandro Borges

27 de nov. de 2008

Yo soy un bambino très très crasy e feliz!

24 de nov. de 2008

Maconha


Letárgico, rasteja em momento trágico.
Ri da própria inação, dorme mais doze horas.
Acorda e come a fome que não tem.
Conversa e perde a linha do próprio falar.
Alienasse da vida e diz que é o cara.
Fala de modo arrastado; anda um tanto cansado.
Não trabalha porque não precisa...
Como um queijo suíço tem a mente aberta.
Deixa a vida e dança uma valsa com a morte.
Décadas de cegueira e olhos vermelhos.
Fuma a esperança de vida que não tem mais.
Queima os problemas, queima a linha da razão,
queima a própria direção e qualquer caminho é valido.
Deixa que os chacais lhe entreguem até o abismo eterno.
Uma paz sem tamanho e sem visão.
Tomado pela prisão da psique, sua dependência.
Parece maconha, o fim dos seus problemas, mas é só o início deles!

Leandro Borges

Cocaína


É um filete de desesperança, enterra a depressão
em um deserto sem fim descolorado.
Chora, por mais um dia, por mais uma noite.
Deixa o mar de pó afogar o último suspirar.
Infla o peito e arrota desprezo.
Fala de amizade e planta farpas pelas costas.
Diz buscar a luz, mas se afoga no lodo.
Insiste em usar as pessoas como cobaias.
Traz seu carisma para manipular a todos.
É de uma empáfia, arrogância e presunção sem tamanho.
Andam em círculos em volta do pó.
Nadam na lama fétida e suas consciências dormem.
Cheira e chora; novamente cheira e chora.
Anda em círculos e volta ao banheiro.
Tranca o box, tapa uma narina e aspira a morte lenta.
Fala e fala e anda e fala e anda e fala e briga e se desespera e chora e cheira.
Destrói a tudo e a todos em sua volta, é um caminho de dor e desespero.
Parece cocaína, mas é só tristeza feita em pó branco.

20 de nov. de 2008

Só porque está com os olhos abertos isso não quer dizer que realmente está ACORDADO! Descubra seu despertador!

18 de nov. de 2008

El Sur


El sur és mi patria y sangre, és la direccion de mi corazón.
hasta que la muerte llegue, yo solo canto el sur.
Mi patria hermosa, es por veces valorosa tierra del color.
Hay un fuerte Anaranjada rayo de luz en la mirada del sol.


Viejo, sigue tu sonrisa como una flor de jazmÍn en la primavera.
Acostado entre el tiempo y las olas de los caballos, negros.
Negrita, cálida espada DEL vientre; ABRIENDO EL PECHO con mis manos.
porque mitad de mi alma es dolor y mitad esperanza.

Una paloma escribe entre el sangre y el cuchillo tenebroso.
Luchas y muerde , sigue sin medo tu olvido entre otros aires.
Una luna un monte , una gran cola mi éxito.
Tu risa es como una religión, la sigo todos los dia s de mi vida

La dirección de mis amores, son todos locos y transgresores.
Una flecha sigue el sur, el camino perfecto e harmonioso.
Como un guerrero entre la sangre y el dolor, mi sonrisa hace flor.

Leandro Borges

13 de out. de 2008

O outro tempo


Aqueles que não olham pra trás
não sabem o que será o amanhã.

Tua face doce salgada.
Fica parada com um fim.
Sem o teu tempo eu digo, sim.

Em partem, a outra parte, se parte e parte.

Deixar o tempo te ver.
Escorrer na caminhada dos anos.
Deixe a vida lhe servir um gole.

Leandro Borges

Seduzidos pelos véus


São tantos véus que sufocam
todos os sentidos,
confundem os sentimentos,
adormece a consciência na névoa.
A beleza.
A fama.
O poder.
O dinheiro.
O amor romântico.
O status.
A personagem.
Fantoches escondem o seu dono.
Correm atrás de ilusões consecutivas.
Seduzidos pelos véus de Maya.
Seguem como sonâmbulos para o abismo.

Leandro Borges

Círculo vicioso


Alguém que não para a alguém que não acorda.
Um rastro de um vulto.
Uma dor de cor escura.
Esconde o andar atrás de outro.
Um coração vidrado, em ânsia.
Uma prisão de uma corrente amarrado
ao pé, não por uma esfera de metal
mas sim um peso humano, turvo.
Escorro as ruas com pesar
sigo uma vida sem vida, apenas queda.
Angustia e desespero na sola dos pés.
Sigo um rastro torto de prisão.
Escorre lama pelas ruas
ruma ao desaguar em uma boca de lixo.
Uma boca de sabor amargo
de armadilha em andar em círculos.
Uma função recursiva sem critério de parada.
Farpas da sociedade que sou,
repugno a mesma que apodrece.
Que sou mas não sou desta qualidade.
Um poço de lodo e desesperança,
seque em cíclica dança suicida.
Parecia não ser nociva,
mas no silêncio do teu sono te algemou.
Te arrasta, lenta e certa a morte dolorosa.

Leandro Borges

8 de out. de 2008

Neo-torre de babel


Um império ruindo e rugindo.
As torres vão caindo, uma a uma.
Caem os peões, caem os bispos,
cairá a cavalaria e a rainha-liberdade?
Um xeque-mate contra o velho Sam?
Não cabe em um mundo, mundial.
Um país irmão mais velho, imperial?
A cada esquina há uma bandeira norte americana,
um cadáver e um terrorista?
O sonho acabou, a guerra afogou em mar de sangue,
a paz, o amor, a esperança e o sonho.
Morre a cada dia uma estrela,
no fim só sobrará, pólvora,
horror, estupidez, ignorância
e um farrapo de bandeira sem céu...
É como um grande musical,
de uma trágica e dolorosa morte,
ao som de rajadas, bombas, tiros,
explosões, gritos, berros e sofrimento.
Ao bom e velho estilo do velho Sam
abafando o som dos protestos, das passeatas,
dos movimentos, das palestras e dos despertares.
Uma minoria que ainda faz pensar.
Uma caçãocastelodecontodefadas a ruir,
uma neotorre de babel de silício, petróleo e artificialidade.
Uma fragilidade sem igual, sem tamanho.
As traçasvírusdecomputador do teu próprio fel
te atacam impiedosamente, sem cessar.
Um país agonizando na própria lama contaminada nuclear.
Chafurda no próprio vômito da empáfia, feito em egoísmo,
individualismo, megalomaníaco e grave depressão.

Leandro Borges

Vida customizada


O direito de sofrer todas as dores do mundo.
Passar por todas as tempestades, dias intermináveis,
lutas enclausuradas, restringir o viver a um cubo.
Atenção doentia do acordar ao dormir, tensão em cada músculo,
cada movimento, cada comportamento e intenção.
Há tanta luz, cor e flores lá fora.
Um mundo de poucas roupas, noites dormidas em desconforto,
tensões criadas, desemplificar do não óbvio.
As cordas emaranhadas nos nossos pés, uma mescla
de salvação e perdição, corda em forma de espagueti.
Pés descalços, vidros estilhaçados, fumaça,
ar ofegante, cabelos molhados, fogos e explosões.
Torres de babel customizadas, castelos privados,
um universo feito de ego e ouro.
Farpas caem da boca do cão, da cobra,
de todos os habitantes da grande babilônia.
Ruem em micropartículas todas as esferas,
ao redor das cabeças programadas para amar
um amor com data de validade vencida.
Um gigantesco rolo compressor da vida,
ao vence-lo minha essência está ainda mais concentrada.
Um cristal por muito tempo permanece em sombra.
Tenho a convicção que quando voltar a luz
irá brilhar como nunca fizera antes.
Não é a toa que uma flor morre.

Leandro Borges

Cárcere do medo


A violência que mata o ser saudável.
Sem o direito de sair.
Sem o direito de viver.
Terceiromundísta de uma vida pseudo feliz.
Medo da rua, medo da não iluminação,
medo da esquina, medo da madrugada,
medo da estrada, medo do estranho,
medo da segurança, medo do movimento,
medo da mudança e medo da cor,
medo da pele, medo do brilho,
medo do metal, medo do vizinho,
medo do olhar e medo louco de viver.

Viver de violência, dor e desespero.
Me olho no espelho e vejo um prisioneiro,
um estranho e um naufrago.
Um cárcere privado,
um prisioneiro do terror alheio.
Confinado nas grades do medo
recluso de si mesmo.

Uma vida (roubada) por outra ameaçada.
Um lento morrer em vida.
Sem saída.
Se amor.
Sem sabor.
Olho pela micro janela gradeada trancafiada.
Tento ver daqui duzentos anos a paz.

Leandro Borges

Brasil, lixo, Brazil


É um Brasil que come lixo.
Quem sou eu pra saber de algo...
Eu gostaria de uma vida digna
a todos, e faço força para colocar
a minha centelha na criação do templo global.

Eu vejo mas não vejo.
Abram os olhos da alma dos egos,
todos egos de toda humanidade,
que separa, o seu ser de todo o corpo.
A aldeia global não pode ser
esquartejada em egos inflados e inflamados.

Como um saco de bolinhas de gude
dispersas no espaço, sem visão.
Somente inflam, explodem e morrem.
Não se unem, sem uma vida única.

Até quando não haverá somente uma esfera?

Perdoe a nossa miséria de alma senhor.

Leandro Borges

Parte, outro lado


Manha, tudo passa.
Noite, deixa voar.
Chuva, queda no ar.
Vento, solo tempo.
Brisa, rosa criva.
Tarde, jas chuvosa.
Tufão, escorre chão.
Seta, rega rede.
Pingo, molha plexo.
Bate, ferro quebra.
Pala, lava lama.
Cama, perna chama.
Sofá, só momento.
Coro, come forro.
Vaso, forja alma.
Vidro, vibra osso.
Fêmur, fere coxa.
Mundo, bebe terra.
Globo, fura bola.
Carro, fogo pinho.
Final, chuva em sal.

Leandro Borges

Gotas no deserto


Chove tanto que eu não tenho vontade de chorar.
Faz um tempo que o tempo não dá um tempo.
As desertificações, os buracos cada vez maiores
a camada decresce e o ozônio padece só.
As crescente desertificações...
Eu quero e não quero você, ela diz.
Eu quero e não quero viver, ele diz.
Eu preciso sair, não te ver, viver, ela diz.
Eu preciso sair, viver em ti, matar em ti a minha solidão, ela fala.
A procura de uma porta de saída,
prefiro ficar com o mais provável, com o nada.
Onde a falsidade dança um tango choroso.
Caem lágrimas das nuvens, choram outra vez,
escorre pelas ruas a extensão das minhas veias.
Bate oco no meu peito, um vazio desesperador, consome a alma.
Um deserto de vida, mesmo com tanta chuva.
Um deserto de cidade, mesmo com tantas pessoas.
Um deserto no coração, mesmo com tanto sangue.
Uma vida de mentira, uma tristeza.
Vivo em ti a vida, sem você eu sobrevivo.
Eu não vivo sem a tua solidão, será minha?
Só sei viver por você ou até você?
Eu, simples, me projeto, e sem você - como tela - não há filme.
Uma falsa realidade, um palco de ilusão todas noites.
Só venço a solidão ao dançar sozinho, em um lapso de lucidez.
Descubro quem eu sou e sou apenas por um instante;
até o termino da bela melodia.
Assim como a vida chega ao fim.
A finitude da vida, o curvar do tempo.
Sem harpa para tocar, morro nesse rio revolto em meio ao deserto.

Leandro Borges

4 de out. de 2008

Amor incondicional


O amor incondicional que move o universo.
A força maior, o primeiro amor de toda existência.
Tudo que se move queima pela primogênita chama
combustível de todo o movimento, vibração.
É somente um e bilhões ao mesmo tempo.
Cada coração toca a canção universal
do som incondicional de uma nota só.
Toda cor, todo calor, toda luz
tem a sua raiz em um só caminho.
Há somente um amor, aquele que não impõe condições.
Tudo mais que existe é ilusão.
Tudo mais que existe é círculo vicioso.
É Maya.
É Samsara.
O ego doente aponta pra si, como um ciclo perdido.
Não há caminho ao andar em eternos círculos.
Está dentro de nós e em todo lugar
a luz, o caminho, a criação e o criador.
Há uma semente do céu em cada coração
temos o potencial do amor universal,
o sentimento primordial, único e incondicional.

Leandro Borges

7 de set. de 2008

tratado como um objeto padeço
esqueço o que sou
vejo o mundo turvo
vivo a vida que não queria
apenas mais um

um corpo, desuniforme, sem traço nem coração
rasbiscam meu corpo
me dão de comer
visceras em flor
paro diante da sintonia
agora emudeço na dissonância
enclausuro na dor
penso na flor
e sinto a dor
a dor de todas as dores
esqueço o que é o prazer
e sinto remorso de conhecer a alegria
pois que agora me é tirada, me sinto escravo da lembrança

uma ventania passa, passa semanas e me leva de você
será que é pedir de mais pra mim, uma garota assim?

esperando as unhas
roendo as horas
olhando o vento
quem sabe ele me traz você

...

31 de ago. de 2008

Ciclone invasor


Rajadas de ar tremem as janelas.
Bate na porta, assobia as frestas.
Assopra em ondas, vibram as paredes.
Ruídos dos vidros, invadem a casa.
Estala a madeira, atribulam as cortinas.
Vento frio vem em furiosos tufões.
Correnteza selvagem devastadora.
Corre forte, estrondo na porta em socos.
Ventania desleal, nos desafia.
Quando tudo estava em paz,
traz o novo, a memória,
o medo e o enfrentamento.
Ciclone indomado, fera fulgorosa.
Explode para todos com extremo furor.
Bate.
Treme.
Vibra.
Sopra, continua a soprar.
Não para.
Ruídos, assobio das frestas.
Aumenta o frio.
Aumenta o desespero.
Arrasta a noite tempestuosa.
Tormenta; venta, como venta.
Bate.
Treme.
Vibra.
Vento intruso,
Vento gatuno.
Vento salteador.
Rouba a minha paz.
Faz da calmaria, tempestade.
Desperta todos os medos
mais secretos, dos descobre
cada canto empoeirado.
Ar invasor, sem regras e sem perdão.
Impetuoso oscilar.
Lança a prova a estabilidade.
Momento de confronto com o interior.
Desvenda a fragilidade e dor.
Entorta as árvores.
Gritam as paredes.
Troveja a sala.
Gritam as janelas.
Balança o luar.
Impede o sonho.
Bate nas paredes.
Assusta.
Bate nas janelas.
Apavora.
Um barulho sufocante.
Cala a segurança.
Bombardeia o pensamento.
Assopro gigante voraz.
Ventania, cão selvagem.
Inunda as frestas da minha alma.

Leandro Borges

Auto-eclodir


A verdade é que agora já sou outro.
Outro que outro não conhece.
Agora sei quanto vale cada minuto.
O embate da vida estabelecido.
O valor de cada pingo em cada i.
O outro eclodido de outro.
Suspendido por cada centavo.
O equilíbrio mental por um fio.
A sanidade por um fio.
A vida contra a morte.
Faz frio, ainda chove.
Venta muito, continua o ciclone.
Eu tenho fome, falta pão.
Me falta chão, teto.
Anda deserto os dias.
Ando no deserto por dias.
Me treme os ossos, me dóem.
Tudo me parece tão estranho, falso e postiço;
Me canço de doer o peito.
Fico deitado tentando esquecer.
Uma vida toda pela frente
e também uma inteira pra esquecer.
Revejo o que vivi, o que vivo.
Família, minha vida em base.
Hoje sei quanto vale cada respiração.
Cada centavo, cada batida do coração.
Não há dinheiro que pague...
O sustento do vento da vida.
O sopro de alma atribula o corpo.
O tempo morto não quisto.
Não desisto de viver.
A flor da dor brota no peito em sangue.
Vermelho sangue.
Negra flor.
Derrete nas lágrimas
toda a alegria que eu tinha contigo.
Planto rosas brancas na meu jardim.
Deixo a brisa soprar levemente.
Aprendo o valor do trabalho.
Aprendo o valor da vida.
Aprendo o valor do amor.

Leandro Borges

Redespertar


Desperto ainda acordado.
Acorda mais uma camada da minha alma.
Abre um horizonte distante.
Percebo mais claro e nítido.
Acordo para mim.
Percebo o caminho sob os pés.
O amor a tudo vence e a tudo vencerá!
Não há vitória sem a união.
Todos podem vencer, tudo podemos.
O amor nas casa, nas ruas e quarteirões.
Juntos no amor vencemos.

Leandro Borges

30 de ago. de 2008

Vento maluco do mágico de oz


Como o vento pode tudo mudar?

O vento trouxe novos ares, traz de volta as cores do mundo.
Houve o tempo em que as flores falavam
e o mundo não se resumia a apenas milhões de cores.
A natureza não era muda para os homens
e o sonho existia sem precisar adormecer.
Ou melhor, não era preciso despertar.
Vive o pleno viver, deixa o sabor do vento lhe tomar o pensamento.

O que mudou? o que te inspira a mudar? de que para quê?

O mundo mudou apartir do vento, o mesmo vento que surgiu no arfar da tua respiração.
Felizmente veio para que um novo tempo surja.
Seria um quadro alucinante se fosse somente no mundo interior, mas também está neste.
E é deste mesmo arfar que vem a minha inspiração.
É um fluxo contínuo de energia, entre as pétalas do meu e do teu estômago.
Corrente que nasceu em uma noite de flores, é verdade.
Entre as cidades da mesma cidade e dos nossos desdobramentos de eus, estão todas as flores: astrais, chakrais e reais.

Leandro Borges

16 de ago. de 2008

Pai, querido e peleador


Enfrentando o entrevero da jornada
Na lida da vida, tu és um peleador.
Declama versos gaudérios do escritor.
Acompanhado pelo canto florido da cordeona
Que o valente gaiteiro a música xucra doma.
Fazendo a tradição resgatar o seu valor.

A trotezito no mais, pela estrada da vida.
Tua gana de turuna, bravo; mui zeloso.
Guarda no pala, teus filhos, pai cuidadoso.
Aguenta o repucho xucro da adversidade.
Preserva a família, a virtude e amizade.
Feito como em laço, de índio valoroso.

O sol na alvorada do pampa, o céu colore
Em mil tintas, o glorioso pala celeste alumia.
Carrega nas tuas entranhas, a tua alegria.
Protege cada filho do vento frio pampeiro
E rega de amor todo coração do campeiro.
Assim como tu pai, de luz; nos irradia.

Espírito tropeiro de trabalhador aguerrido.
Deixa, teu legado, teu exemplo e valor
Que guardo na guaiaca do peito com amor.
Lembro das rédeas queridas do teu educar.
Forjando a índole em brasa a queimar.
Nos abraça feito em laço de pai protetor.

Nos acolhe no teu galpão de espírito fraternal.
Assador de um churrasco feito em maestria
Assim como canta os causos de valentia.
Estoura, como faísca selvagem em planchaço.
Fura a tristeza medonha, feito forte balaço.
Fazendo graça, de felicidade nos contagia.

Ao reluzir das esporas, levanta o pingo no freio.
Sobre o lombo do cavalo pampeiro, segue lutador.
De faixa, chapéu e pala - brilha em fulgor.
De lenço branco e alma guerreira
Traz na tua pilcha a guasca boleadeira
De um pai, querido, generoso e vencedor.

Leandro Borges

13 de ago. de 2008

Água viva


O olhar aquoso, deixando um rastro.
A casa da minha infância, colorida.
Os dedos e memórias, histórias.
Ao voar somente subia em alegria.
Ao estancar a energia, caía.

Um rastro de gostas de olhar.
Pela lente do interior,
te vejo em outra cor.
Meu mundo desbravado.
Minha vida aberta.
A ferida descoberta,
as portas abertas,
a cura vem pela fé.

Leandro Borges

Em carne e osso


Se não há amizade, não há amor. Se há tristeza, não há amor, só dor.
Paixão é só uma projeção de uma perfeição que não existe.
Errar e amar são humanos.
Quem ama a perfeição, ama em vão.
Com os pingos nos is, e com o coração em carne e osso.

Leandro Borges


Um
fio
de
vida
preso
pela
fé.

Leandro Borges

Palma sem palma


Eu sempre segurei a tua mão.
Pensei que segurar ela era seguro.
Até que um dia tu soltaste.
Mas eu nunca pensei em soltar.
Ao entrelaçar os meus dedos
nos teus dedos, tudo era paz.
Nada podia ser mais tranquilizador,
nada podia ser mais feliz.
O desespero do teu segurar,
a tua insegurança projetada.
Lembro tu no banco da frente
segurando a minha mão atrás.
Nunca pensei em viver sem segurar
a tua mão, mas tu o fizeste.
Senti meus dedos vazios,
a palma da minha mão
sem beijar a tua palma.
Nesse momento vibrava
a insegurança em mim.
Até que ontem eu soltei a tua mão.
E foi bom, foi digno e verdadeiro.

Leandro Borges

Não existe poesia


É poesia não é pra todos, apenas os despertos de coração.
É como servir água a um morto.
É como dar roupas a uma sombra.
É como pintar para um mundo cego.
É como tecer em sinfonia para surdos.
É como tentar fazer voar uma pedra.
Não há o que fazer, para uns a vida é apenas isso.

Leandro Borges

31 de jul. de 2008

A busca


Quem espera somente espera, e espera que nunca vem, é somente uma espera vã.
Quem espera não luta.
Quem procura, perdeu.
Quem persevera sempre vence.

Já basta a morte pela própria morte.
Não queiram inventar outras formas de morrer.

Leandro Borges

28 de jul. de 2008

Gotas


Um copo de água, sem gosto, sem nada.
Era para o seu nada que ela bebia água.

Ao fletar com o raio do teu olhar, olhei ao fundo o vácuo que causei.
Uma vida cheia de dúvidas, cheia de pregos e solidão.

Encharcada pela água, empapada de suor, as gotas de lágrimas se camuflam em meio as tuas águas.
Uma vida partida, um vento cortante, um copo d'água com sal, rajadas de vento: um ciclone extratropical.

É tanta chuva que eu não consigo pensar, parece que o mundo chora por dias.
A alegria dela não me contagia, as vezes até me repele.

Um mundo dele parece ruir, queria entrar, mas ele tranca todas as portas.
Poderia a ajudar a restarar as paredes, mas só consigo ficar do lado de fora e ver tudo ruir.


Leandro Borges
A valsa da vida é tocada em contelações, a quatro mãos, por nós e o destino.

Leandro Borges

22 de jul. de 2008

Dual vida


Eu sou apenas um grão de areia solto
ou sou um grão ao mar de sonhos?

O sorriso de minha infância guardo no peito,
deixo descansar toda a pureza no coração.

Sou apenas mais um
ou sou mais um?

O que vale mais? Um sorriso ou um cartão de crédito?
O que é de verdade? O amor ou o capital?
Devo seguir o coração ou o metal?
Quantos dólares vale um quebrar de um sonho?

Teço uma vida de verdades e me desfaço dos ostentares.

Leandro Borges

20 de jul. de 2008

Abraco sem fim

Eu gostaria de conhecer alguem capaz de me abracar sem fim.

Leandro Borges

13 de jul. de 2008

Uma amável história de amor

Um fundo branco. Ele e ela de negro. Ficam por um arrastado tempo se olhando fixamente. Ele tosse pra ela. Ela tosse pra ele.

Ele
É nessa verdade que insisto que tenho medo. Até que ponto essa verdade é verdade?

Ela
Tosse

Ele
Eu já acreditei que fosse uma ilusão criada somente por dois iludidos.
Eu já pensei em pintar um quadro somente com tons de cinza.
Mas o sol insistia em me mostrar ao abrir um leque de cores no arco-íris que eu
estava errado.

Ela
Não é verdade.

Ele
Não? Você acredita em tons de cinza?

Ela
Não, eu quero dizer que a verdade nossa não é uma verdade e sim realmente uma
ilusão, nós iludidos foi que abrimos os olhos...

Ele
Tosse

Ela
Eu sempre acreditei que podia existir algo de especial, sabe? Algo, alguém de verdade.

Ele
Tosse

Ela
Mas não... A vida é mesmo um amontoado de pregos e nada mais.

Ele
É verdade.

Ela
Esperamos somente um martelo para nos enterrar em terra...

Ele
Não, eu digo é que não somos especiais, é realmente uma ilusão tudo isso.

Ela
Quando eu olho pra janela eu vejo as nuvens, muita vezes vejo a figura de uma
bailarina olhando para baixo. Ela não vê acima dela. Passa e não vê.
Como é pode ela se perder assim? Lá em cima faz tanto frio, passa tão rápido o tempo.
É sempre assim, nos meus sonhos, digo pesadelos é a mesma coisa. Há sempre uma
mulher perdida, tentando chegar até o outro lado do muro para ver o seu homem, mas
ela é só um punhado de ossos.

Ele
Você já tomou seu remédio hoje? Eu...

Ela
Quando acordo sempre tenho a sensação que vou conseguir ver o seu rosto desfigurado, mas não. Sempre acordo antes... As vezes eu como bastante antes de dormir, pra ter
com mais frequencia esse sonho.

Ele
Tosse

Ela
Mas engraçado ultimamente só ando sonhando com velórios e velas, todas pretas.

Ele
Podemos trocar de assunto?

Ela
Você quem manda, ou ao menos era...

Ele
Eu já pensei que fosse vermelho, ou então dourado, talvez em brilhante... mas não.
Não. Sempre tem algo pra me sacodir e me dizer, é preto. Ah, sabe eu andei reparando
Todos os muros me passam um recado estranho, uma certa mensagem que todos eles se complementam. Somente ao fim de um ano eu recaptulo tudo que li e consigo entender todas as mensagens escondidas. Há tanta coisa entre as interligações de muros que a maioria das pessoas não tem a menor idéia. Eu poderia pintar muros, mas como não aprendi a nem pintar corações, eu prefiro mergulhar no piche e só.

Ela
Tá frio, né? Bem, eu vou indo.

Ele
Não esquece de sair da porta, antes de fechar.

Ela
As velhas mesmas recomendações de não, ainda, mas sempre.

Ele
Como pode um "bom dia" sair tão oco?

Ela e Ela
Tossem

Ela
Não deixe de tentar encontrar a próxima cara metade na esquina seguinte.

Ele
Quem sabe não cai do céu o seu principe encantado enlatado direto de fabrica...

Ela
Não se faz mais homens como antigamente.

Ele
Cospe no chão.

Ela
Ao menos eles eram...

Ele
Cospe no chão.

Ela
Bem não aditanta, era outro...

Ele
Cospe na cara dela.

Ela
Bate na cara dele.

Ele
As mulheres eram mulheres naquele tempo.

Ela
Talvez nem naquele tempo existia realmente homens...

Ele
Tosse

Ela
Tosse

Ele
Vamos nos acabar tossindo...

Ela
Tosse

Ele
Tosse

Ela
Eu lhe diria palavras bonitas ao invés de tossir, mas como não sei... Tosse.

Ele
Eu não entendi. O que é "palavras bonitas"... Tosse

Ela
Tosse, tosse e tosse.

Ele
Tosse, tosse e tosse.

Ele e Ela
Tossem, caem e morrem.

Fim

9 de jul. de 2008

A vitória da vida

o vento parou de soprar
o passarinho pousou
sem mais, foram pras suas casas
o vento pousou
o ceu abriu um claraum
o silencio tomou conta
o silencio profundo
a paz reinando
reinando
apenas contemplativo???
integro simples
uma calma nata
apenas o essencial
sem ruido
sem antecipações
o agora
o estado harmonioso
de paz
o pensamento calado
a essencia concentrada
o ontem e o amanhã
não, apenas o agora
não ha frio o calor
não ha humidade
um ar seco
não ha distancia
nãoi ha cedo nem tarde
uma confortavel sensação de estar vivo
ha um silencio ondulado
em pulsos
e em cada pulso
o silencio faz uma constante senoidal
a ausencia de ruido é magnifica
tudo se completa e se contem
o nada assume forma
o ar fica leve?
o sentimento escorrem sem agruras...?
os sentimentos voam calmamente
a na tureza corre feliz
o amor envolve tudo
a tudo e a todos
o silencio magnifico
selencio sedutor
silencio grande mestre
o silencio que ensina
que acalma
em si o silencio que conforta
que forma o carater
aguas limpidas
peixes ????
passaros brancos
sol ardente
nuvens
o voo do falcao
o nado dos golfinhos
a corrida do quepardo
o abraço do urso
a marcha dos pinguins
o carinhar dos gatos
a lealdade do cão
a comunidade dos chimpanzes
a calma da tartaruga
o baile aguatico dos peixes
????? quebrando todos os sons girando?
subindo desdendo
as augas ensitando o mar
o oceno o ceu
milhares de ondas de nuvens do ceu
??
coloridas
as cores do ceu desdobradas
brilahtens
intensas
vividas
o reluir dos raios solares nas flores
a tunue gota de orvalho
a pegada de um bebe
o sorriso de uma criança
o carinhar dos enamorados, verdadeiros
o beijo, o beijo do amor de casal de decadas
de um amor que venceu
tudo
até a morte dos dois
continua
ele venceu
tudo
ele venceu a morte
que venceu a vida
que venceu todas as perdas
todos os dragoes
todos os redemioninhos
todos os drgões
todos?
todos ?
todos?
?
o amor que venceu e que vence.

Leandro Borges
triste e não alcançado (no onibus)

é um sentimento de tristeza
não sei
é por que algo que eu já esperava
ter em mãos
e vejo agora q eu naum tenho

e quando apostando todas as fichas
naquela opinião pq me falta termometro
e vem a resp e eu sou descartado
unica coisa q eu posso pensar
o q eu escrevo é ruim
não é uma questão de querer
ser o melhor e estar entre os melhores

8 de jul. de 2008

A Porta


Por um vento dissonante, se perde nesse instante a razão.
Torna a olhar ao fundo de si um templo esquecido.
Volta ao centro da vida, se olha no espelho.

Cultiva na alma uma palavra perdida.
Cura a ferida de anos a fio.
O peito aberto, escorre a vida.

Vou trabalhar em madeira, deixarei nela minha marca.
Vou criar um porta larga, de grandes detalhes.
Abrirei a porta para todo o amor entrar
Para toda a felicidade reinar.
Abrirei a porta para todos os feridos,
Darei um prato de comida.
Trarei a paz para quem entrar.
Veremos então juntos o pôr do sol
E então dormiremos em paz.

Leandro Borges

1 de jul. de 2008

A Rosa

Le diz:
tudo volta ao lugar, quando o vento soprar
Le diz:
a sombra de uma rosa nunca é igual a outra
Le diz:
a cada dia incide um raio de sol de angulo diferente
Le diz:
o vento sopra e altera a sombra, traz movimento
Le diz:
o tempo pode ralentar a sobra, trazendo ao pensamento uma outra forma
Le diz:
ao fim e inicio, em um ciclo, a vida torna a mostrar a sombra fiel
Le diz:
não me importa a sombra, os ventos e tempestades, e sim a rosa


Leandro Borges

26 de jun. de 2008

Real Cristão


Uma voz voa baixo.
Tinge o céu de calor.
Tange o coração em flor.

Um botão de rosa perfumado.
Suave aroma da vida
Revela a energia da natureza.
Desencanta a beleza interior.

Pulsa no peito
Dorme em meu leito.
Mergulha no sol dourado
e transborda em cor, calado.

Paz e harmonia
Renova a vida.
Força a luz se criam.

Círculo ao interior
Viajo profundamente.
Encontro ao centro: Eu.
Amor.
Paz.
Luz.
Sigamos libertados da cruz.
Para o alvo, a verdade e a vida.

Leandro Borges

25 de jun. de 2008

Bato, corro e grito!


Vivemos num tempo que pra muitos de não-amor.
Ao trabalho, nas relações pessoais.
Falta de amizade, confiança.
Falta de carinho.
Falta de real casamento.

Nada mais faz sentido em um mundo de bolhas.
Perco o meu infinito.
Bato.
Corro.
Grito!

Respiro calado.
Fluxo trancado.
Ando em oito.
Volto ao fluxo curvilíneo.
Para voltar.
Acalmar.
Leve.

Aquietar o coração.
Regalo de amor.
Do amor, o amor nasce.
Montes e vales.
Rios e mares.
Reluzem em cor.
Transbordam amor.

Leandro Borges

23 de jun. de 2008

Bolhas Mulheres


Estouram pelo ar, mulheres ao luar.
Sobra apenas a lembrança das sombras delas.
Lembro das sombras num momento passado.
Ainda escuto o estouro de cada bolha.

Vejo em morte de películas de sabão.
O brilho que reluz furta-cor.
Arco-íris há ao fundo, explosão.
Acaba a cada, um mundo, dor e terror.
Pequeninas partículas de morte-ilusão.

Vejo uma enorme nuvem de bolhas.
Explodem.
Bolhas.
Explodem.
Mulheres.
Explodem.
Bolhas.
Explodem
Mulheres.
Explodem, uma a uma, explodem!

Muitas mortas...

Leandro Borges

Manifesto à pequena


Ouça com carinho, pois falo com muito zelo e cuidado.
Falo baixo ao teu ouvido estas palavras sinceras.

Não estou para jogar ou para ter.
Não quero te conquistar ou tomar posse, pois não é terra.
Não usaremos as cochias ou subterfúgios.
A mentira é uma ação banida.
Não faremos idolatria ou adoração.
Que nenhum seja do outro o chão.
Que não haja dominação, pois somos lado a lado.
Faço as tuas as minhas alegrias.
Te aceito como és, sem lentes.
Faças o mesmo por mim pequena.
Ame meus adornos e minhas arestas, pois se me amas, me ame por inteiro, que eu assim também o faço.
Faz as minhas as tuas alegrias.
não idealizaremos um a outrém e nem o futuro.
Vivemos o agora e o nosso amor, pois ele não há fita métrica.
Não te quero em carne, mas em coração, que faças o mesmo para que não caia em ilusão.
Pelo coração possamos nos unir e assim a carne tornar-se uma, calando os clamores no amor.
Nunca faremos antropofagia, nem em pensamentos,
sem queremos devorar a carne alheia.
Se nos unimos é apenas pelo amor.

Leandro Borges

O outro que fui


Irremediável amargo passado que vejo.
Penso e padeço.
Uma maça verde, não madura, sem caramelo, sem consciência, sem experiência e sem noção.
Hoje chora meu coração aflito, sem a tua voz, sem o teu olhar, sem o teu zelo, sem o teu carinho, sem a nossa alegria.
Para lembrar de ti eu planto flores, mas nunca nasceu uma rosa no canteiro.
Tão sublime como aquela que regaste e cultivaste na minha alma, no canteiro do meu coração.
Quando morreu a mingua a rosa na tua ausência, nunca mais fui o mesmo.
Hoje sou outra pessoa para que a culpa morra com o outro que fui.

Leandro Borges

Despertar


Desfiladeiro profundo, escuro de cor.
Vozes, vapor, falta de amor,
pouco suor, águas desconhecidas.
Fogo tremendo, peito apertado,
olhar calado, sentimento ilhado.
Te ver foi distante, em preso instante,
vi tua face, tua face não vi.
Vi tua face distante e tão perto.
Não compreendo como em um dia, estrelas.
Outro dia todas estão mortas.
Ou mortas ou adormecidas.
Cuido de minhas feridas,
pois sem ti o fogo não arde.
A água não molha, a terra não fértil,
o ar sem oxigênio, sem vida.
Sei que não por acaso apareceu,
meu mundo e o teu se cruzaram.
Olho todos os dias ao céu
e espero, aguardo o despertar.

Leandro Borges

Pés presos


Em um fôlego só
deixar fluir
sem dó
sem nó
Pássaros são verdes ao fim do dia
doí no peito
é prisão capital
é tudo negado
é tudo cobrado
é sonho valorado
é de tanta frustração
tudo há montante
é hilário
criamos sonhos de papel
feito de cédulas
corremos atrás do papel
morremos por ele, feito prisioneiros
casa de papel
castelo de areia-cédula
sonhamos com que não podemos
é sempre uma corrente que me mente
me desmente, segura meu pé
não me deixa voar
não me deixa sonhar
Paragrofitos
Fintagismos
Lapacardios
Biofiscalizar
Plastimificar
Crondosmos
Cartogagem
Minsgrata
Farbugias
Ostinites
Carmagado
Posturno
Parcrilo
Losfinga
Astistag
Farminto
Os dentes
Falas inebriadas de sabor imenso
falaram me de sabor sem cor
diga-me apenas o necessário

Leandro Borges

19 de jun. de 2008

Não há amor sem cor.

Leandro Borges
- Desconhecido? Não, eu tenho medo do conhecido!

Leandro Borges
Toda a pureza do mundo em uma foto três por quatro amarelada.

Leandro Borges
A vida sem a arte é um amontoado de pregos.

Leandro Borges

7 de jun. de 2008


A vida é uma criança pelos mares à descobrir!

Leandro Borges
As portas se abrem para quem sabe a verdade em abri-las.

Leandro Borges

1 de jun. de 2008

Jardim da Vida


Quando tudo era mais simples, era tudo mais claro.
Eu tinha um castelo vermelho e dourado.
Cravejado de gemas e brilhantes.
Era tudo colorido, uma explosão de cores.
Reluzido; fortes e vibrantes.
Agora meu céu está sem diamantes.
Não tem mais sabor nem cor.

Cansado da estrada errada.
Cansado de bolhas de sabão.
Cansado de pêssegos.
Cansado de amoras.
Cansado de maças podres.
Cansado de me cansar.
Cansar dos caminhos.
Cansado do desencontro.

Vou flutuar em águas
até a tempestade passar.
Guardarei o meu coração.
Valarei minha casa.
Plantarei vida.
Cuidarei da ferida.
Guardarei o meu tesouro.
Dormirei no meu ninho interno.
Regará a minha árvore com vida.
O jardineiro me cuida a cada dia.
Celebrarei o agora, cada segundo
pois meu mundo mais profundo reflorescerá!

Leandro Borges

25 de mai. de 2008

Há tempos que os sonhos nascem nos corações.
Morrem na amargura do ego.

Leandro Borges

Dor sem cor


Um aperto de todos ossos fazem um corpo oprimido.
Uma dor sem cor invade, sem rédeas.
Sangra por muito tempo.
Se torna alimento para o sono ruidoso.
Um oco da falta da cor e melodia da alma.

Leandro Borges
"Não deixe de sonhar, mas sonhe com os olhos para vida."
"Constantemente ante nuestros ojos y nuetras manos el misterio en el cual creemos."
O homem artesão da arte tem a tenue lembrança do outro mundo.

Leandro Borges

17 de mai. de 2008

Soneto a una Palma


Ya sin hambre ni sed apenas alma,
apenas cuerpo que se va durmiendo;
toda lúcida mente és como entiendo
la infinitud de Dios en esta palma.

Cuando todo se vuelva extensa calma
y siga el mar la frágil tierra hendiendo,
poco a poco mi espíritu, volviendo
irá a buscar morada en esta palma.

Tal vez pequeño pájaro de canto
o humilde y tierno ramo de oxicanto
con una flor azul junto a su planta.

Mi palma ya será mi patria eterna
y ha de tener por siempre una lucerna:
la luz de una amistad que siembra y canta.

Juana de Ibarrourou
(Consagran el consejo departamental de montevideo la junta honoraria florestal 1966)

16 de mai. de 2008

Um encanto no parque


É de um encanto e delicadeza
que assim aflora a tua beleza.
De formas leves e alegres
escorro pelos teus caminhos.

Uma parte de mim encontrei aqui
onde há tempo para o tempo
onde a vida, ainda olha pra vida.

Calmaria aqui encontro no teu peito.
No teu leito de campos descanso.
Rodó, um parque, uma sintonia especial
Pedaço bendito de terra de um "q" celestial.

Leandro Borges - 09/03/2008

"Una Cerveza Uruguaya"


Um gole dourado derrete em mim
e reveste de realeza todo o interior
traz aos meus olhos mais cor

Deixa meus ombros descançados enfim
reluz o copo cheio de ideias.
Descança as lamas para um coração ferido.

Altera a conciência, solta as travas,
desperta o outro, mostra a essência,
dormindo estava o malta à sonhar,
também o lúpulo estava à cantar,
juntos se faz uma festa, um mar.
Concebido por suas pausas em fermentação
um mundo em caldas de ouro em paixão!

Leandro Borges

Beijo Arpoador


Desliza nas tuas deixas, o beijo do mar.
Deixa o desejo do encontrar de cor.
Da rocha à água, é um encantamento.
Um caminhar cíclico dos amantes.

Da me o teu beijo e sacia o desejo e amor.
Te encontra a lua na terra do arpoador.
O céu de outra cor se resguarda e traz o vento.
teu saboroso alento para toda dor e calor.

Acolhe no teu útero de rocha
e guarda a água salgada outrora seiva das plantas
Desbrava em teu som melodioso e orquestral
Mostra toda tua beleza natural em mar e rocha.

Leandro Borges

Coração em Santa Teresa


Santa Teresa, a tua simples beleza
me encanta dos olhos e coração.
Tuas casinhas conurbadas, tuas namoradas,
teu bondinho em canção, anda, devagarinho...

Guarda em cada cantinho o teu valor
transpira simpatia e alegria, tua gente, tua cor.
Teu charme de cidadela me mostrou que mais que passarela,
Cristo, pão de açúcar e Ipanema é feita, ó pequena
na arquitetura e teus artistas de rua, és especial.

Em sonho matinal, em ti conheci, em fundo de quintal.
Teu som, teu samba, teu artesão, teu bamba.
Encontrei uma doce morena, de olhos negros
com sua magia musical do seu gingado

No teu bonde olhando, de lado a lado
casas, casinhas, casebres e ateliers.
Fabulosas senhoras de corações bondosos encontrei.
Em cada parte de ti, me deixo um pouco aqui.

Leandro Borges

15 de mai. de 2008

Namorada Ipanema


Tuas curvas no céu
brindam a bela natureza
e é da tua estonteante beleza
que eu fico mais maravilhado

Um sorriso das tuas meninas
olhar doce feito as nuvens
fecham mais uma tarde na orla.
Menina dos olhos da tua cidade.

Se não fosse a ignorância humana
e descaso, preguiça que beira a alma insana.
Tuas belezas não seriam assim ofuscada
pela poluição e sujeira do homem aqui causada.

Sol cai nos teus montes inclinados
cativa a todos os amantes namorados
contemplados inertes perante a ti, Ipanema abençoada!

Leandro Borges

10 de mai. de 2008

Do Guayba à Guanabara


Te deixo Porto Alegre bela.
No teu fim de tarde em aquarela.
As luzes de ti começam a nascer.
E eu subindo vejo o teu chão descer.

Agora a noite guia esse voar.
Em um mar de estrelas encantado.
Um estalar de dedos te danço solado.
Sigo contemplativo calado: o teu par.

Vôo deixando o meu pago amado.
Sei que esse valoroso céu estrelado
és condecoração de Deus a todos nós.

Rio, maravilhosa terra, pousarei em teu chão.
Vou de braços abertos para outro rincão
e Cristo, que vem nos saudando com a sua voz.

Leandro Borges

Doce, Agressiva, Carne e Saliva


A busca de um amor.
Mira as ondas sonoras.
Molda os clarões dos teus vulcões.
Esconde as faces da dor.

Conflitos alados.
Vem mergulhado em lava.
Derrete o magma do coração.
Pulsa o peito, reverbera explosão.

Vibra as arpas dos teus olhos.
Protegem a janela da tua alma.
Deixa a fresta desnuda.

Doce.
Agressiva.
Carne.
Saliva.

Saia feita em flor.
Passeias livre no arpoador.
Caminhar breve.
Carinhar leve.

Pequena, cansada de um país deveras torto diz:
- Que tragam o desfribilador para o Brasil
pobre, triste, ferido e quase morto.

Leandro Borges

Leoa em Flor


Perfumes, girlandas, florais, fogos.
Um campo de estrelas amarelas de sol.
Mergulha no brilho no campo de flores.
Uma leoa indomável contra o vento.
Correndo ao tempo, furando o ar.

Canções suaves e doces de violino.
Canta as aventuras no mundo novo.
Os feixes reluzem no ar, descansam.
No reflexo no mar e dorme ao luar.

O sol brinda a alegria das cores.
A luz aberta em leque de arco-íris.
O vento sopra em seus pilares.

Força felina incansável.
Te torna valorosa
ao ser impiedosa
contra os teus males.

Conturbado imenso mundo.
Em clima tenso.
Um pensamento tenso.
Um pensamento denso.
Um eco interior forte e profundo.

Leandro Borges

Antagonicas forças loucas


Antagônicas forças loucas.
Desvairada energia solar.
Moça feita em louça.
Claro em vapor desagua em mar.
Faz calar o calor.
Com teu sabor.
O frescor.
Teu pensamento.
Rápido.
Intenso.
Irradia.
É luz.
Moradia de energia.
Faço laços em palavras.
Rabiscos.
Riscos.
Ramos.
Ramalhetes.
Flores.
Jovial.
Ar puro.
Colossal furor.
Um dia de dor.
Revolta.
Reclusão.
Solidão.
Renuncia.
Ostração.
Rendição.
Renascer.
Brilhar.
Crescer.
Sonhar.

Leandro Borges

29 de abr. de 2008

Quebre os seus virtualismos, torne-os e tornesse real!

Leandro Borges

28 de abr. de 2008

O verdadeiro amor não joga.

Leandro Borges

23 de abr. de 2008

"Não me entrego sem lutar.
Tenho ainda coração.
Não aprendi a me render.
Que caia o inimigo então." (Renato Russo)
Quanto mais eu luto, mais eu tenho sorte.

Leandro Borges

Mãos dadas


As harpas lançam os nossos corações
que vão seguindo pela nuvem da melodia: voar.
Rompida, pela união: duas solidões.
A carta de alforria em mãos dadas, uma voz: amar.

Leandro Borges

10 de abr. de 2008

Um céu mesclado dentro de mim


Um céu mesclado dentro de mim... parece não ter fim.
É uma calmaria e alegria que sinto nos teus braços.
Sou teu filho e sinto a simplicidade do teu caminho.

Leandro Borges

7 de abr. de 2008

Os bites caminham por mim.

Leandro Borges

5 de abr. de 2008

Não quando cheguei, mas sim somente quando abri o olho da mente , aí então estava realmente lá.

Leandro Borges
Muitos foram ao rio, mas somente uma parte atravessou.

Leandro Borges

1 de abr. de 2008

Menino


Me mostre a cor do amor, deixa a represa do peito se soltar, arrebentar as amarras e viajar pelo espaço. Me cante uma canção da sua alma, mostre o seu eu mais profundo, me deixe ver o seu coração pulsando, me deixe ver o fluído da sua energia.

Deslize a sua magia em mim.
Me olhe outra vez.
Além dos meus olhos há um menino.

Por um instante eu pude ver nos teus olhos...
Era tão claro e simples...
Me deu um medo e felicidade ao mesmo tempo.
Tive alegria e aflição...

Nos teus olhos tão belos pude ver uma fagulha de esperança.

[Podes aceitar ou não, sou único.]

Sempre quando acordo, nem sempre sei se era areia ou verdade.
De qualquer modo, guardo no meu coração aquele olhar.

Leandro Borges

24 de mar. de 2008

O início de outros tempos


Todas as flores foram colhidas, e agora, adormecidas em mim podem voar.
Cruzei por diversas vezes vários rios, e agora do outro lado posso ver.
São tantas latas e enlatados que encontrei, tantos rótulos velhos e gastos.
Não poderia descrever mais o mundo como via, com todos os olhos abertos,
o mundo agora para mim certamente é outro, mesmo sendo o mesmo de sempre.

Nenhuma borboleta a voar pelos arredores, ao redor da convergência que insiste em nos rodear, não será mais a mesma.
Nenhuma sequência de mesma nota tocada por diversos instrumentos agora passará desapercebido.
Toda a natureza que clama por libertação que ando à escutar, e por mais que muitos durmam, ela segue à gritar.

Não por acaso que de todo o turbilhão que fui lançado não me sobrou algumas sequelas, e com elas,
eu sigo o meu caminho, agora cada vez mais munido de instintos que me revelam as verdades da vida.
A responsabilidade de guardar tal conhecimento não é pouco tamanho, as vezes ainda estranho o pesar dessa mochila.

Por um portal passar e o outro lado do mundo a mim desvendar, foi algo muito revelador, por não me prender aos padrões,
entendi que não foram alucinações e sim uma expansão de consciência, que agora tomo tento e precaução contra o inimigo.
Não por falta de coragem, mas sim, sei que está viagem é apenas para revelar o oculto do nosso mundo aparentemente real.

Falta luz naquele lugar, falta amor e paz.
Não vi nem um esboço de afeição.
É um mundo cão, feito de raiva e podridão.

Aprisionando todos os elementais, seguem as sombras a batalha final contra a luz.
Feito mares de espectros, vultos, vampiros e sombras sequestram todos espíritos da natureza.
E agora a beleza de toda a terra está ameaça, e sim pelo homem essa brecha aberta, esse portal, para as trevas entrar.
E por um breve e curto período de tempo aqui na terra com seu ódio e morte reinar.

Lança a destra de Deus sobre esses seres menores, e então o clarão se fará
e o reino de luz na terra tornará a florescer com os espíritos da terra libertados
assim seguirá o que restou da humanidade regogizados pela bênção do poderoso Deus.

Leandro Borges

6 de mar. de 2008


Saem labaredas do meu coração...
_..São lágrimas, paixão...
... ... Deixo que o meu peito exploda contra o teu ... ._.
__. _._ _._.. Nem em pesamento eles podem nos ferir, deita no meu peito e sonha.

Leandro Borges

27 de fev. de 2008

Quem se apaixona por si mesmo não tem rivais!

14 de fev. de 2008

Não pense que não há crocodilos só porque a água está calma. (Provérbio Malaio)
A maior arma do inimigo é pensar que ele não existe.

13 de fev. de 2008

Acordado


Não importa o quando se dormiu, quantos e quantos sonhos e pesadelos se passou, o importante é estar acordado.

Leandro Borges

12 de fev. de 2008

Os céticos, enquanto nessa condição, nunca abriram a porta!

9 de fev. de 2008

Niguém vale a tua felicidade.

29 de jan. de 2008

Última Supernova


Como cálice de vinho tinto parado
estou a descansar o meu fluído.
Deixo toda agitação guardada enfim.
Assim, no fundo de minha alma assegurada.
Deixo os cantos dos pássaros falarem por mim.
Olho o vento curvar o som dos eucaliptos.
Uma ponta de folha me toca a face escondida.
Uma ponta de melancolia me toca a memória.
Como me fascinava a constelação dos teus olhos.
Nascia sempre um céu quando os nossos olhares se cruzavam.
Me abalava a memória nas noites frias e cruas.
A infância com sabor de morte e tristeza.
A aspereza de tantos anos de solidão fulminante.
Deixo a explosão dos lobos guaras correrem por mim.
Uma alegria ferida sangra, marcando os teus passos agora lentos.
Uma pequena casa a embalar meus sonhos ternos infantis.
Anjos grís me levam pela mão ao teu tenro jardim.
Nele vejo um mel suave, a luz do sol deixa toda a natureza
com uma cor castanha amarelada, traz o encanto
nessa tarde de sol que já não é tão avermelhada.
Deixo o suor coroar toda a minha fadiga urbana.
Deixo o sol revelar toda a cor da minha pele nativa.
Me transformo em metal bronze, choro lágrimas azuis.
Sofro calado com um sorriso radiante no rosto.
Em pequenas curvas suaves do meu sorriso deixo escapar.
Desvio o olhar do teu mirar fulminante que me sufoca.
Ruo um urro de alegria já acinzentada pelos anos.
E nesse ruir e nesse urro há algo de muito impuro.
As folhas comidas pelas traças famintas do desespero.
O teu perfume exala insegurança e egocentrismo.
No teu riso escrachado eu vejo um menino desesperado.
Há um sinísmo totalmente cruel e uma falta de fé absurda.
Não há mais pão, não há mais prazer.
Sente só o soltar eterno das mãos dadas.
A última estrela do teu olhar deitar eternamente.
Supernova desenha um belo requiem orquestral.

Leandro Borges

21 de jan. de 2008

Tô com saudade... (Saudades: Formação de Atores 2006)



Tô com saudade... :

das loucuras da Fran, correndo pelo espaço: feliz.
do magrão dançando caoticamente.
da "mulé dos oio peto", minha querida Sinara.
do fazer graça sem igual do Gabriel, camarada.
das risadas e festas loucas e divertidas da Tati crespa.
das palavras e do jeito especial da Tati lisa.
da minha professora de francês e amada, Elisa nossa diva.
do Gusta cara brother, desde 2005 na faixa :P.
da pequena, a grande Cíntia com jeito forte e meigo de ser.
do Fred, com os conselhos e jeito de dançar roque inusitado.
da Luiza da sua força, companheira de cena e o seu jeito querida de ser.
da Cla com seu jeito estrabulega de viver :))
da Ariélle com seu jeito doce de conversar
da Krish pela sua dedicação, esforço e cumplicidade.
da Gabi pelo seu jeito divertido e maroto de ser hehehe :P
da Aninha por ser doce e amiga pra muitos momentos
da Rai, chuchuzinho, pelas aulas e psicoladias ... valeu :)
do João seu jeito quieto, e parceira na percursão :))
do Sidey, mais saudades pela distância grande amigo
da Taise, mais saudades, pela sua beleza exterior e principalmente interior
do João Pedro, mais saudades, pelas cantorias e canções pelo Tepa a fora...
da Vika, uma mulher de força, uma querida q adoro hurruu
da Jaque, pela sua paciência, digo mutua paciência, mas te amo viu. ;)
da Fê, uma alegria e energia irradiante, te adoro Fê.
do Zé pelos todos ensinamentos eternos.
das aulas maravilhosas da Dani e sua pessoa.
da virtuose e crença no teatro da Jeze.


to com saudade da nossa comunhão,
seja nas bares,
seja nas festas,

seja nas noites...

em especial no "Traição".

Leandro Borges

16 de jan. de 2008

Gabriela Grudzinski


A uma guria com sabor quente
de um jeito tão envolvente.

Sensual!

Revela todos os meus instintos: animal.
Uma ninfa, uma louca, uma estrela.
Exuberante e provocante.
Ela é simples e certeira.

São chamas, fogos e labaredas.
Tens uma luz... ah essa luz da tua presença:
Intensa, Intensa, mui Intensa!!!

Leandro Borges

9 de jan. de 2008

Asfalto Cinza


Aperta o passo e cruza a avenida,
olha para trás e ao escutar o som de uma batida
sente o sangue escorrendo leve pelo chão.
Aperta mais o passo e descruza a avenida.
O sol já desapareceu e as nuvens troteiam.
O céu parece agora mais alto, os pés descalços,
as luzes escorrem em rastros no ar agora mais denso.
Vozes nos arredores da memória e da calçada suja.
Embaçadas cores surgem ao baixar a semi-cortina dos olhos.
Rostos derretidos, desfigurados gritam a frente.
Um andar curvo esses riscam as pedras da calçada.
Deixa um rastro pelo caminho, peso na cabeça, tropeça,
levanta e mais gritos, a girar ao ar ao redor.
Sente o ar ainda mais pesado, o peito descompassado,
as veias sedentas e o corpo curvo semi-nu.
Um frio estremecedor na espinha dorsal.
Um súbito sono bate o corpo cambaleante que luta para conseguir andar.
Treme de forma estranha e bonita as pernas já quase sem mais controle.
Mais faces desfiguradas pintam a tela dos olhos tortos.
Sente a dor profunda de séculos de desprezo e asco.
Deita a face no asfalto quente e em um piscar de olhos
vê toda a sua vida corrida em um raio que pulsa.
Toneladas explodem a sua cabeça cheia de um vazio imenso.

Leandro Borges

7 de jan. de 2008

Relato sincero a um perido amor

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span style="color:#cc0000;">Mesmo que peça não me trará a promessa do não fim.
Senti as paredes verterem em água em condição avessa
e uma correnteza contrária ao amor de dois corações.
Eu sei que mesmo ao fingir não poderei ir ao teu coração.
Quebro mais uma perna ao entrar em cena e é uma pena não poder
te ver na platéia, te ver no proscênio, eu te vejo apenas de pano de fundo.
Meu mundo se torna imundo ao tentar reverter a realidade
pra satisfazer ao meu bel-prazer toda a tua inocência.
Meu minuto fica diminuto comparado aos que te dei
e agora sei que o tempo não vale sem ter o seu proveito.
Agora em minha casa deito em uma casa vazia, ora quente
ora fria, sem perceber que tudo poderia... tudo poderia...

Mais um vento entra dentro da alma sem pedir passagem
e segue mais uma viagem pra dentro de toda a minha tristeza.
Faz parte de todas as lágrimas que já rolei e te dei
a licença de toda a minha dor, em papel de manchas de amor.
São feitas de meu sangue mais sincero, mais vertente
e meu plexo explode convexo em uma valsa de dor e suor.
Nada vale ter uma vida cheia de imagens mas vazia.
Eu deixo ainda cair toda as bolhas do pensamento pesado
que escorrem pela sala com cheiro forte de fleuma.

Eu tentei por muitos anos não ser uma estátua, mas não venci.
Meu orgulho e a minha dor latente brecaram toda a possibilidade que havia.
Morri em vida por muitos e muitos dias, passei a tentar apagar
uma lousa que nunca se apaga, mas apenas se abranda algumas partes e poucas
ficam temporariamente vendadas, mas nunca apagadas como eu queria.
Sim, sim e sim; por mais que não possas acreditar eu fui realmente outra pessoa.
Não eu nunca mais permitirei me tornar aquele monstro que não tinha vida social,
que não tinha tempo para o tempo, pra si, pra a calma, pro amor, pra não dor.

Eu não posso reeditar o nosso tempo, quero que saibas que ainda te sinto.
Que o amor é algo simples.

Ele nada pede.
Ele nada impõe.
Ele nada sofre.
Ele nada antecipa.
Ele nada morre.
Ele nada chora.
Ele nada sangra.

Não posso voar sem antes cair.
Eu cai e agora posso voar.
Se já está a voar com outrem.
Eu irei além dos céus: além.

Leandro Borges
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