29 de abr. de 2009
Lembrança branca
Não fala de amor assim,
pois de amor assim não pode ser...
Deixa de ser o que não se é.
O que não se sente.
Me deixe sozinho.
Uma vida deixada em vão.
Suspende o traço em cima da tela.
Diz que não vive, diz que não sonha...
Tocou outro dia um samba bonito, tão bonito...
Aí eu lembrei de você.
Lembrei do teu rebolado ou não.
Lembrei da minha sorte.
Da nossa insanidade de fantasia.
Da nossa mocidade.
Intensidade.
Vontade.
Amizade.
Cumplicidade.
Do nosso tesão.
Do teu blusão...
Daquele verão...
Ah que verão foi aquele!
Leandro Borges
Pleno, um
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experimental,
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Acompanha o voo das aves com os olhos.
Ouve a brisa leve no rosto, sente as árvores conversando, sente o odor da natureza pungente. Corre o pensamento sorrateiro, dança para toda esperança, deixa mais uma vez a melodia tocar, os lábios tão incertos pairam nos desertos de um paraíso escondido. A lua flameja e águas trazem o coração. As nuvens relaxadas deitam nas ondas distantes, falam para as dunas muitos versos, doces, baixinho. Vive dentro de um quadro, percebe o instante da vida, cores contrastadas, luzes e sombras afloradas, o pensamento para no tempo, mergulha no momento, volta com o vento. Para, com mil braços abraça, novamente o sente. Sente-se um.
Leandro Borges
Corre a vida
Um passo fora do espaço.
Digo que fui um.
Não pise na grama.
A tarde e a noite transadas.
Manofaturo meu fururo.
Teço no aqui e agora.
Sai, de uma esfera para outra.
Um subito espasmo no tempo.
Vê num flash toda a vida.
O pouso da memória
No porta-aviões dos sonhos.
Corre, deixar correr,
que essa corrida é merecida,
é digna e febril.
Tangueia no Samba e
Samba no Tango.
Leandro Borges
23 de abr. de 2009
Sozinho, Bar cheio
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eu
Na mesa fria
vazia
não encontro o amor.
Tenho a vontade de conhecer-te
errada
de tantas erradas estou farto.
Errado, errante sigo em curvas
tortuosas e labirinticas.
Não vejo retas as paredes desse bar,
todas me parecem envergar.
Se contraem e expandem freneticamente.
Bebo um mar de cerveja, pouso em uma ilha
e não encontro mais ninguém.
vazia
não encontro o amor.
Tenho a vontade de conhecer-te
errada
de tantas erradas estou farto.
Errado, errante sigo em curvas
tortuosas e labirinticas.
Não vejo retas as paredes desse bar,
todas me parecem envergar.
Se contraem e expandem freneticamente.
Bebo um mar de cerveja, pouso em uma ilha
e não encontro mais ninguém.
5 de abr. de 2009
Banho
Água cheia de vida
Escorre através e veste o corpo
Protege e nutre
Equilibra
Revigora
Tenho alegria no teu leito
Tenho alegria no meu peito
Caminho o caminho
Passo o passo
Gota a gota
Brilha intensamente
Refletidas imagens
Água viva
Cercado como um túnel de luz
Rolam águas de uma nova vida
Onde as grande águas moram
Onde todos os rios moram
De todos os planetas
De todo o universo
Todos eles se encontram
Onde tudo flui
Onde tudo há.
Leandro Borges
3 de abr. de 2009
O teu perdão
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eu
Não há casa pra morar
Eu não vivo mais
Eu não vejo mais
Eu não sinto mais
Eu apenas olho
Tua mão na minha face
Meu desespero, torno a adormecer
Minha paz é o teu coração
Me de o teu perdão
A tua mão
Vamos dormir e sonhar.
Leandro Borges
2 de abr. de 2009
O segredo é não te-las e sim convive-las.
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curto
O segredo é não te-las e sim convive-las.
Leandro Borges
Leandro Borges
Um dia acontece
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curto,
experimental
A grande verdade é que ainda procuro,
E nessa busca gostaria de não buscar
E sim, que aconteça.
Um belo dia uma seta de luz nos encontra.
Os olhos então param de se perder
Então toda nossa geração olha e encontra.
Não por estar procurando
Simplesmente a paz se instala nos corações
Milhares de corações em par se fundem
Encontram unidade, se repelem, se atraem
Se completam, se antagonizam
Choram, sorriem, brigam, conciliam,
Explodem, abraçam, quebram, reintegram,
Plenos; completam juntos em par a caminhada da vida.
Leandro Borges
Um pano branco a espera
Labels:
experimental
Foi sorte?
Foi destino?
Foi acaso ou desatino?
O que vale mais:
Um passado glorioso ou
Um presente glorioso?
Passado, não é passado quando o vídeo da vida
É ainda rodado no presente.
Memórias não são passado
Enquanto não forem esquecidas
Como um rolo que vira em pó, uma media deletada...
O projetor continua lá, esperando o rolo,
Será o antigo ou o novo filme da próxima sessão?
Leandro Borges
Voa distante
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imagens
Instante voa distante
Vitória da memória
Resgata o infinito
Tece com vozes o alvorecer
De uma chama de flores
Infestado de um enxame de cores.
Um coração transborda dos ventos da paixão
Transfigura a própria vida e sintetiza em canção
É um caminho simples.
O resgate da pureza.
Faz um laço de carinho
Unidos por um só coração.
Esvoaçam as correntes dos destinos
Tintilam com os sons sinérgicos
Tramas de vidas outrora desconhecidas.
Uma dança entre os dados de Deus e o amor.
Ponteiros
Lugares
Pessoas
Eterniza este momento por inteiro para lembrar
todos os dias que uma noite foi plena, única e mágica.
Leandro Borges
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