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10 de fev. de 2010

entre sete dias e sete notas musicais


as vezes eu penso pra falar
as vezes eu falo sem pensar
tem vezes que eu escrevo pra não dizer
tem vezes que eu lembro tentando esquecer

mas não dá

entre sete dias e sete notas musicais

metade de mim é dó
metade de mim é sol

metade de mim é lua
metade de mim é sol

eu cansei de ser aquele:
dócil e desprotegido
se trago hoje espinhos
é porque ontem bebi mel envenenado
assim como as rosas que são belas, mas machucam

a maldade da vida hoje é maquilada
por isso todo doce é rejeitado
por ser doce
pois um doce assim tão doce não pode ser
o bom não pode ser assim... de mão beijada
logo algo tão bom só pode esconder um mau

as mascaras caem...
tu tens essa forma disforme...
eu devo ter sido uma gosma pra ti

agora entre saber e especular... prefiro olhar pra frente
e certamente você não está lá

no meu futuro eu vejo uma cidade
são montanhas muito altas
e quando se chega perto, elas são mais altas ainda
são os grandes mares, com muitas sequências de ondas
um alto mar, onde cada peixe vive como pode

espero que esses espinhos me protejam também em alto mar
a lua que carrego, deixo guardada no lado esquerdo
o sol que carrego, deixo ao centro do meu ser
a cruz que carrego, deixo guardada no lado direito
as estrelas que carrego, essas explodem e eclodem por toda a minha pele

Eu com essas notas musicais...
dói, mas vai iluminar

Leandro Borges

9 de fev. de 2010

dois-prá-cá-dois-prá-lá num mar de ilusão

Eu gosto tanto de ti
que eu sumi da tua vida
sumi da minha vida
sumi dos bares
sumi da poesia
sumi dos luares
sumi da boêmia
sumi do meu apartamento
sumi da minha cidade
sumi do meu chão
sumi do meu padrão
sumi pelas ruas desertas do meu coração

falta muito o pão
deixo as migalhas pros outros
eu vivo de emoções e não restos de sentimentos perdidos
deixo as migalhas nos labirintos dos corações de outréns

fala de um possível amor comigo baby
mas me fala com muito ódio, um ódio capaz de matar essa dor

acho que gosto de de nenhum santo
vai ver que é assim mesmo

quanto mais se zela, mas alto vem a punhalada pelas costas

e sabe ela nunca veio me ajudar, e qual garota de ações perfeitas faria?

o no teu fel sempre há um mel, e como é bom viver nessa ilusão
vivemos a noite, pois ela é ilusória, esconde rugas; esconde verdades
é um palco perfeito pra um ostentar
pra um falso olhar
um falso amor
há como maquiar a dor, um olhar de menina

a luz do dia, olhos de depressão
todos vêem a tua sangria, uma vampira fraca

te fortalece no mundo interior, cravejado de brilhantes
com muitos caminhos tortuosos pela lua, e como brilha

é feito de anel brilhante... um colar

segue ao vento sibilante
ouve sua voz
dança um samba
num mar de ilusão

vai
vai
vai

dois-prá-cá-dois-prá-lá

nenhum santo pode proteger aquilo de que também é feito
almas vazias
santos vazios

o mar da ilusão prolonga os seus tentáculos
e não me pergunte nem como nem porque

a tua vida, é assim

não deixa ninguém sair, porque é agora que vai começar a tirania
olha pro lado e não vê ninguém, no outro lado também
deixa de ser criança
que criança não és
é tudo de mentira
não tem alegria
não tem nada

fala de tantas cores
e onde está a cor dos olhos dela agora, hein; baby?
hahahaha

agora é eu que tenho que rir... vai procurar a paz num templo budista vai...
meu bem
me poupe de todas as tuas idiotices

estou farta
como pode um homem andar de quatro?
pra mim basta

vai, vai... coloca mais uma camisa pólo azul marinho e vai.

Leandro Borges

3 de fev. de 2010

Marinho

é como o mar esse bar
o mar traz
o mar leva

Leandro Borges
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