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25 de nov. de 2021

Rila , não me julgue tão cedo

 

 [Ler ao som de Marília Mendonça - Troca de Calçada]

 

Rila , não me julgue tão cedo. Tu não percebeu que eu sempre fui o mesmo, e ao mesmo tempo muito diferente daquilo que o sistema tentou me transformar. Sistema que destrói coração, mentes, saúdes e vidas.Eu ainda sigo fugindo do padrão doentio do sistema, como sempre. Mudei muito a minha forma de encarar o mundo. Não há porque carregar pesos que não são meus. Não, eu nunca fui esse cara estressado que tentaram me impor. Não, eu não mais reclamo de tudo, isso era apenas um comportamento parental criado pelo exemplo em casa. Mas eu mudei, mudei muito e claro que algumas coisas continuam iguais.

Minha vida tem uma coleção imensa de feridas, de cicatrizes, de traumas e bullying, mas tu não sabe nem um terço da minha história. E eu me lembro muito bem tu meu sonho, e tu em calçada oposta, e me via com desprezo. Olhos que apedrejam a minha alma. E acredite, eu choro, e como dói. O nojo da tua cara.

Sigo, com meu coração, congelado, mas ainda vejo o sol todos os dias, tenho a esperança de uma grande primavera me tirar de tudo isso. Eu era apenas um rapaz, com ainda esperança, com ainda vigor de vida, um vigor de amar.. e agora o que sobrou?

É óbvio que eu já pensei em me casar um dia, mas com a pessoa errada, por desespero; jamais.

Sim, sim, eu me sinto levado partes de minha vida, sim, sim, eu sinto ainda as lembranças de quase-amores que se foram, como a espuma branca do esquecimento lento e certeiro. Como uma foto, nossa, toda colorida, toda derretida, toda escorrendo cores, toda ela com as cores a se mesclar, em uma profusão de cores, borramos as vidas derretidas em cores, e cores e mais cores e um transbordar de cores.

Me sobraram as cores: e isso me basta


Além dos pixos, além da poesia concreta fria, além dos grafites e murais. Além das Urbes e Rurais.

Abraçado em árvores centenárias.

Me sinto em casa.

Apenas dos calos, ainda sido tocando a vida. 

Como um feliz Marinheiro feliz: em mar revolto.

Como um feliz Redemoinho, ventando água por todo sertão da alma.

Como um beija-flor de cristal, fazendo a revolução em cores, vida, dignidade e nutrição. 

Como um super-heroi lado C, libertando as almas e abrindo espaço pra vida abundante em arte.

Vivendo e latindo a beleza em estado da arte, pois é de arte que é feita cada atomo do meu corpo e luz.

Sem medo de viver, sem medo de ser feliz!!!

20 de nov. de 2021

 your faith has got to be greater than your fear

2 de nov. de 2021

Relampagos de Memória da Infância

 

Como em uma eterna tarde de minha infância, volto na memória pra me lembrar de tanto coisa que aprendi ao morarem uma casa, com pátio, gramado, horta, árvores, mascotes e alegria.

Volto pra poder olhar por um segundo, tudo ao redor, em 360º ver toda a vida vibrante daquelas tardes.

Aprendi a subir em árvores.

Aprendi a buscar minerais.

Aprendi o valor de uma amizade.

Aquela sensação de o tempo não importar de existir, e quando se vê o tempo voou. Bricavamos como se não houvesse tempo. Apenas quando alguém de fora nos avisava parávamos. Essa sensação de tempo correndo veloz, faz tanto tempo que não sinto.

Alias lembre que sempre que estava tudo tão bom e mágico de especial o momento, o tempo me escapava pelas mãos. Como o tempo tem a qualidade de areia e vento ao mesmo tempo.

Como pode o tempo nos ser assim tão cruel?

Talvez seja por isso que busco esse segundo congelado do passado. Onde as memórias coabitam com nossas falsas memórias.

E por vezes o nosso pensamento pode encrespar es já não sabemos mais pra que rumo tomar. Perder a bússola e ficar a esmo no caminho. Perdido muitas vezes em emoções tão grandes, que de ansiedades me estouravam pânicos e eu não sabia nem identificar. Apenas escutava para parar de roer as unhas.

Contrastando a essa dor tinha a alegria de estar em lugar novo a explorar. Aprendi pela força do destino ser um explorador de gramados, de quadras, de obras em construção, em obras abandonadas. Aprendi a explorar sozinho esse planeta por vezes hostil e frio. Alias, foi no frio que minha infância tomou corpo.

A solidão que por vezes me bati, que me fazia chorar rios, ao encontrar com amigos, todo esse mal ia embora.

Mas o que é estar só?

O que é a dor da solitude?

Qual é a cor da solidão?

Com quantas ausências se faz uma solidão?


Minha infância ainda vibra dentro de mim, como um mil sóis a resoar na minha mente solar.


Lembro das tardes com aquela mescla de frio e calor na psicina. Uma cidade fria, mesmo no verão ainda é fria, para um não-nativo dessa terra. Lages é feita de frio, geada e pinhão.


(Continua)

























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