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24 de jul. de 2013

São muitas ondas

Passam muitas ondas por mim.
Há tantas Marias, tantos lugares, tantos andares.
Há tantos olhares e tanta gente.

Aquela que sofre, que vai a luta.
Aquela que resiste.
Aquela que lembra e escolhe a corrente do tempo.

Onde foi parar, campo ou cidade?
Tão pequena, as vezes: flor.

São estes caminhos de muitos caminhares, tanta passagem.
E passam a cada dia tantas mulheres pra outro lado do rio.

E os tempos que mesclam os tempos das cidades, mesclam as Marias, mesclam escritores, mesclam rios, mesclam cantares, mesclam olhares de tantos e muitos e diversos ares.

Tantas regiões e tantos folclores desse brasis no berço de Maria Paulistana.
Na cidade que colhe todos esses tempos, cidade que colhe todos esses Personagens.
Na cidade que colhe todos esses lugares, cidade que colhe todos essas culturas.
Na cidade que colhe todos essas cidades, cidade que colhe todas essas religiões.

Tão grande, as vezes: primavera.

A cidade que veste na mulher uma farda grossa, vão, que deixa seu Ari sem encontrar Maria.
Oculta o encontro, a revelação, e Maria continua só.

Maria melhor só ou sofrer com constantes tundas?

Sova do empregro, sova da política, sova dos patrões, sova do conjuge, sova do patriarcado.

Até quando desigual?
Mulher, mãe, filha, avó, tia, prima, irmã: cidadã.

Que arsenal enorme que tens Maria, realmente mais uma mulher sobrevivente deve ter muitas armas, ou então morre.
Será preciso mais uma grande onda?

Leandro Borges

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