Porto Alegre distante, quase esqueço as saudades, mas dai me lembro.
A tua cara, a tua vida, a tua fala, o jeito de ser.
Sinto falta da tua alegria em mim, do teu sol sem fim, das tuas gurias a me olhar, da tua suavidade de ser que só.
Agora reconheço.
Teu preço não está na grandiosidade, mas está na tua leveza de sorrir, que aqui eu vejo só peso. Onde meu coração era um guri feliz, que sentava feliz na grama contemplando o sol.
Onde a alegria aporta no meu coração, é em que deixo a âncora da minha glória. Onde minha sina é lembrar novamente de ti ao longe, e por onde meu peito não esconde o bater o coração desesperado batendo feliz.
Se Porto, se Alegre, se segue.
Leandro Borges
21 de mai. de 2011
16 de mai. de 2011
Dentro e fora: um deserto
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experimental
No submundo da minha vida vejo as coisas flutuando que perdi. Fico submerso de uma nostalgia sombria sem identidade. Passo da idade, passo do limite, sem freio e sem caminho. Vergonha de ter os traços mal desenhados, disforme. Nada me consola, os ponteiros de cada segundo me cortam, a cada movimento, mais profundo. Em seu nublado e poluído céu, alegria é engordar. Tenho pressa de ver luz. De ver o Sol.
Vejo meu mar, de longe passam barcos.
Vejo meu céu, de longe passam estrelas.
Vejo meu chão, de perto tanta lama, tanto frio, tanta sombra.
Vejo meu porto, sem lugar; passam muitos portos por mim.
Bolhas de sonhos estouram, estou sujo de tanto sangue de tantos sonhos mortos. Sinto asco do hipócrita mundo; dessas pessoas que julgam as pessoas pela beleza e a forma de ser.
Onde o céu derrete.
O chão desaba.
As cores grisam.
A água some.
A terra desertifica.
O ar corta seco.
O fogo faz a festa.
A lua some a noite, de dia o sol ruge. Onde os abutres rastejam e os ratos voam. Onde o sangue coagula e a pele arde. Onde os anjos fogem e as bestas renascem. A cachoeira de lamentações não para. O rio de dor corre solto. Sem esperança. A depressão faz seu sarau. Onde se presenteia com espinhos, sem flores.
Onde os amores comem corações.
Sem paraíso.
Sem cor.
Sem luz.
Leandro Borges
Vejo meu mar, de longe passam barcos.
Vejo meu céu, de longe passam estrelas.
Vejo meu chão, de perto tanta lama, tanto frio, tanta sombra.
Vejo meu porto, sem lugar; passam muitos portos por mim.
Bolhas de sonhos estouram, estou sujo de tanto sangue de tantos sonhos mortos. Sinto asco do hipócrita mundo; dessas pessoas que julgam as pessoas pela beleza e a forma de ser.
Onde o céu derrete.
O chão desaba.
As cores grisam.
A água some.
A terra desertifica.
O ar corta seco.
O fogo faz a festa.
A lua some a noite, de dia o sol ruge. Onde os abutres rastejam e os ratos voam. Onde o sangue coagula e a pele arde. Onde os anjos fogem e as bestas renascem. A cachoeira de lamentações não para. O rio de dor corre solto. Sem esperança. A depressão faz seu sarau. Onde se presenteia com espinhos, sem flores.
Onde os amores comem corações.
Sem paraíso.
Sem cor.
Sem luz.
Leandro Borges
14 de mai. de 2011
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