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30 de out. de 2012

Apenas o começo


É mais de cem horas, é mais que um infinito
É mais que mil instântes, é mais do que distante
Espaços tão longínquos e tão vazios
São tantos não-lugares a percorrer, são tantos não-dizeres a escutar
São tantas pessoas presas, tantas pessoas dormindo, tantas pessoas cegas-surdas-perdidas... anti-vidas
MegaFuracões
MegaCiclones
MegaTempestades
E mais do que transbordo, é mais que inundação
São mais do que um milhão de tragédias, são mais que bilhões de aberrações
MegaZombies
MegaQuimeras
MegaDemônios
Legiões de sugadores de energia, legiões de bilhões de megatempestades de megapesadelos

A MegaÁrvoreDaVida em um filme-cíclico-gerador-eterno-de-frutos: pendurados-mortos-suicídas-nativos!

A MegaÁguaMangedouraTerraAstronaveArVidaPlanetaMãePai Urra um Pranto Descomunal!!

Escancarada os portões dos infernos:
É lama radioativa-incandescente-ácida-viral-atômica-bacteriana-transgênica-insana!!!

Leandro Borges

6 de set. de 2012

8 de ago. de 2012

amora - 8 de outubro 2007

8 de outubro 2007

é, é estranho
é bem estranho

eu imagino que seja um certo tipo de refugio
como uma naufrago que volta pra ilha
que não se acustumou com a realidade do continente
aquele naugrafo que prefere ser naugrago rodiado só de agua
que vive em terra firme, firme continental
e fica sonhando na sua propria ilha sem conviver com ninguem
só ele e a ilha
é aí que tá a babaquice toda, é aí que tá a burrice toda
ele e uma ilha
uma ilha
uma ilha deserta
só por se tar na ilha é um erro, um erro absurdo
uma fuga burra, ignorante e medrosa fuga a dois
é um enclausurar no proprio erro
é um ilhar-se e ficar rodiado de um nada profundo
agora atravessar o mar, sair da ilha ai sim
seria, deve ser um surto de inteligencia

agora indagam a minha porque?
eu disse simplesmente por um soluço?
por um soluço eu não
eu não crio vínculo, né?
não assumo compromisso por um soluço
não, olha pra mim esse tipo de coisa tem que ser algo forte
tem que ser uma pessoa que eu admire, que eu goste
que não por uma via racional
mas por sentimento
inteligencia emocial
e algo me diga que, que é aquela pessoa, sabe?
que, que , que tenha a ver
que goste, que goste de tá junto, que goste de conversar,
que goste dos pensamento, que goste do universo dela
ou que participe do que a pessoa tenha
aiii
eo convivio, pelo menos que seje, que revele
que seje pouco mas que revele
não por um suspiro não
não
tem que ser algo forte
o olhar tem que dizer muito
eu gosto de pessoa com personalidade, sabe?
que seje... é que tenha gostos, sabe?
que não seje pacato tb
fechado demais
ter gostos fortes, sabe?
ter opinião, que saiba argumentar.
sei lá, que seje leve também.
que goste de ri e falar basteira
que fale merda, e que não crie neura, não crie tanta complicação
que crie tanta regrinha pra vida, uma pessoa leve, que admiro a força
pessoa que vai atrás, que busca, que não tenha cheio de nhenhenhé.
um soluço defenitivamente não tem como ter compromisso, sem gostar, um gostar crescente
que se veja furuto, que se veja luz no fim do tunel, por ai
agora, essas pessoas que um soluço serve, uma ilha deserta serve
eeeh
eu fico besta, fico pasmo, realmente eu não entendo, e isso que não tem nexo me causa
absurda, me causa um desconforto, não cabe, pra mim não serve

agora, de tanto comer maça
não sei quando eu provar eu vou reconhecer o gosto da amora
sabe o gosto da amora, eu realmente não sei se eu vou reconhecer
por que eu posso tá provando, amora
mas não é amora.. é pessego, pessego!
sim, porque...
comendo maça, maça e aparece outra coisa, vou pensar:
nãaããããooo...
eu conheci uma vez isso, é amora
mas não, pode ser um pessego
eu tenho medo de ter esquecido qual é o gosto da amora já
isso me causa um frio interior
é estranho
parece que o ar
o ar fica líquido em volta
os pensamentos flutuam
é o uma realidade fantástica
aonde os pensamentos se solidificam
onde tudo fica mais claro
ou mais turvo
dependendo do tipo de água
dependendo da origem
eu realmente queria, voltar, ficar só com a amora
deixar de lado todas as maças
dizer: muito obrigado mas eu não quero pessego!
não

Leandro Borges

8 de jul. de 2012

7 de jul. de 2012

Liberto e Liberto


Liberto e Liberto.
Ó, amor liberto, quão diferente és.
Melhor forma de amar: liberdade enfim.
O enclausuramento dos sentimentos dói.

O vôo livre, simples e lindo é.
Sem prisões, sem cobranças e sem doenças.
A intoxicação do amor é um sacrilégio.
Cego em não ver a própria doença.

O amar em liberdade é o caminho da paz.
Flutuar tranquilamente entre o ruído e a pressa.
Quero sempre essa paz, sempre feliz: em paz.
Gosto da naturalidade e sei que ela é boa.

Laços envolvem os corações e como balsamo.
Sem feridas, sem cortes, sem magoas; somente confiança.
Sempre em liberdade vai, os corações vermelhos flutuam
não há corrente entre eles.

Sem parasitas, sem sanguessugas,
sem doença entre eles, sem dependência mutua,
sem muletas sem dominações, sem jogo sujo, sem vampiros,
sem wendys nem mesmo peter-pans.

Como é feliz viver livre assim sempre vou.
Vou indo, crescendo muito, mais muito mais rápido.
A vida muda ao se tornar realmente livre.
E amor liberto é uma dádiva transbordante.
Felicidade me toma os lábios, de orelha a orelha.

Gosto do gosto os ventos.
Gosto do cheiro do pampa.
Gosto do pala nos meus ombros.
Gosto do corpo aquecido pelo mate.
Gosto do tribular dos meus cabelos ao vento.

Corrida ao vento, sigo nobre.
Pouso em terreno firme e justificado.
Face se torna branda e afável: limpa.
Descubro a criança nos interiores profundos.
Sempre sigo a sua direção, sabia simplicidade.

Contente, irreverência, ausência do ridículo.
Agora vôo sempre para o infinito.
Azas e vorazes no furacão.
A chama que me arde, astuto ó grande coração.

Brinco com o tempo, mas mesmo que se vá
não tenho medo, sempre vêm para o bem.
Tempo mano velho, tempo seu irmão.
Fortes vidas, fortes lições: clarão.

Leandro Borges

Vento e Fogo


É o vento soprando à cantar.
Um pano de mesa a tribular.
Rodopia as roupas no cordão.
Faz da calmaria bucólica: agitação.

Desfigura a face do pássaro estradeiro.
Sobe das flâmulas para acariciar o vento.
Corre o pampa como rastilho matreiro.
Fogo de luz inflama e corre contra o tempo.

Faz da pequena brasa um imenso fogarel
e da chama calma um incendiário cruel.
Para coração apaixonado: a loucura.

Vento: grande e ímpeto parindo a vendaval do novo.
Fogo: guerras e revoltas contra a tirania infame.
Para o amante alado a ardente doçura.

Leandro Borges

O pampa encantado

Encontrei nas matas, na selvageria, as flores de um outro lugar.
De um outro tempo.
Soube que era do outro lado do rio.
Eu vi cavalos correndo, gauderios quase voando.
Vi prendas e muitas guirlandas de flores.
Vi bandeiras vermelhas rasgadas, brasa nos olhos.
Sei que perto da fogueira escutei muitos causos.
O céu mais bonito que vi nesses últimos duzentos anos.
Era de outro lugar aquela prenda.
De poucas falas, de um jeito tímido de ser prenda.
Sua veste negra, parecia uma guria crescida de luto.
Mas não, eu via o brilho dos seus grandes olhos.
Cabelos tão lisos, tão longos e tão negros.
Um ar misterioso de se esconder em seus véus negros.
De poucas palavras e olhar profundo.
De sorriso de canto e de fala doce e serena.
Era de uma outra qualidade de prenda.
Dessas que não é sempre que vem até estes pagos.
Sentou ao meu lado e me olhou de canto de olho.
Senti a sua energia encher as minhas marés,
mesmo este velho marujo se espantou,
pois era um mar de outro lugar.

Sei domar cavalos e mares.
Sei cantar dores e flores.
Mas senti um arrepio na alma ao ver aquela prenda de pele mui branca.
Não encontrei no céu a lua.

Era o seus olhos gigantes, engolindo o meu horizonte.
Em seu olhar mergulhei.
Um olhar-luar derretendo ao mar.

No pampa sem tempo-espaço de um horizonte infinito,
eu vi deitada servindo a contemplação o corpo nu da lua.

Leandro Borges

5 de jul. de 2012

Riscado pelo mundo


Me sinto um ser inútil, sem razão de existir.
Em um mundo avesso pro meu fazer, não sigo em acordo.
Cansado de não ser valorizado pelo trabalho árduo feito.
Sigo sem moedas, ou pior moedas emprestadas.
Sigo triste, sem imagem, sem dignidade, sem família e sem amigos.

Reprovado mais uma vez pelo caminho, sou um inútil que tenta provar para consigo que não.

Cansado de tantos sonhos amarelos, de tantos castelos desmoronados...


Subvalorizado, me sentindo menor.. passo por homens que dizem que irão ajudar.
Fico sozinho num canto, sem ajuda e sem valor.

Parte de minha alegria morre hoje, me sentindo um lixo.
São lixos multiplicados, estorvando o caminho da humanidade.
Um lixo sem reciclagem, sem finalidade... deixaram-me apodrecer até virar não-adubo.

Leandro Borges

17 de jun. de 2012

Sem Pena

Um mundo pingado de coisas.
Muitos pontos e muitas partes.
Muitas memórias em desassossego.

Meu peito bate quase feliz.

Eu olho pra tantos lados, pra tantos lugares.
São tantas realidades e tantos contrastes.

Meus olhos quase choram.

As ruas quase ruas.
As estrelas quase estrelas.
As casas quase casas.
As pessoas quase humanas.

Andam com tanta pressa e tantas rugas de mal dormir.
Andam com tanta fome de dinheiro e tanta falta de vida.

Se eu vejo a tristeza alheia, como posso passar alheio a tudo isso?

São rachaduras de um corpo.
São dormires de andar de pé.
São solas gastas de muitos quilômetros.
São fomes de comer frio e vazio.

O céu deveria ser azul.
A água deveria ser limpa.
A vida deveria ser feliz.
A arte deveria ser viva.
O dinheiro deveria não ser Deus.

Leandro Borges

8 de mar. de 2012

Poetizar espaços é alargar o tempo


(Mundo Jovem p.8)
Vive-se, hoje, o tempo da não-poesia. O desmembramento entre magia e vida é uma das marcas de nossa era pós-moderna - era de fragmentação e fragilidade, em que a indústria cultural esmaga o ser humano. Em épocas como esta, é contraproducente o viver poético. Não é possível combinar a harmonia da palavra mítica, que rememora o paraíso perdido, ao caos dos dias em que vivemos. É o tempo-flecha, o tempo-ponto, abismado em si mesmo, sem fronteira nem horizontes.



Muitas vezes ouvi: “poesia não vende, para que insistir?”. Insistir é resistir. É ferramenta em nossas mãos. É contrapor-se aos ventos de agora! Coordeno um movimento que publicou 26 obras em três anos, todas de poesia. Apenas três não estão esgotadas. Criamos cooperativa de poetas. Reúnem-se cinco, dez e até mais de 100 poetas. Publicamos, dividimos em cotas e cada um vende os seus livros. Funciona, e é muito bom! Nos lançamentos, vários se reúnem, seguram o tempo nas mãos e controem uma supra-realidade: recitam, falam de suas vidas, criam e recriam o mundo despoetizado. Nossa vitória sobre o mundo mecanizado e capitalista é sorrir diante da obra que retém (no papel) e liberta (para o outro) o nosso dizer poético. A necessidade de se expressar poeticamente está calcada no ser humano desde tempos imemoriais.

Trabalho Inutil ?

Não trabalhar poesia nas escolas, é um reflexo da atual conjuntura. A escola, ainda que nem sempre o assuma, reproduz o sistema autoritário e dual. Há iniciativas (poucas, e algumas brilhantes) no sentido de questionar o sistema, enquanto que a maioria preocupase com a formação do indivíduo, quanto mais individualista melhor, com as arraigadas desculpas de que há poucas vagas, que só os primeiros as ocuparão. Criam-se personalidades descomprometidas com a solidariedade, incapazes de conviver harmonicamente entre diferentes. A escola justifica-se pelos concursos públicos e vestibulares.
Uma vez, orientando uma oficina de poesia na 5ª série, um grupo de mães reuniu-se e, entre outras coisas, pediram para não dar poesia, e dar coisas úteis para o vestibular... Na 5ª série? Fiquei perplexa!
Então, hoje já não é possível brincar com as palavras, educar a sensibilidade para apreciar e escrever, porque existe dali não sei quantos anos um monstro chamado vestibular e, em nome dele, quem sabe, essas mães não quereriam que seus filhos tivessem análise sintática na 5ª série?
Trabalhei numa escola em que se desenvolvia a pesquisa-participante (de verdade) Era lindo! Alunos e professores saíam às ruas, pesquisavam a realidade posta e os anseios daquela comunidade. Num segundo momento, os dados eram tabulados em papel pardo. E que cuidado se tinha para manter in natura a fala dos entrevistados, por respeito à sua forma de se expressar. Uma pesquisa mudava o planejamento de dois anos. Era um constante desafio problematizar as falas na sala de aula e, no final, devolver ações solidarias à comunidade. Mesmo assim, havia colegas que entendiam se uma perda de tempo “aquelas bobagens”. Bobagens que mudariam a vida daquelas pessoas... apenas!
Assim é a poesia para uns: uma bobagem! Palavras que falam pela simples ânsia de dizer que existem, pelo simples fato de serem palavras, sem qualquer outro porquê... Agindo dessa forma, o utilitarismo não consegue raptá-las para seu proveito. Elas fluem, pairam, às vezes veladas e, assim, dizem muito, sem quase nada dizer. Mas a poesia não serve, não cabe neste mundo retificado.
Não serve? Não cabe? E porque será que se lê Camões hoje, passados quase 500 anos? E, ao fazê-lo, sentimos uma grandeza de alma? E há quanto já vão esquecidos os cronistas daquela época? Documentos são questionados. Podem ser forjados. Há teses que se ocupam em saber se Homero realmente existiu, mas ninguém questiona da Idíada e da Odisséia, capazes de instaurar um tempo novo sempre que revistitadas.
A poesia é a extrema liberdade do ser, a palavra inquietante, perturbadora. Um amigo confessou-me: queria livrar-se da poesia. Já não era feliz... A poesia não cria uma geração de alegres sem causa. Cria seres profundos, capazes de ler além da letra impressa, além da palavra dita. Quem lê poesia, escreve poesia, questiona a poesia, não perde a possibilidade de refazer-se constantemente, ir ao encontro de si. E não é essa a arte da vida? A possibilidade de, estando no mundo, interferir criativamente sobre ele?
Então, para que a poesia? Porque ainda há tempo de instaurar no tempo um outro tempo. E é a escola (ou deve ser) a instituição capaz de descobrir a riqueza contida na palavra poética, Num trabalho constante e inquiridor, a escola é capaz de instaurar brisa, desmascarar a hipocrisia do tecido social e criar um ser que cristaliza um outro tempo em suas mentes e corações, contando com o poder transformador da palavra poética.



Edinara Leão,
professora estadual, poetisa,
coordenadora do Movimento VirArte,
em Santa Maria, RS.
Endereço eletrônico: edinaraleao@yahoo.com.br
Blog: http://edinaraleao.blogspot.com

Pelas estradas atuais

Deixar meu livre-ser, ser.
Sem dogmas.
Sem vicitudes.
Ligar-me ao ser interior.
Não negar minha sombra.

Sem pseudo: atitudes e sentimentos.
Andar contra o falso vento.
Ser parte sóbrio parte ébrio.
Voltar a falar de flores.

Ou melhor, o reino interior das cores por de trás das flores.
Se falasse de amores também converteria em cores.
Meu ser não pode ser pelo outro meu ser, aprisionado.
Sei que há um guerreiro e um monge em mim.
Assim como um sonhador, um descrente.
Um anjo e um carrasco.
Um menino e um amante.


:Há boleadeiras, rosetas e flores.


Procuro uma grama para deitar ao sol.
Procuro um canto de natureza que me queime, que me mantenha vivo.
Um pedaço de verde, que viva, mantendo assim em mim a chama da esperança.
Um lugar diferente, onde o silêncio é sagrado.

Leandro Borges - 03/07/10

15 de fev. de 2012

Pilulas para o acordar Nº 1

Cansado de tantas pessoas idiotas, vendo pseudo-notícias idiotas.
Uma pessoa na tv chorando pela desgraça, não me abala mais; graças a Deus.

Eles querem manipular e manipulam muito...

Eu dou risada das pessoas chorando a morte de alguém.
Seguir a cartilha que os jornalistas querem?
Não obrigado.

Eles querem manipular e manipulam muito...

É triste ser brasileiro e ver a massa burra seguir os manipuladores.
Seguem letárgicos...

Pessoas que compram a roupa da hora, comem a desgraça da morte alheia da hora.

Eu vejo mendigos e eles mendigam, e é fato; não pejorativo chama-los: mendigo.

Pra ser brasileiro de fato, deve-se assumir o lado bom e ruim do coletivo brasileiro.

E ter vergonha de ser brasileiros é natural, se sentir parte da corrupção é natural.

É assim assumindo o coletivo de representar a nação, que assim nos apropriamos da cidadania brasileira.

Tenham vergonha e orgulho de ser brasileiro, pois somos o lixo e a flor.

Aceitar apenas as coisas boas do país, é ficar cego, e não assumir a culpa dos problemas sociais brasileiros.

Eu tenho vergonha da minha mãe, professora, terceiro grau completo;
ganhar uma miséria.

Eu tenho vergonha de existir igrejas-empresa no país, consumindo o dinheiro justo do povo pra criar templos de ouro e sem amor. Podres católicos, pobres evangélicos.

Sugiro seguir como Cristo, sem ouro e sem templo; de cabelos longos e barba.
Contra a cultura do povo letárgico, com ideias de amor e servidão.

Siga como a flor-fractal, é preciso combater a ignorância da não-consciência.

Leandro Borges

6 de fev. de 2012

Vai minha saudade

Vai minha saudade e diz à ela que por ela meu coração espera.
Diz-lhe num samba-canção que ela volte,
porque assim eu não posso mais viver.

Sai minha tristeza, deixa entrar a beleza porque sem ela não há cores,
não há beijos nem sabores é só solidão.

Se te tenho de regresso, que encanto será, que devaneio seria... não haveriam mais estrelas no céu
todas elas estariam raptadas no vitral dos teus olhos.

Envolto no teu corpo nossos corações se fundirão, voltarão a ser um só; para remediar toda a dor
toda a melancolia que insiste a não sair de mim. Pra acabar com o vazio da tua ausência,
pra na tua flor eu colher a tua essência, o teu amor e a tua melodia em cor.

Vai minha saudade e diz à ela que por ela meu coração espera.
Diz-lhe numa milonga que ela volte,
porque assim eu não posso mais.

Sai minha saudade, deixa entrar a nossa vontade porque sem ela não há música,
não há paz no coração nem um pulsar verdadeiro é só um vazio...

Então, te tenho de regresso, que encanto, ó devaneio! 
Por um instante não há mais estrelas no céu, todas elas estão raptadas no vitral dos teus olhos.

Envolto no teu corpo, nossos corações fundidos são um só; não há dor nem melancolia.
Colho na flor da tua essência, o teu amor e a tua melodia em cor.
É uma canção, é uma milonga, é um samba, é bossa-nova, é maracatu: é Carnaval.

Leandro Borges
Antes de desejar, esteja preparado. (Leandro Borges)

9 de jan. de 2012

Destino num traço azul

Olhe para trás, e vejo o quanto andou.
Já passaste pelo caminho árduo de encontrares o rio.
Navegar pelas enchentes e secas, ultrapassar montanhas.

Agora vem o desafio de bifurcares o rio.

E te questionas se ainda serás o mesmo rio
se conseguirás ser mais de um e o mesmo; sem se perder.

Quando encontras tal rocha, é natural ser mais de um.
Não tenha medo de seres outros, de ser mais.

Um rio encontra o equilíbrio ao multiplicar e ao receber.
Busque os caminhos suaves entre as pedras, caminhe determinado, multi-focado.

Se um dia não encontrares o passo dessa dança, busque em novas pistas.
Sejas verdadeiro e simples, feliz e esperançoso!

Não importa o tamanho do desafio, mas sim a veracidade do amor!

Leandro Borges
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