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22 de set. de 2014

Relatos de outro mundo


Agora quero apenas o teu bem.
Longe de mim, assim não te faço mal.
Minha presença agora te atrapalharia.

Não importa mais os porquês!
De qualquer forma é melhor assim.
Fato é que eu não encarava a realidade.
Pintei um quadro de ilusão para não ver a realidade dura.
Devia ser pensamento mágico, Freud já disse isso...
Vou só lembrar dos tempos bons e de tantas coisas que aprendi contigo.
Vejo que no momento é melhor ficar sem falar comigo, porque te incomodaria... Por outro lado foi bom ter sonhado nesse tempo que passou.
Os loucos e sonhadores são genuinamente felizes.
Espero que tenha te ensinado algo e que tenha deixado lembranças, espero que boas.
Queria que fosse de outra forma, mas assim é melhor pra ti, ficar sem nos falarmos por tanto tempo até o momento que ficares confortável ao ver a minha presença.
Sempre escrevo demais e me exponho demais, alias sou muito intenso, vou procurar moderar bastante. Se falei coisas que discorda, tudo bem, não me leve a mal... Aquela opinião é embassada em experiência de vida, mas deixa pra lá. Releia depois de dois meses ela.
A depressão é algo muito tenebroso, triste e horrível. Hoje tenho raiva de ações que tive, revi minhas atitudes, tenho que por meus pés no chão e escutar e entender melhor o que me dizem, na cara com todas as letras. eu escrevi já muitas coisas tristes, poemas, contos e pensamentos. É tudo culpa minha. Estou cansado da minha idiotice, meu lirísmo idiota, romantismo lunático idiota e sonho de ilusões fétidas.
Isso é comigo. De ti vou lembrar das coisas boas. Não escondo que teve coisas negativas, mas lembro apenas para crescer.

Os galhos curvos, arcados pelo vento. Um clarinete toca uma música mui suave.
É grave e bela. Assim os dias parecem os mesmos para ela.
Seu corpo não reage, é estranho. Não faz muito tempo que ele pensara em uma aventura para temperar a sua vida. Seu único próximo era o seu irmão menor. Tinha dó. Eles eram só e passavam fome. Não tinham nome. Eram filhos da falta de amor.

A grama verde lhe parecia cinza, era uma dor que tinha e gostava de cultivar. O lixo da rua, do seu lar, cresciam. Via a podridão como algo restaurador do universo. É pelo apodrecer que o mundo se renova. Pintura da sua vida andava.
Os ventos e ondas de ar estavam a brincar. Eram estrabulegas. Ficavam a sonhar com mundos de ar, um picadeiro de ventanias. Cachoeira de um dançar, tufão, não era o chão, era aquela massa aérea se arrastando e fulgorando pelos mares dos ares.
O pequenino irmão dela era louco. Uma epifania, uma contradição. Gostava do vento e era atento aos movimentares se seus andares.
Era do alto que avistava a cova rasa de sua irmã. Era seu fã, por ser uma irmã afável. Mui amável, embora nunca demostrase, ela ficava parada, no meio da montanha de lixo, parecia uma bailarina de pernas tortas e renga.
Canção de ninar, metralhadora no ar. Melodia rotineira, era lindo: brincadeira. Uma tuba fazia canção e mais um morto estendido no chão! Tocavam pianos em calda e escorria como enxurrada um sangue amargo de desgraça.
A vida era ótima, em um pais abençoado. Somos todos sequestrados e nossa massa cinzenta espalhada pelo chão depois de um tiro muito amável a queima roupa.
Ela e ele são dois anjos que moram no podre do coração.
A terra brasileira de ladrões que destroem vidas, é lida a chacina.
Crueldade por tanto amar. Banho de drogas pra sustentar a ação.

- É condição humana, se tudo fosse já definido não haveria nada pra ser vivido.

Entenda a grandiosidade do viver, sim é uma interrogação mas não de tristeza e sim de beleza e alegria.
Ria, sempre ria. Por mais que o mundo te de motivos pra chorar.
Chore um dia.
Triste mais um dia.
Em depressão em outro.
E só mais um não resolvido.
Então ao resolver, a dor se vai, vai o choro, sem tristezas, e os amargos dias se tornam doces.
São meses de alegria num ano, e apenas semanas para resolver. Muita valia.
Somos cria. Crie amor, compartilhe; minha completa vida não é desse mundo. Não me importo.

Leandro Borges
Cuidar e proteger, e não ter medo.
Buscar a força, mesmo estando fraco.
Permanecer cuidando.
Não se importar com os ruídos.
É difícil, mas é preciso lutar outra vez, e com mais cores.

Dançar mais uma vez a valsa, não tão bem compassada,
mas com a gana de não soltar as mãos,
não pisar nos pés, olhar nos olhos profundamente,
seguir a canção e dançar vamos.

Mesmo que num samba feliz, dancemos uma valsa triste.
Mesmo que a estrada pareça torta, sigamos.

Lembro de como fui feliz sempre que furei a tristeza
e embalado pelas valsas tristes da vida me permiti sonhar.
Me permiti realizar e fazer os outros feliz.

Ver o brilho dos olhos, e fala tão feliz, como me fizeste feliz.
Sei que Paris te fez me lembrar de mim, feliz também ficaste.

O desejo que me deixaste de ser tão feliz e tão feliz busco ser,
mas como há curvas nessa estrada e me pego a chorar.

Como há tantos sois em tantos dias se pondo tão lindamente,
e eu percorrendo entre ponteiros, sem poder ligar pra vida.
Preso em concretos, asfaltos, ponteiros e compromissos.

Eu tão omisso a tudo aquilo que amo e que faz bem.

Proteger, voar e cantar.

Ao meu cantar, que me salva, sou o pássaro de meus antepassados.
Sigo nessa esperança estradeira de furar o tolo chorar.

Nas próximas leguas dessa estrada, pararei mais aos poentes,
as cachoeiras, os amores brandos, as olhos estrelados, tão ao lado.

Com minhas ideias tão revolucionarias nem por um segundo
quero arrancar lágrimas nem dores em ninguém.

É pela alegria que luto, é pelo frutífero caminho que prezo.


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