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20 de dez. de 2010

Das quimeras brasileiras


Minha vida transpira alegria
Sorve emoções mil
Transborda todo amor que houver nessa vida!
Somos muitos e seguimos!

Onde vês vazio, vemos poesia e imensidão

Somos muito mais que teu sonho vão
Sou poeta das quimeras brasileiras
Sou poeta que canta flores
Meninas, mulheres e cores

Canto sabores que nunca conhecerás

Me deste alimento infinito
Minha criação em sobra transborda em letras e versos mil

Eu sou a derrota de muitos, pois sou apenas um peito aberto que sente a vida
Para quem perde a alegria de viver eu sugiro morrer e nascer

Leandro Borges

Suposta-evolução não-sustentável


Os santos são falsos nas bocas alheias, cheias de prostituição

Não faças do vôo a perdição

Sigo leve
Sou amor

Livre e consciente

Sou dança, sou alegria

Tu és muito aquém dessa sabedoria

A vida é muito maior que um golpe

Preciso de flores

A doença do mundo é o teu coração de lodo

A vida leve segue a doce canção

Sou brisa
Sou poeta: simples mortal

Farpas apodrecem na tua boca, tua inveja é teu lodo

A justiça é forte e certa
Soterrará todo o lodo!

Somos pássaros-poetas: livres
Sigamos fora da coleira do mundo
O mundo, imundo de dominação e consumo

Se meus olhos choram, é porque não há mais tanta esperança
Somos um caminho sem volta para o abismo insustentável e cruel

Os olhos da medusa-industrial que transformou toda natureza em pedra
sem cor, sem amor, sem vida, sem nada: apenas cinza


Pedra cinza, cimento cinza, aço cinza


Me desgasto sem rumo
numa cidade perdida
com um coração de pedra

Medusa cruel que matou toda cor
matou todos os sonhos, as lendas, os mitos

Somos escravos de uma suposta evolução não sustentável, burra e auto-destrutiva

Eu tenho vergonha de viver nesse mundo, nessa civilização

Somos cobaias, bois, manipulados, sem saída!

"Crer-se no progresso não significa que já tenha tido lugar qualquer progresso.
Franz Kafka"

Leandro Borges

Tecendo por uma vida mais digna


Sou mais que sua vã filosofia pode um dia alcançar

Minhas asas são feitas no agora

A minha vida é feita de luz
por mais erros que tenho, busco a luz

Sou leve
Sou eu
Sou apenas genuíno

Persigo mistérios
Procuro almas de coração leve
Vôo com as assas mais fortes
Aprendo com sua astucia e ousadia

Minha vida vence a ferida
Sou mais que superação

Penso nos altos vôos da liberdade
Derreto nas valsas do tempo

Todo o calor ascende as minhas vísceras

Somos brasa
Somos fogo
Somos imensidão
Somos transbordo

Leandro Borges

Coragem de um vento


Furo o vento, o medo, o tempo
A vontade de fazer teatro me faz mais vivo, sigo

Quase corro, quase morro

É uma mistura de respiração ofegante, suor e garra e fome de teatro

Aperto passo, o coração e abraço a alegria

Me sinto leve, confiante e ofegante

Existe alguém mais apaixonado do que eu?

Fazendo malabares com navalhas

Isso é fazer arte aqui

Me corto nas ruas, mas meu sangue berra, não perde força, avança, luta; sonha!

Sigo por avenidas pequenas
Vejo prédios não charmosos
Tecnologia vazia
Olho para meu coração e vejo um charmoso café e três luas crescentes
a mata atlântica e a Amazônia

O teatro dita meu tempo.
Tempo de arte.

Sonho
Canto
Luto

Leandro Borges

1 de dez. de 2010

Renascer em primavera


Cansado de andar por galáxias distantes
longe da minha natureza
todos cheios de pressa
Mesmo entre esses astros vemos tanta lama
e não há fama que justifique
Andamos distantes, em planetas opostos
e não por acaso vejo o outro lado

Deixamos de lado todo luxo e todo lixo
Ambos abomino

Te convido para um não-convite
Recebo o retorno da chave perdida

Voo calmo
Retorno a planetas
Recapturo nuvens
Danço novas músicas
Meu peito se expande em flor esmeralda

Leandro Borges

10 de nov. de 2010

Poção mágica: Água


Água que caia!
Água que caia!
Água que caia!

Chuva que vem renovar

Irriga a minha alma
Lava o meu mundo
Traz a água que nunca para de brotar

Renasço a cada chover
Reconheço o meu ser em cada gota
É simples e cristalina
Há chover para o mundo dar voltas

Ciranda água ciranda
Vem brincar em volta
Encanta
Cai
Levanta
Limpa
Cura
Purifica
Torna-me um admirador de todo fluxo

Me deixa ver a lágrima de alegria cair do olho do planeta terra.

Leandro Borges

5 de nov. de 2010

Autobahn


Se em um átomo o amor eu encontrar
poderia fazer um mapa de probabilidade
de uma flecha lançar
a chance de alcançar

Em algum quartz encontrar
em um lapso de tempo
onde o universo pode ser
finito e infinito

Lanço os dados
abro percepções
capto energias

No rádio toca uma velha canção:
"me quieres cariño"

E entre sinapses e goles de ceva
posso ver um cardume ao nosso redor.

Escutamos em rock nervoso
uma letra desalmada e sincera

Sigo por uma Autobahn tranquila.

Leandro Borges

3 de nov. de 2010

Em outros mundos


Falsos passos perdidos no espaço.
Andando no fio da navalha.

Entre a ferida e a rosa.
Entre a dor e a alegria.

Com tantas vidas e um coração acelerado.

Os olhos brilham.
As vitrines brilham.
As idéias brilham.

: Tudo brilha aos "olhos" de Deus!

No meio da avenida, não sei se vejo o pôr-do-sol ou a garoa.

Meu coração pertence as milhares de cores.
Graças a essa visão tenho a paixão pelo mundo.

As sombras tem muitos tentáculos perseguidores.

Vento forte em corte que vem do norte e do sul.

Nas multi-faces de um mundo, me reparte em mil faces.

Buscando frestas e um pouco de ar.
Onde os paradoxos entram em profusão profunda.

Onde pecados são apenas epifanias infames.
Onde orquídeas poderiam salvar o mundo.

Ao horizonte claramente se pode ver flâmulas vermelhas rasgadas.
Rastejando por entre feridos.
Onde muitas paixões florescem.
O orgulho pela terra, pela luta.

Se um parque pode acolher mais de mil rosas
é onde quero repousar a minha alma;
deixar o espírito livre e a mente aberta.

Um quadro onde as vestes são mosaicos e rostos de ninfetas.
Outro de traços oblíquos e movimentos sinuosos

São chaves que voam tão alto...
As portas são tantas, tantas bifurcações e tantos abismos escondidos...
Onde os mares são sete vezes sete mares, há tantos portos onde parar...

Sem a crença do passado.
Sem a verdade, sem o combustível e sem a dignidade.
Sem honradez, sem justiça e sem valores.

Se as águas vivas param de brotar na nossa irmandade,
procurarei em outros mundos.

Leandro Borges

29 de out. de 2010

novo mundo


No castelo perdido da ilusão
há um bosque encantado
cheio de flores
onde as fadas não se escondem
há um caminho de penas
quem levam ao solar

som de pássaros raros
paraíso sem placas
uma rosa dourada ao centro
brumas avermelhadas
ar doce e águas termais
cristais e artesanato

duendes sorridentes a correr
cachoeiras cristalinas
as emoções voam leve
um suspiro um arco profundo

águas são águas de rei
um reino mais feliz
onde não há princesas ou príncipes

a vida sem projeções, sem visões, sem fantasia

Leandro Borges
cruz.amor.ponto......alegria.ponto.ponto
cruz.cruz.felicidade.cruz....ponto..cruz
ponto.paz.cruz.......ponto...cruz.emoção
cruz.afetividade....ponto.cruz.luz.ponto
saude..ponto..cruz..amizade..cruz..ponto
ponto..alegria.ponto.sucesso.ponto..cruz

Leandro Borges
Estudar as sombras me faz conhecer a luz.

Leandro Borges
Se a vida fosse justa o veneno do imperialismo mataria os ricos.

Leandro Borges
A pior parte de saber é não por em prática.
Na navalha da vida se reparte: arte e dinheiro.

Leandro Borges

O não-vinho


É um vinho que não tem uva
---------------não tem alcool
---------------não tem fermentação

Não há estado ebrio, sem gosto, sem sabor, sem cor.
Apenas um rótulo e só.

Sem nada de vinho esse vinho tem.


E te oferecem uma prova, um copo, uma questão, uma garrafa, uma traição.


Aí então eu lembro do parreiral, do coletivo, do amassar das uvas, do fermentar orgânico, do método e do simples vinho.

Das noites ebrias, da paixão alimentada, da fome viva, a garganta úmida, do olho vivo, das almas conectadas.

Agora chega o ceifador cortando as uvas, as parreiras, as almas e as crenças.

É lilith, tão biblica e aparentemente tão feita para amar.

Tão independente e tão perfeita.

Leandro Borges

No mesmo céu


Abre as cortinas do céu
cai um violino e um figurino

Sem dotes, nem cordas
sigamos atoas
passam garoas e mais garoas
continuamos atoas
sem cenário e posição
faço política sem ponto e visão
sou eu sem lei
sou eu sem rei

A pampa em sampa em uma só tampa.
convoco tradições
cafés e chimarrões
entre viamão e sorocaba
uma só lei, uma só água
sigo
nos invade, nos segue
corro feito fera, gato; lebre.

Eu canto é tradição:

Sem erva não há caminho.
Em teu chão fui criado
sem revolução e gado
não vive o bom peão
bato o arreio no chão
grito viva o rio grande
grito o rio grande viva!

Sem café caminho não há.
Pois no seu chão fui criado.
Em leite, café e boi.
Não vive o bom criado.
Bato o pé no tabão.
berro viva são paulo.
berro são paulo viva!

Leandro Borges

1 de out. de 2010

Sueño Selvaje


Miro las parejas y tengo ganas de llorar.
No hay cielo.
No hay mar.

Es oscuro, sin sol y el pecado.

És solo gris y más gris.
Sin razón... sin fin...
Dónde estoy y adónde voy?

No lo sé.

Solamente quiero vivir una vida tranquila.
Mucha hambre... sin, yo tengo mucha hambre de vida.
Son millones de personas perdidas en mi.

Somos iguales o no?

Quiero un nuevo sueño real, tranquilo y selvaje.

Leandro Borges

18 de set. de 2010

Miscelânea de um quadro


O quadro me deu essa ferida na cabeça.
Me deu, e por um bom tempo não tinha consciência da ferida.
E pra quem é?
Porque?

... por aquilo que se dá a alma, a vida.
Uma ferida seca, amarga.

Uma sala quase vazia...Um bolço quase vazio.

Muitas e muitas noites.
Muitos e muitos pingos de suor.

Da cor que não se vê, mas sabe que foi pra outrém.
Da forma como um olhar domina outro.

Pelo olho que cresce no ego.
Por mais nãos acumulados.
Pela fala de humildade.
Pelo não escutar.
Pelos ignorares.

Nú no alto, no chão de um saltimbanco.
Nú para o gelo ao redor.
Frio de não aquecer o coração.
De espantar o desejo.

Andando cego pelo chão, vejo quimeras e dragões.
Todos tão amáveis com suas coleiras de ouro.
Sigo e tento me manter forte.
Rodopio, tento criar um escudo de luz.

São tão fortes, as quimeras riem e os dragões cospem fogo.

O tudo entra em chamas e eu tento salvar a minha alma.
Entram todos em cena, todos nús.
O fogo queima as falas, queima as marcas.
Queimam as almas de todos.
E sobra apenas um resto de quase não-teatro.
Maquilagem derretendo, falta água, falta ar.


O espelho era pouco e se acabou.


A platéia joga moedas , mas a quarta parede não deixa nenhuma cair.

As quimeras riem e os dragões cospem fogo.

O tom da peça fica ainda mais dramático, o lixo começa a escorrer por entre os personagens, pelas veias de cada um.

Os olhos de duas atrizes crescem com fogo dourado, deixam cair de seus corpos os corações. Sai um líquido preto das suas bocas.

É uma cena não-ensaiada, há bicicletas voadoras no palco, e voa um velho palhaço.

Ele é morto por alguém da sala de comando.

O pano se fecha. E logo após é queimado pelo fogo.

O tom da peça fica ainda mais dramático.

Então os dragões tomam a cena, comem do melhor: os corações que sobraram.
As quimeras fogem.
Um barco surge em direção a favor do vento.
Um sol tão pequeno surge e escorre lodo.

Alguém da última fileira grita:

- Como é bonito ver um grupo de atores sangrando, desenhando com sangue no palco palavras indescifraveis.

Outro da primeira fileira grita:

- Deveriam ser artistas plásticos!

Um amigo da trupe na terceira fileira fala:
- Sucesso!!!

Leandro Borges

14 de set. de 2010

O brilho de uma criança


Alegria de correr... como um bebe crescidinho!
Se embriagar de alegria, pelo simples fato de sentir-se correndo.
Um sorriso simples de criança.

Tão pura.
Tão suave.
Tão inocente.

... e eu tão culpado.


Como pode os anos terem me deixado tão sujo?

Leandro Borges

13 de set. de 2010

INFERNO-SP


Cidade-inferno.
Transito-inferno.
Atraso-inferno.
Dinheiro-inferno - tô pouco me fundendo pra essa merda!

Morra soterrada de dinheiro, poluição e concreto.

Engulam dolares, reais, euros e arrotem ostentação, stress, parada cardíaca e AVC aos 30.

Metrópole da gordura, obesidade e ego: tudo inflado!

Rotina de merda e vida cretina.
Stress, além Stress; cidade muito aquém: cidade sem coração.

Leandro Borges

7 de set. de 2010

São Paulo, cidade escrota


São Paulo é isso, te traz uma lágrima; um rio.
Te aperta, te sufoca, te seca, te consome.
Desde a infância te xinga, te desdenha: não te dá atenção.
É poluído... de dor, de desgraça, de vaidade - te ilude, te inunda de carbono.
Nos poros.
Nas vísceras.
No pulmão.
Na alma.
No coração.
Muda a tua natureza, te faz escravo do sistema.

Vai um dinheirinho aí?
Quanto vale a tua alma?, a tua família??, a tua dignidade???

Leandro Borges

25 de ago. de 2010

Ana Esmeralda

São olhos firmes.
Formas curvadas e nuancias.
Corpo sustentado.
Feito em escultura móvel.
Com arrojo e encantamento.
Cria um corpo-curva.
Pisas firme, cria o vento.
Límpida dessipa a água turva.
Traz a lua.
Traz a cor.
Encanto, verso e canto.

Leandro Borges

Sonho Brasileiro

O sonho que dança no ventre do Brasil quer se grande, forte, viril.
Ignora teus caminhos, tuas matas, teus sabores, tuas terras, os teus povos, teus amores.

Cria circulos de semi-circulos regionais brasileiros, sempre faltam ritos, corpos, temperos.
Uma brasilidade integral ainda não adquerida, pois nessa terra querida há muitos cantares.

Deus permita que eu hei de entoar, um maravilhoso som resonar, uma música integral-continental brasileira, que de norte a sul se entenda que é Brasil.

Unidade de um povo continental-nacional, somos filhos das brasas de um pau
de brasiliares e é nesse fogo do Brasil que nasceu uma arte nacional completa,
inteira e genuína.

Leandro Borges

Sol em Fadeout

Contando os dias, os trocados, as lágrimas.
Perdendo as notas, as provas, a dignidade.
Procurando um lugar, um porto, uma saída.

A vida já não tem mais valor de vida.

Inevitavelmente manipulado por cordas que determinam a minha morte.

Sendo que a vida está, cheia de números, imagens, prazos, diretrizes,
metas, objetivos, atividades, tarefas... para mim não é verdadeira.

A vida sem viver, é correr atrás de fazeres humanos, tão sujos como a ganancia.
Tenho asco pela hipocrisia.

Vivo é quem vive a vida.
Quem olha nos olhos. Sabe escutar. Troca carinhos, sonhos, lagrimas.
Aquele que troca toques, que percebe a vida, sabe refletir, analizar, abstrair, sintetizar, sentir, desenvolver-se como real humano.
Não é apenas mais um automato que só sabe copiar e sorrir falsamente.
Tenho vergonha das criaturas pseudo-humanas, aquelas que não criam.

Sigo sem norte, sem sul. Sem dono. Sem liberdade, Sem futuro certo.
Sem amigos. Sem verdade. Sem dignidade. Sem meu brilho nos olhos.


A que preço??


Meu sol vai se apagando lentamente triste.

Leandro Borges

9 de ago. de 2010

Coração alado


Tive fantasmas na minha mente
vozes que me perturbavam.
Martelavam tudo aquilo que
martelarias se estivesse presente.

O meu embrutecer e robotização da minha vida,
o não-viver, mataram teu amor por mim.

Não poderia mais amar um ser pesado, chato, bruto e frio.
Pois me conheceu leve, engraçado, sensível, caloroso, carinhoso e amoroso.

Procurei por muitas ruas, dias, praças, luas.
Foste pra mim após o fim, paranóia, alucinação.
Te procurei sem querer procurar.
Também tive medo de achar..

Baniste-me da tua vida e me deste de presente essa ferida.
Sem escolha, me abandonaste em um labirinto submerso, sem saída, sem final feliz.

Me deixou e acreditei ser uma pessoa torta.
Desgraçado do próprio destino.
Parei de sonhar, parei de voar, parei quase de cantar e tocar.
Não poderia mais ouvir canções de amor.
Não queria ir ao supermercado ou ao parque.
Não era possível mais o nosso mundo, pois agora esse mundo faltava você.
Tu foste também bruta e dolorida ao sair, sem compaixão.
E eu mudei.
E tu mudaste.
E por medo seguraste o primeiro galho que encontraste no meio do abismo.
E noivaste, casaste e engravidaste.

Comecei a andar na contra-mão.
Fui pelo caminho do falso céu.
----pelo caminho do inferno.
Me deste um peso que hoje eu devolvo.

Não acredito mais em olhos claros de falso amor.
É muito estranho ter guardado na memória nossos momentos
que antes eram fatos bonitos de relembrar, agora apodrecem.

Pra mim continuas de luto, é um pau mandado do teu marido.
Não tens a humanidade de falar comigo, descentenmente, és torta.

Evitava passar em certo lugares.
--------falar certas palavras.
--------lembrar de certas datas.

Ainda verás muito da minha estrela brilhar,
e por isso vais querer um contato: hipocrita!

Te darei as costas, pois com elas terás uma resposta
mais sabia para os teus dizeres: o silêncio.


Hoje eu prefiro a primavera a uma mulher.
Saio com os pés em flores e o coração alado.

Leandro Borges

4 de ago. de 2010

Desperta


A primavera em forma de menina
voz de um anjo
desperta o coração
compassado pelo teu respirar
rouba a minha alma com teu nectar
me ensina a sorrir outra vez
em teus olhos vi o sonho brilhar
-----------------o florescer da vida
-----------------a esperança raiar
Uma beleza impossível, singular, indescritível, inacreditável;
além do que se vê - invisível aos olhos
claro ao coração

Leandro Borges

Pedra de tropeço - Re não volta

Sei.. fui teu exemplo de revolta.
Me escuta!: não abre essa porta.
Eu sei.. parece bonito o confronto
mas há forma, jeito e invisibilidade.
Não consigo muitas vezes soltar isso.
Muitas reverto em própria arte.
Não por medo ou submissão.
Sei que com uma fera pode se lidar
por vezes, como um sabão molhado
escapa
escorrega
muda de face
: difícil de capturar.

Combate de peito aberto
mas nunca em campo aberto
a vista da tropa
muito menos de frente!

Leandro Borges

28 de jul. de 2010

O Rio Grande em mim


No meu canto teço um pranto de dor e alegria.
E é com euforia que deixo meu pago.
Onde sou teu filho.
Onde sou raiz.

Tua história num rio de veias me diz.
Andei por tuas terras como um aventureiro
e sou herdeiro da tua tradição.
Então canto feito oração as bênçãos desta terra.

És de um carinho, és bela, és florida, és peleia, és minha terra, és pátria soberana.

De onde eu não deixo de amar.
Sou teu eterno lar.
És meu lar, e hei de te cantar quantas vezes for preciso.
E te digo, pago amado: te guardo no coração, e não é em vão.

Leandro Borges

Aquele bar

Minha alma voa, és em terra
És em proa.
Em azul marinho.
Vai voa.
Vagueia.
Segue estradeira o espírito voraz.
A paz contruímos no nosso mundo e nem o pensamento mais imundo pode nos destruir.

Não tem frios aqui nesse bar... mas eu tenho as fomes do mundo.
E o terror não trará horror a minha vida.
Mesmo que mais ferida seja a minha vida, vamos ser brandos, vamos ser fortes.

Aprenda a voar.

Sigamos a madrugada vadia, ele que nada tem.
Ela que vem em colapsos.
Vem com brumas.
Vem com mistérios.
Vem sem passado.
Vem sem ilusão.

Meu pão agora dorme faminto, com miséria e dor.

Todas as portas se fecham, e todos os mares se abrem.

Meu mundo precisa de um toque de gloria e nenhum amor leviano de bar poderá apagar.

As tuas garras podem ser grandes, mas o meu coração é maior.

Deixe-me voar!

Mas o meu vôo não é para fugir.
O meu vôo é para deixar todas as minhas forças livres.
É pra deixar livre o coração.
É pro céu ainda ser azul e lembrar do que se é.
A vida curta de tantos suicídios, mostrou a face mais horrenda...
E eu não vou sair por aí desesperado, porque meu ego nunca deixaria.
A minha força bruta, grito lágrimas, desespero, exagero e alegria.

Teu brilho me deixou vivo.
Não me deixe morrer.
Não se apaque para mim.

Eu sou a tela, eu sou a folha.
Deslisa, vaga, passeia; conversa, vagueia!
Meu coração te tateia, e tu... vagueia no meu mar.

Leandro Borges - maio de 2010

São Pauleou


São Paulo me cansa, me desgasta, me atordoa, me letarga, me adormece, me olheira, me tira o tempo, me tira o sorriso, me deixa liso, triste, enfadonho.

São Paulo me dá quilômetros para percorrer e me canso, mas não pra dizer.


Tira o meu estado SOLAR.


São Paulo são-pauleia-me:

Nubla-me;
Entrenubla-me;
Nuvea-me;
Anuvia-me;
Brea-me;
Turva-me;
Escureça-me;
Acinzenta-me;
Esqualida-me;
Descora-me;
Empalida-me;
Soterra-me;
Desajusta-me;
Desfoca-me;
Desestrutura-me;
Deprima-me;
Oprima-me;
Engula-me;
Maltrata-me;
Açoita-me;
Fira-me;
Humilha-me;
Exclua-me;
Bana-me;
Deleta-me;
Desapareça-me.

Ajuda a mostrar o meu lado mais avesso.
Vejo o Brasil aqui, e é um Brasil feio.
Ando por ruas quebradas, por sorrisos amarelos.
Pessoas cansadas, soterradas de trabalho.
Pessoas caladas, soterradas de tristeza.
Pessoas frias, soterradas de depressão.
Paro na esquina e vejo intolerância, ignorância e desesperança.

São Paulo é como toda cidade Brasileira, porém elevada ao quadrado.
Aos retângulos do teu corte aéreo, das linhas da tua silhueta.
Linhas retas e pessoas tortas.

Alguma coisa acontece no meu pulmão.
Que só quando cruza a Augusta e Av. Paulista.

Não te vejo imensa, te vejo pequena.
Concretista, concretíssima... poesia dura e feia.

Soberba do dinheiro... não me seduz.

Um braço forte... e um coração petrificado.


Em certos dias, vejo a tua garoa como pequenas lágrimas de São Paulo.

Leandro Borges

5 de jul. de 2010

Dor desfigurada digital


Não vejo o outro vejo.
Se o deserto impacta em cheio
sinto o receio do veneno.
Toda dor condensada numa gota de saliva
lodaçal
pesada
intragável.
Sem porção de amigos
agora corroído com vocês.
Sons, trombetas tortas de anjos caídos.
Se o vento soprar e deixar
rolar o copo de plástico sem cerveja
nesse fim de quase não bar.
Minha vida perto de uma mesa
servido de nada vezes nada.
Tiro da ponta da caneta o triste traço dessas letras
que da caneta transpassada para o computador perde
a emoção dos meus rabiscos, das lágrimas misturadas a tinta,
dos borrões que traduzem muito mais a minha dor
do que estas simples palavras vãs...
Nesse mar de letras retificadas no computador,
fica tudo tão limpo, uma mentira do que sou...
perde o seu real valor...

Leandro Borges

22 de jun. de 2010

Ao plantar o sumiço...


Foste covarde ao sumir totalmente e agora queres o que?
Amizade?

Nem ao meu pior inimigo eu faria essa cretinisse!
Sumir por dez anos.
Me deixar apodrecendo mágoa dentro de mim sem ter com quem compartir.
Não foi somente você que foi embora naquela tarde, mas sim a minha capacidade sonhar com um amor tranquilo.
Deixaste um vazio, um sumiço, uma dor, uma raiva, um pesar, uma pagina semi-virada e um trauma.

Agora minha filha pode dormir sossegada, não preciso dá merda das tuas migalhas
desse teu podre pão que mofou por dez anos.
Eu aprendi a crescer como um espinho, em terra seca, com sentimento hostil e de proteção.
Parei de ter sonhos leves, parei de ter os pés fora do chão, neguei tudo aquilo que eu era quando antes eu era aquele que estava ao teu lado.
Somente renascendo outro, pude não precisar te ter ao lado.

Me julgou, me cobrou e exigiu ser aquilo que não era.
E agora sou.
Mas foda-se!
Eu prefiro ficar sem saber que existe.
Pode ficar com essa tua vidinha de mulherzinha pseudo-resolvida.
Pode ficar com essa farsa de apresentar pra família.
De mulher realizada e feliz.

És tão machista quanto a maioria das mulheres que conheci!
Costumam frequentemente infernizar o seu universo ao redor a cada 28 dias,
por dias... e não suportam o mínimo de erro de seus parceiros.
Exige aquilo que nunca própria foi.

Cansado de mulheres idiotas.

Simula uma pseudo-preocupação apenas pra alimentar a merda da sua curiosidade mórbida.
Uma ex como você eu faço questão de pensar que não existe.
São como aqueles amigos imaginários idiotas que as crianças têm.
Uma alucinação ruim do passado.
Ao plantar o sumiço...
Agora esteja preparada para pagar o preço disso.

Leandro Borges

18 de jun. de 2010

Uma lágrima só

A cada porquê me faz me perder
mais e mais
Eu fico tonto, perdido; desorientado
Cada porquê bate: é um eco morto
:que não tem volta
:que não tem resposta
A cada lágrima não tem um caminho
tem sempre uma lágrima sozinha
uma lágrima só
solitária

Uma lágrima de dor
Uma lágrima de desespero
Uma lágrima de imcompreensão
Uma lágrima de desafeto
Uma lágrima de não-amor
Uma lágrima de de indiferença

Machuca dói, dói... e como dói, doi muito... é e continua a doer, doído!
Meu sol no peito fica escuro
Vira anti-horário
Fica perdido
A flor murcha
A flor seca
Flor minga
Fica caída
Reverbera em todo o resto
O canteiro fica em desarmonia
e fica triste, bem triste e mal
O que mais me entristese é a palavra prometida e não comprida
É a faca feita em palavra, hoje em dia eu prefiro muito mais essa dor
a ter de ficar no universo perdido desse teu vácuo cruel e maligno.
Hoje eu não conto quantas flores há no canteiro e sim
o número de lágrimas
o número de vezes que me ignoram
o despreso e ignorar tão crueis
tão cortantes
tão dilacerantes
olhares que não me olham...
distantes
tristes
vazios
sem o amor, me sinto sem nada

Será que sei ainda do que as flores são feitas?
Me roubaram a primavera, a luz do dia... sem dó nem piedade!

Leandro Borges

16 de jun. de 2010

Hoje eu não poderia falar de flores


Hoje eu não poderia falar de flores. É onde não nasce nada que agora vivo. Onde não nasce nada de natureza, nasce apenas hipocrisia, egoísmo, desagradecimento, burrice, caos, imaturidade, ruído, falatório, palavras desnecessárias ao ar.

Sim eu fervo, não sou feito de sangue de barata, covarde ou hipócrita.
Sim eu contesto, não suporto dinheiro mutuo indo para o ralo.
Não suporto injustiça e ingratidão.
Não quero ver o roubo na frente dos meus olhos sorrir.
A burrice é um mal.
A continuidade da burrice é a grande sopa que dorme.
Sopa de gente, sem consciência do próprio mal que representa.
Lixo que bóia, e poucos acordam.
Continuaram boiando até a morte.

"Não posso falar, pois muitos não estão preparados pra ouvir."

Também não posso falar de flores, pois não mais as vejo.
E outra, não vivo mais em flores.
Vejo dor, mais dor, a morte se aproximando e contaminando, mais sofrimento,
desespero, a morte a conta gotas, a dor diária feita em bola-de-neve.
O futuro de mais dor, desamparo, desestrutura familiar, desequilíbrio psicológico, angustia, solidão, desemprego, mas desespero, mais dor, mais sofrimento na carne, a morte se aproximando mais e mais, o caos total: o suicídio.

Leandro Borges

9 de jun. de 2010

Abre o coração no coração da cidade


E é quando eu percebo a vida maior
aparece um mundo mais distante que no instante
se torna tão claro
tão raro
tão próximo.

As vidas todas em mim conectadas
nesse momento sinto toda cidade
ela pulsa
ela é grande.
É diversa
forte
alavanca
parece que não cansa
e é nesse mescla de tempo síncrono,
conexão de muitas almas,
e uma onda de harmonia;
é em minha terra fértil espiritual
que minha alma desperta para sentir o mundo maior.

Suavizar a vida é uma arte, sigamos.

Leandro Borges

4 de jun. de 2010

Perdido numa casa de pudins


Dentro de um mundo estranho
Uma vida estranha
Uma forma de ver modificada
São ruas
São falas
São lugares
predios
pessoas
andares
Como uma vida muda tanto em tão pouco tempo?
Me sobra pouco tempo pros meus próprios pensamentos...
O relógio nos deixa lento... e pouco dele sobra.

Aprender a não esbarrar em uma cozinha.
A não tentar saber da vida alheia, de onde vem e pra onde vai.
Aprender que nem todos tem a educação que se tem
que o mundo é bem maior, maior que os maiores universos vivido.
Dizer apenas o necessário...
É triste ver outrém cair e não poder ajudar, apenas sendo a ponte, e não os pés de quem não quer passar.

São os atalhos que procuram.
São de pouco esforço, vida mediocre.
Acreditam em evolução sem pensar, sem suar, sem gastar de energia, sem sentir, sem a exautiva repetição.
Eu não posso ver tanta falta de inteligência
e me cansa essa falta de trabalho do brasileiro.
Falta de saber onde se está e para onde se vai.
Eu vai vi muitas atrizes e atores dormindo.
E é um sono que custa caro... muito caro.

A cultura do menor esforço me cança.
de deixar para os últimos dias.
de transferir a responsabilidade.
de projetar os próprios erros.

São cegos que dançam com a manada... nada sabem, nada vêem.
Olham suas migalhas e acreditam estar trabalhando.
Levantam suas bundas gordas para abrir a geladeira
mas não o fazem para desgrudar do pudim.

É triste, trabalhar onde não se trabalha.

Leandro Borges

21 de mai. de 2010

O seco deserto das ilusões

O óbvio cega os meus olhos
só consigo ver aquilo que não é
uma estrada que vira um nada

o poço do fundo dos olhos
secos
como seco deserto das ilusões

Leandro Borges - 10/04/09

O meu executor

Se o meu coração dissonar
ouvirás um ruído turvo.
Ondas magnéticas no meu plexo
que comprimem
que sufocam
as batidas do meu peito são como cargas de espinhos e sufoco.
Me sinto doído, me sinto oco.
Com mil dores pelas dores de tantas dores.
Um peito comprimido, falído e esquecido.
Me culpo, me bato e me condeno.
Sou meu próprio executor, pronto pra demolir o meu peito.

Leandro Borges - 29/11/09
q coisa essa vida
uma certa noite
se entra num bar
sem se esperar nada
e sem nada querer
exceto uma ceva
e quando se ve
se depara com aquilo q é algo de tão sublime
um simples e nitido olhar
e nada já mais é a mesma coisa
nem o mesmo bar de tantas cevas
parece q tudo toma outra forma e significado
e no mesmo instante nasce uma contemplação e um misterio
e é como um mel, q se bebe e se bebe e se bebe muito
e ninguem te dira de quanto desse mel pode beber
e de mergulha nesse mel
e é tão doce q o puro doce invade
e me deixa em primeiro instante sereno
mas é como a lua
a cada fase, me mostra um outro lado, personalidade
e daquela primeira q conheci, volto a lembrar
e do mesmo bar
aquele mesmo que só estava procurando uma ceva
mas o q se pode fazer quando o fogo de uma paixão nasce?
simplesmente apaga-lo e nada?
eu de fogo, quero q de fogo me queime, e que as labaredas crescam o maximo q puderem
quero o mel
o fogo
a lua
a primavera...
a ceva...
mas se de um turbilhão passar, ela eu machucar, e ela me olhar com outro olhar
q eu posso fazer?
é eu sei
eu tenho
mas nem sei quando
não queria q fosse por agora
pq então ela me largaria talvez
isso tb me ajuda a pirar
a endoidecer!
uma paixão vale pela insanidade e dor?

Leandro Borges - 03/12/09
O sorriso que me olha.
Os olhos que me beijam.
A pele que me cheira.
O corpo que me fala.

Fica bem, meu
pedacinho de céu.

Perolas, sombras e luzes roxas.
Coxas e bocas, entrelaçados.
Mar em furia, volupia:
enamorados.


Beijo, a leveza do teu beijo me deixa sempre tao inebriado

Saibas que continua assim...

Leandro Borges - restos de coisas velhas - 08/12/09
A vida espera por um fio.
A vida: te dou um fio.

Entrelaços e abraços, deixas e canções.
Deixo e parto.
A vontade é de não partir, é de apenas ir.
Sem deixar pedaços.
Sem deixar rastros.
Sem deixar canções.

Meu coração te tem em um lugar muito especial.
No teu... eu não sei onde eu exatamente me encontro...

Leandro Borges - 17/01/10

Não digno

Quem me julga pelas minhas roupas não é digno de mim.
Quem me julga pelos meus acessórios não é digno de mim.
Quem me julga pelos meus erros não é digno de mim.
Quem me julga pelas minhas faltas não é digno de mim.
Quem me julga pelos seus achismos... pelas suas impressões... não é digno de mim.

Seja como for, olhe nos meus olhos, veja as minhas ações
sinta os meus sonhos e voe nos meus devaneios.

Leandro Borges - 16/01/10
Eis que o futuro se traça.
Para todas a vidas lançadas.
Sabe de todos os pontos, encontros, e caminhos.

Leandro Borges - 15/04/10

16 de mai. de 2010

lua das fases


A lua mais bonita que eu vi, era de prata era tão grande e bonita.
Era uma lua tão bela, parecia intocável. E chegou um dia que eu pude tocar a lua
parecia um sonho. A lua cheia, cheia de brilho, prata reluzindo a beira do mar,
assim a praia sem luzes artificiais pude me concentrar na luz da lua.
Como pode algo ser tão belo assim na terra. Era um céu estrelado que a acompanhava
a bela lua. E passou um punhado de tempo, e ela mingou. Ela nasceu, cresceu, chegou ao seu patamar: cheia, bela e doce.
Eu pensei que homens normais como eu seriam incapazes de tocar a lua, mais foi numa bela noite de luar, eu pude tocar o seu rosto. Era doce, sorridente, eram olhos são cheios de brilho, me engolia de sua imensidão. Eram flores de prata da sua aura que
invadiu o meu mundo. Um mundo com mais brilho surgiu.
Então passei acreditar que era possível voar, e eu então ensaiei vários movimentos para alçar vôo; tocar no teu coração. Mas um imenso e profundo abismo surgiu aos nossos pés, e não por falta de amor eu não pude transpassa-lo...
Haviam uma meia dúzia de dragões a proteger o templo da lua, e era como ela fosse
aprisionada, e hoje eu sei. Tentei ser o cavaleiro que salvaria dessa prisão, mas tolo eu, ela mesmo me disse que era impossível para um cara como eu.
A poesia poderia ser um caminho, mas não o bastante, por que alguém se fixa em um
mundo onde a ferida é aberta, pouco tempo sobra pra ver o mundo mais feliz. Poderia sobrar os versos que sangram, os versos difusos, os versos de dor.
Então um cara no fim do caminho se transforma em apenas mais um, apenas mais um ponto; algo a ser manipulado e usado. Ela me ofereceu apenas mais sexo, e mais sexo... isso tenho de sobra. Querer um olhar, um coração, muito antes de pesar em sexo com ela.
Eu pensei em tantas coisas... mas pra que. Eu senti tantas coisas... mas pra que?
Apenas mais uma peça no açougue eu sou. Uma carne que se come. Faz um churrasco de mim, meu bem. Apenas mais um rosto bonito devo ser...
Sabe quantas gotas de orvalho pousam em uma flor ao meio dia na primavera?

Eu sigo na esperança de um raio se sol, por mais que se grite, não se pode apagar o brilho do sol.

Andar pela lua foi tão arriscado, eram muitos outréns que também olhavam a lua.
Cobiçada por muitos, e como gostava de luxar com os flertes. Um mundo de flores não cabem nessa lua. Agora a lua tenta voltar a sonhar com os sonhos do astronauta que sou eu. Mas eu agora, estou em outro planeta. E não posso mais sonhar, já quebrei muitas vezes a cara por isso. E isso eu não quero mais.
Apesar das arestas, eu tenho um coração.

Leandro Borges - 16/03/2010

15 de abr. de 2010

poeira cósmica

Eis que o futuro se traça.
Para todas a vidas lançadas.
Sabe de todos os pontos, encontros, entre outros contos.
O amor pra mim é além do verde.

Sonhos feitos de uma poeira cósmica.

14 de abr. de 2010

Passa o ponto


Ando e paro.
Canto.
Pouso e vou.
Parto sem fim.
Deixo que os trovadores trovem, presos.
Seguem enlatados em rimas tristes, fracas.
Eu tenho medo de pessoas que entram em caixas.
A folha segue seca.
Deixa sem sabor.
Deixa sem cor.
Deixa sem odor.

As faces coladas ao lado de poucos raios de sol.
Todas as brisas, seguem lisas.

O amor feito de pedaços de papel é melhor que retas, perfeitamente retas
e sem brilho.

Leandro Borges

8 de abr. de 2010

Avião


o tempo já é mais curto.
A noite chega rápido...

Eu juro que gostaria ter alguém ao meu lado.

As nuvens passam, e lá vem mais temporal.

É muito peso e poucos sorrisos.

A cultura de viver só, e só se anda.

Não olho pra trás, pra nem lembrar das alegrias, isso faria eu ficar mais triste.

O passo anda destraído, e eu ferido fico pensando.

Eu morro por dentro mas não me entrego.

É engraçado, certa mulheres gostam de ser bem mal tratadas.
É aí que se interessam, e é aí que eu me desinteresso.

O mundo já pequeno de alegria e grande de hipocrisia.
E mesmo sem coração, também nem o ouro sabemos compartilhar.

Os mendigos são muitos, de alma. Pedem um pouco de carinho.

Eu sinto asco.

O frio me faz forte.

O meu passo segue oposto ao norte.

Trago na bagagem um pouco de amor e mate.

Ando descalço para sentir a terra.

De olhos abertos a tudo que é mais sutil.

Procuro os olhares das crianças.

Me pega pelo braço, me pede um pouco de atenção.

É curioso, nascemos crianças, inocente e brincando. Envelhecemos e perdemos a sabedoria de ser

criança.

Eu já tentei acreditar numa boa, em corações alados... mas isso é bobagem.

Hoje em dia, é rara a mulher que realmente goste de poesia.

Preciso me sufocar pra me apresentar, e ser quem eu não sou.

Cansado de tentar um relacionamento serio, sim apenas troco usares.

Me usas, te uso.

Somos carne enlatada.

Eu gostaria de te dar carinho, aconchego e atenção.

Mas vocês só querem sexo.

Quando me torno nessa face da moeda, eu então sou um ogro, sim.
Podre e sem coração, sim.
Malvado? Também.
Galinha e mulherengo; claro, sem dúvida.

Não me importa, cansei de ser legal.
Mulheres, a maioria que passa, apenas passa por mim, feito carne e sacanagem.
Depois reenvindicam um romance, um namoro.
Ou apenas pedem mais e mais sexo.

E quantas mendigas vão passar por mim?

Não sei, hoje; essa geração está lotada delas.

Pedem migalhas, ou são frias.
Correm na vida, ou são fakes.
Pousam na letargia, ou comem Deus.

Falam de amor, despem o tesão.
Pedem pra se ter carinho.
Chamam de meu bem.

Mas pra que? Mas pra quem?

Pra ele ou pra sua projeção?


Cansado de conhecer pessoas que andam na superficie da vida.
Um cotidiano idiota.
Conhecem meia duzia de livros.
Meia duzia de filmes verdadeiramente bons.
Meia duzia de sonhos, falsos amores e desilusões.

Meia duzias de meia duzias.

São poucas pessoas que se inundam de vida.

São essas que procuro, e que o resto continue resto.

Leandro Borges

20 de mar. de 2010

Este tempo


Todos os pontos conectados.
Deixando de lado todo o difuso sentimento.
Faço cores.
Deixo flores.
Teço.
Peço.
E ando.
Como é brando o relógio do tempo.
Sorri.
Outra vez sorri.
Põe um pingo e fogo.
Faz um pouco de si.
Deixa um leve traço de cereja.
Corro com os pensamentos.
Tempo como se fosse lento me escorre.
Pode e o que não pode ser dito?

Parei com as drogas, agora só olho pra belas de coração.

12 de mar. de 2010

Um palhaço? Um brinquedo? Ou um pênis?

O teu olho tem mel, mas por que?
O que eu sou pra ti?

Um palhaço?
Um brinquedo?
Ou um pênis?

Tem a notícia de mim por terceiros...
Mesmo eu querendo te ignorar o destino nos coloca lado-a-lado.
Mas por quê?

Coca cola não é o suficiente para matar a tristeza do teu ignorar.
Eu queria ter a tua varinha de condão.
Deixar teus caninos livres.

Meu sangue ainda escorre nesse solo.
Tão perto de cometer uma loucura que nunca seria valorizada por ti.
O teu medo matou aquele bonito elo que tinha entre nós.

Tuas curvas são bonitas, não posso negar.
Mas os teus olhos foram o que encantaram primeiramente.
Não os olhos em si, mas sim o recheio da tua alma.

Eu pude beber neles
e ver neles.
E vi por eles.

Agora uma falsidade é que tu me oferece... talvez seja o que sempre estava em cartaz e eu não tinha percebido.

Bem mas ninguém me tira da cabeça a nossa ida ao templo budista... e não é qualquer garota idiota que me levaria em um lugar desses, ainda mais virados de uma madrugada regada a cerveja.


Leandro Borges

10 de fev. de 2010

entre sete dias e sete notas musicais


as vezes eu penso pra falar
as vezes eu falo sem pensar
tem vezes que eu escrevo pra não dizer
tem vezes que eu lembro tentando esquecer

mas não dá

entre sete dias e sete notas musicais

metade de mim é dó
metade de mim é sol

metade de mim é lua
metade de mim é sol

eu cansei de ser aquele:
dócil e desprotegido
se trago hoje espinhos
é porque ontem bebi mel envenenado
assim como as rosas que são belas, mas machucam

a maldade da vida hoje é maquilada
por isso todo doce é rejeitado
por ser doce
pois um doce assim tão doce não pode ser
o bom não pode ser assim... de mão beijada
logo algo tão bom só pode esconder um mau

as mascaras caem...
tu tens essa forma disforme...
eu devo ter sido uma gosma pra ti

agora entre saber e especular... prefiro olhar pra frente
e certamente você não está lá

no meu futuro eu vejo uma cidade
são montanhas muito altas
e quando se chega perto, elas são mais altas ainda
são os grandes mares, com muitas sequências de ondas
um alto mar, onde cada peixe vive como pode

espero que esses espinhos me protejam também em alto mar
a lua que carrego, deixo guardada no lado esquerdo
o sol que carrego, deixo ao centro do meu ser
a cruz que carrego, deixo guardada no lado direito
as estrelas que carrego, essas explodem e eclodem por toda a minha pele

Eu com essas notas musicais...
dói, mas vai iluminar

Leandro Borges

9 de fev. de 2010

dois-prá-cá-dois-prá-lá num mar de ilusão

Eu gosto tanto de ti
que eu sumi da tua vida
sumi da minha vida
sumi dos bares
sumi da poesia
sumi dos luares
sumi da boêmia
sumi do meu apartamento
sumi da minha cidade
sumi do meu chão
sumi do meu padrão
sumi pelas ruas desertas do meu coração

falta muito o pão
deixo as migalhas pros outros
eu vivo de emoções e não restos de sentimentos perdidos
deixo as migalhas nos labirintos dos corações de outréns

fala de um possível amor comigo baby
mas me fala com muito ódio, um ódio capaz de matar essa dor

acho que gosto de de nenhum santo
vai ver que é assim mesmo

quanto mais se zela, mas alto vem a punhalada pelas costas

e sabe ela nunca veio me ajudar, e qual garota de ações perfeitas faria?

o no teu fel sempre há um mel, e como é bom viver nessa ilusão
vivemos a noite, pois ela é ilusória, esconde rugas; esconde verdades
é um palco perfeito pra um ostentar
pra um falso olhar
um falso amor
há como maquiar a dor, um olhar de menina

a luz do dia, olhos de depressão
todos vêem a tua sangria, uma vampira fraca

te fortalece no mundo interior, cravejado de brilhantes
com muitos caminhos tortuosos pela lua, e como brilha

é feito de anel brilhante... um colar

segue ao vento sibilante
ouve sua voz
dança um samba
num mar de ilusão

vai
vai
vai

dois-prá-cá-dois-prá-lá

nenhum santo pode proteger aquilo de que também é feito
almas vazias
santos vazios

o mar da ilusão prolonga os seus tentáculos
e não me pergunte nem como nem porque

a tua vida, é assim

não deixa ninguém sair, porque é agora que vai começar a tirania
olha pro lado e não vê ninguém, no outro lado também
deixa de ser criança
que criança não és
é tudo de mentira
não tem alegria
não tem nada

fala de tantas cores
e onde está a cor dos olhos dela agora, hein; baby?
hahahaha

agora é eu que tenho que rir... vai procurar a paz num templo budista vai...
meu bem
me poupe de todas as tuas idiotices

estou farta
como pode um homem andar de quatro?
pra mim basta

vai, vai... coloca mais uma camisa pólo azul marinho e vai.

Leandro Borges

3 de fev. de 2010

Marinho

é como o mar esse bar
o mar traz
o mar leva

Leandro Borges

19 de jan. de 2010

a supernova do teu olhar

eu só queria aquele mundo de volta...

aquele que eu conheci quando nada tinha desmoronado

agora te vejo distante
e na distancia, o calor da tua mão está distante de mim

te ler assim, dói

guarde todos os teus olhares, que me deste
agora só me reserva este outro...

olhar que eu não conheço

vai quebrar a minha alma, assim como a outra me fez

vai deixar comigo uma dor grande

ter visto o brilho, e ver a chama apagar...

deixar que ninguem veja, um casal

deixar que o vazio seja protagonista


o que fica é que eu fiz tudo errado, tudo errado
e do meu erro, nasce a minha tortura, nasce o fim

me sinto um horror
me sinto o assassino do sentimentos alheios...

aquele que mata a rosa que nascia no teu coração

alguns dias coloquei muita água
alguns dias fiquei sem cuidar

não era para morrer essa flor, até por que odeias flores mortas

eu odeio te dizer isso, mas meu coração ficou nas tuas mãos

as tuas asas são tão grandes... voaste pra tão longe

meu coração fica numa banheira, cheia de gelos... a banheira ainda transborda
é são gotas que caem no chão... o meu chão fica então frio
frio com o derreter do aconchego

hoje eu não saberia mais descrever o teu brilho
saíste para brilhar, voou tão longe

nunca pense que queria te dar menos atenção...
atenção era tudo que queria dar e receber

minha dor anda comigo
ela mora aqui
e agora é senhora
e não vai embora... ela chegou quando foste

se eu lembro dos nossos momentos, pra mim sublimes...
lembro que não terei mais deles, isso me dói

uma saída para a dor?
preciso conversar contigo
preciso saber o que sentes
saber o que pensas

a morte do brilho do teu olhar, me mata, me consome
a distancia me causa muito frio

estou consumido, morto, com frio: como um sapo

fala comigo, fala comigo ao menos pelo respeito ao passado
respeito aos momentos bonitos

exijo respeito ao meu carinho

sei que vou cair no abismo
mas querida, larga a minha mão olhando nos meus olhos
esteja perto, me de a dignidade dessa morte

Leandro Borges

11 de jan. de 2010

Brasil, nação do futuro

Um ótimo lugar pra se viver:

- Balas perdidas.
- Sequestros relâmpago.
- Chacinas.
- Massacres.
- Milícias.
- Guerras urbanas.
- Assaltos.
- Furtos.
- Estupros.
- Trabalho infantil.
- Atropelamentos.
- Estradas com número de mortes de guerra, por semana.
- Mais da metade da população não conta, sequer, com redes para coleta de esgotos.
- Apenas 20% do esgoto gerado no País recebia algum tipo de tratamento.
- IDH 75º, abaixo de Chile, Argentina, Cuba, Uruguai, Costa Rica, Venezuela, Panamá...
- Salário miséria para professores.
- Falta de infraestrutura de transporte.
- Falta educação.
- Falta escolas.
- Falta policiais.
- Sobra políticos.

Vai, vai, vai! Sofrer! Chorar!!
Vai, vai, vai! Sofrer! Chorar!!

Vai Brasil, vai! Fecha os olhos!
Diz que é um dois cinco emergentes!

Arrota a Copa!
Arrota a Olimpíada!!
Arrota o Pré-Sal!!!

Diz que tá tudo bem,
fala pra América latina.
Diz que és o maioral.

Menininha levando prego no olho... é a vídeo-cassetada, do domingo-absurdo!

Arrota petróleo, e esconde a tua vergonha.
Morre a cada gota, mudo, um zé-ninguém jogado a cada segundo nas tuas ruas.

Brasil é falta de educação.
Brasil é corrupção.

Deveriam ficar todos tranquilos quando um político rouba...

Afinal você, meu amigo:

- Sonega imposto.
- Não passa a nota fiscal.
- Aceita propina.
- Pede propina.
- Devolve salário.
- Não declara tudo o que ganha.
- Não declara tudo o que tem.
- Não se incomoda com o roubo do patrão.
- Não respeita as leis de trânsito.
- Anda muito além do permitido na cidade: setenta, noventa por hora...
- Anda muito além do permitido na estrada: cem, cento e cinquenta por hora...

Então meu amigo, tá tudo bem. Os políticos apenas também são como você.
Deixem eles lá roubando honestamente lá em Brasilía.
E nós aqui, abaixamos a cabeça e ficamos aqui com a nossa corrupçãozinha básica.
Aquela que nós comemos com arroz e feijão.
Aquela que nós tomamos com café com leite.

"O Brasil é tão bom, pena que tem brasileiros por lá."

Pra quem não entendeu; continua a falar que o Brasil tá evoluindo...


Afinal, nada mais brasileiro do que ser cego: em verde-amarelo!

Leandro Borges

10 de jan. de 2010

Não sair é a saída.

Leandro Borges

Desesperança


Hoje é o dia para o desamor.
Feito de desencanto, desencontro; desilusão.
Há um desequilíbrio, desconforto, desanimo e desinteresse.
É um mar de descontrole, e a desarmonia como guia.
Tropeça no descuido, viaja na desventura.
Falece no descompromisso, vive em desgosto, desgraça e desatenção.
Da desconcentração caí na descrença.
Descolore a face da vida, uma recaída desapercebida, desmaia desvalido.
Desencorajado despede-se do sentimento.
Desalento míngua em desdêm da voz dissonante.
Muito aquém, chora o desfrutar da desordem.

Leandro Borges - 12/06/2009
com tantas taças na minha frente
continuo a pensar naquela princesinha.
e se ela fosse minha?
de que adianta um diamante sem arte?
os teus olhos tão verdes
Tão sedes
e agora tão levianos
tão insanos
porque me pisa princesinha?
esse salto-alto pode quebrar...

Leandro Borges

8 de jan. de 2010

Meu coração é feito de papel...
Volta e meia alguma me queima: fácil, fácil...
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