20 de dez. de 2010
Suposta-evolução não-sustentável
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Os santos são falsos nas bocas alheias, cheias de prostituição
Não faças do vôo a perdição
Sigo leve
Sou amor
Livre e consciente
Sou dança, sou alegria
Tu és muito aquém dessa sabedoria
A vida é muito maior que um golpe
Preciso de flores
A doença do mundo é o teu coração de lodo
A vida leve segue a doce canção
Sou brisa
Sou poeta: simples mortal
Farpas apodrecem na tua boca, tua inveja é teu lodo
A justiça é forte e certa
Soterrará todo o lodo!
Somos pássaros-poetas: livres
Sigamos fora da coleira do mundo
O mundo, imundo de dominação e consumo
Se meus olhos choram, é porque não há mais tanta esperança
Somos um caminho sem volta para o abismo insustentável e cruel
Os olhos da medusa-industrial que transformou toda natureza em pedra
sem cor, sem amor, sem vida, sem nada: apenas cinza
Pedra cinza, cimento cinza, aço cinza
Me desgasto sem rumo
numa cidade perdida
com um coração de pedra
Medusa cruel que matou toda cor
matou todos os sonhos, as lendas, os mitos
Somos escravos de uma suposta evolução não sustentável, burra e auto-destrutiva
Eu tenho vergonha de viver nesse mundo, nessa civilização
Somos cobaias, bois, manipulados, sem saída!
"Crer-se no progresso não significa que já tenha tido lugar qualquer progresso.
Franz Kafka"
Leandro Borges
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