16 de jun. de 2010
Hoje eu não poderia falar de flores
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Hoje eu não poderia falar de flores. É onde não nasce nada que agora vivo. Onde não nasce nada de natureza, nasce apenas hipocrisia, egoísmo, desagradecimento, burrice, caos, imaturidade, ruído, falatório, palavras desnecessárias ao ar.
Sim eu fervo, não sou feito de sangue de barata, covarde ou hipócrita.
Sim eu contesto, não suporto dinheiro mutuo indo para o ralo.
Não suporto injustiça e ingratidão.
Não quero ver o roubo na frente dos meus olhos sorrir.
A burrice é um mal.
A continuidade da burrice é a grande sopa que dorme.
Sopa de gente, sem consciência do próprio mal que representa.
Lixo que bóia, e poucos acordam.
Continuaram boiando até a morte.
"Não posso falar, pois muitos não estão preparados pra ouvir."
Também não posso falar de flores, pois não mais as vejo.
E outra, não vivo mais em flores.
Vejo dor, mais dor, a morte se aproximando e contaminando, mais sofrimento,
desespero, a morte a conta gotas, a dor diária feita em bola-de-neve.
O futuro de mais dor, desamparo, desestrutura familiar, desequilíbrio psicológico, angustia, solidão, desemprego, mas desespero, mais dor, mais sofrimento na carne, a morte se aproximando mais e mais, o caos total: o suicídio.
Leandro Borges
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