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29 de out. de 2010

O não-vinho


É um vinho que não tem uva
---------------não tem alcool
---------------não tem fermentação

Não há estado ebrio, sem gosto, sem sabor, sem cor.
Apenas um rótulo e só.

Sem nada de vinho esse vinho tem.


E te oferecem uma prova, um copo, uma questão, uma garrafa, uma traição.


Aí então eu lembro do parreiral, do coletivo, do amassar das uvas, do fermentar orgânico, do método e do simples vinho.

Das noites ebrias, da paixão alimentada, da fome viva, a garganta úmida, do olho vivo, das almas conectadas.

Agora chega o ceifador cortando as uvas, as parreiras, as almas e as crenças.

É lilith, tão biblica e aparentemente tão feita para amar.

Tão independente e tão perfeita.

Leandro Borges

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