Contando os dias, os trocados, as lágrimas.
Perdendo as notas, as provas, a dignidade.
Procurando um lugar, um porto, uma saída.
A vida já não tem mais valor de vida.
Inevitavelmente manipulado por cordas que determinam a minha morte.
Sendo que a vida está, cheia de números, imagens, prazos, diretrizes,
metas, objetivos, atividades, tarefas... para mim não é verdadeira.
A vida sem viver, é correr atrás de fazeres humanos, tão sujos como a ganancia.
Tenho asco pela hipocrisia.
Vivo é quem vive a vida.
Quem olha nos olhos. Sabe escutar. Troca carinhos, sonhos, lagrimas.
Aquele que troca toques, que percebe a vida, sabe refletir, analizar, abstrair, sintetizar, sentir, desenvolver-se como real humano.
Não é apenas mais um automato que só sabe copiar e sorrir falsamente.
Tenho vergonha das criaturas pseudo-humanas, aquelas que não criam.
Sigo sem norte, sem sul. Sem dono. Sem liberdade, Sem futuro certo.
Sem amigos. Sem verdade. Sem dignidade. Sem meu brilho nos olhos.
A que preço??
Meu sol vai se apagando lentamente triste.
Leandro Borges
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