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2 de nov. de 2021

Relampagos de Memória da Infância

 

Como em uma eterna tarde de minha infância, volto na memória pra me lembrar de tanto coisa que aprendi ao morarem uma casa, com pátio, gramado, horta, árvores, mascotes e alegria.

Volto pra poder olhar por um segundo, tudo ao redor, em 360º ver toda a vida vibrante daquelas tardes.

Aprendi a subir em árvores.

Aprendi a buscar minerais.

Aprendi o valor de uma amizade.

Aquela sensação de o tempo não importar de existir, e quando se vê o tempo voou. Bricavamos como se não houvesse tempo. Apenas quando alguém de fora nos avisava parávamos. Essa sensação de tempo correndo veloz, faz tanto tempo que não sinto.

Alias lembre que sempre que estava tudo tão bom e mágico de especial o momento, o tempo me escapava pelas mãos. Como o tempo tem a qualidade de areia e vento ao mesmo tempo.

Como pode o tempo nos ser assim tão cruel?

Talvez seja por isso que busco esse segundo congelado do passado. Onde as memórias coabitam com nossas falsas memórias.

E por vezes o nosso pensamento pode encrespar es já não sabemos mais pra que rumo tomar. Perder a bússola e ficar a esmo no caminho. Perdido muitas vezes em emoções tão grandes, que de ansiedades me estouravam pânicos e eu não sabia nem identificar. Apenas escutava para parar de roer as unhas.

Contrastando a essa dor tinha a alegria de estar em lugar novo a explorar. Aprendi pela força do destino ser um explorador de gramados, de quadras, de obras em construção, em obras abandonadas. Aprendi a explorar sozinho esse planeta por vezes hostil e frio. Alias, foi no frio que minha infância tomou corpo.

A solidão que por vezes me bati, que me fazia chorar rios, ao encontrar com amigos, todo esse mal ia embora.

Mas o que é estar só?

O que é a dor da solitude?

Qual é a cor da solidão?

Com quantas ausências se faz uma solidão?


Minha infância ainda vibra dentro de mim, como um mil sóis a resoar na minha mente solar.


Lembro das tardes com aquela mescla de frio e calor na psicina. Uma cidade fria, mesmo no verão ainda é fria, para um não-nativo dessa terra. Lages é feita de frio, geada e pinhão.


(Continua)

























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