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16 de ago. de 2008

Pai, querido e peleador


Enfrentando o entrevero da jornada
Na lida da vida, tu és um peleador.
Declama versos gaudérios do escritor.
Acompanhado pelo canto florido da cordeona
Que o valente gaiteiro a música xucra doma.
Fazendo a tradição resgatar o seu valor.

A trotezito no mais, pela estrada da vida.
Tua gana de turuna, bravo; mui zeloso.
Guarda no pala, teus filhos, pai cuidadoso.
Aguenta o repucho xucro da adversidade.
Preserva a família, a virtude e amizade.
Feito como em laço, de índio valoroso.

O sol na alvorada do pampa, o céu colore
Em mil tintas, o glorioso pala celeste alumia.
Carrega nas tuas entranhas, a tua alegria.
Protege cada filho do vento frio pampeiro
E rega de amor todo coração do campeiro.
Assim como tu pai, de luz; nos irradia.

Espírito tropeiro de trabalhador aguerrido.
Deixa, teu legado, teu exemplo e valor
Que guardo na guaiaca do peito com amor.
Lembro das rédeas queridas do teu educar.
Forjando a índole em brasa a queimar.
Nos abraça feito em laço de pai protetor.

Nos acolhe no teu galpão de espírito fraternal.
Assador de um churrasco feito em maestria
Assim como canta os causos de valentia.
Estoura, como faísca selvagem em planchaço.
Fura a tristeza medonha, feito forte balaço.
Fazendo graça, de felicidade nos contagia.

Ao reluzir das esporas, levanta o pingo no freio.
Sobre o lombo do cavalo pampeiro, segue lutador.
De faixa, chapéu e pala - brilha em fulgor.
De lenço branco e alma guerreira
Traz na tua pilcha a guasca boleadeira
De um pai, querido, generoso e vencedor.

Leandro Borges

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