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23 de jun. de 2008

Despertar


Desfiladeiro profundo, escuro de cor.
Vozes, vapor, falta de amor,
pouco suor, águas desconhecidas.
Fogo tremendo, peito apertado,
olhar calado, sentimento ilhado.
Te ver foi distante, em preso instante,
vi tua face, tua face não vi.
Vi tua face distante e tão perto.
Não compreendo como em um dia, estrelas.
Outro dia todas estão mortas.
Ou mortas ou adormecidas.
Cuido de minhas feridas,
pois sem ti o fogo não arde.
A água não molha, a terra não fértil,
o ar sem oxigênio, sem vida.
Sei que não por acaso apareceu,
meu mundo e o teu se cruzaram.
Olho todos os dias ao céu
e espero, aguardo o despertar.

Leandro Borges

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