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8 de out. de 2008

Vida customizada


O direito de sofrer todas as dores do mundo.
Passar por todas as tempestades, dias intermináveis,
lutas enclausuradas, restringir o viver a um cubo.
Atenção doentia do acordar ao dormir, tensão em cada músculo,
cada movimento, cada comportamento e intenção.
Há tanta luz, cor e flores lá fora.
Um mundo de poucas roupas, noites dormidas em desconforto,
tensões criadas, desemplificar do não óbvio.
As cordas emaranhadas nos nossos pés, uma mescla
de salvação e perdição, corda em forma de espagueti.
Pés descalços, vidros estilhaçados, fumaça,
ar ofegante, cabelos molhados, fogos e explosões.
Torres de babel customizadas, castelos privados,
um universo feito de ego e ouro.
Farpas caem da boca do cão, da cobra,
de todos os habitantes da grande babilônia.
Ruem em micropartículas todas as esferas,
ao redor das cabeças programadas para amar
um amor com data de validade vencida.
Um gigantesco rolo compressor da vida,
ao vence-lo minha essência está ainda mais concentrada.
Um cristal por muito tempo permanece em sombra.
Tenho a convicção que quando voltar a luz
irá brilhar como nunca fizera antes.
Não é a toa que uma flor morre.

Leandro Borges

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