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7 de jan. de 2008

Relato sincero a um perido amor

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span style="color:#cc0000;">Mesmo que peça não me trará a promessa do não fim.
Senti as paredes verterem em água em condição avessa
e uma correnteza contrária ao amor de dois corações.
Eu sei que mesmo ao fingir não poderei ir ao teu coração.
Quebro mais uma perna ao entrar em cena e é uma pena não poder
te ver na platéia, te ver no proscênio, eu te vejo apenas de pano de fundo.
Meu mundo se torna imundo ao tentar reverter a realidade
pra satisfazer ao meu bel-prazer toda a tua inocência.
Meu minuto fica diminuto comparado aos que te dei
e agora sei que o tempo não vale sem ter o seu proveito.
Agora em minha casa deito em uma casa vazia, ora quente
ora fria, sem perceber que tudo poderia... tudo poderia...

Mais um vento entra dentro da alma sem pedir passagem
e segue mais uma viagem pra dentro de toda a minha tristeza.
Faz parte de todas as lágrimas que já rolei e te dei
a licença de toda a minha dor, em papel de manchas de amor.
São feitas de meu sangue mais sincero, mais vertente
e meu plexo explode convexo em uma valsa de dor e suor.
Nada vale ter uma vida cheia de imagens mas vazia.
Eu deixo ainda cair toda as bolhas do pensamento pesado
que escorrem pela sala com cheiro forte de fleuma.

Eu tentei por muitos anos não ser uma estátua, mas não venci.
Meu orgulho e a minha dor latente brecaram toda a possibilidade que havia.
Morri em vida por muitos e muitos dias, passei a tentar apagar
uma lousa que nunca se apaga, mas apenas se abranda algumas partes e poucas
ficam temporariamente vendadas, mas nunca apagadas como eu queria.
Sim, sim e sim; por mais que não possas acreditar eu fui realmente outra pessoa.
Não eu nunca mais permitirei me tornar aquele monstro que não tinha vida social,
que não tinha tempo para o tempo, pra si, pra a calma, pro amor, pra não dor.

Eu não posso reeditar o nosso tempo, quero que saibas que ainda te sinto.
Que o amor é algo simples.

Ele nada pede.
Ele nada impõe.
Ele nada sofre.
Ele nada antecipa.
Ele nada morre.
Ele nada chora.
Ele nada sangra.

Não posso voar sem antes cair.
Eu cai e agora posso voar.
Se já está a voar com outrem.
Eu irei além dos céus: além.

Leandro Borges

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