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24 de mai. de 2007

O pó



O deserto do coração de outrem.
Todas almejadas reciprocas aquém.
Calejam minh'alma soterrada de pó.

Mesmo pó que carrego nas minhas feias.
Empoeiradas são as paredes rubras.
Cansei do pó da gente selvagem.
Ensangüentados os gramados da minha imagem.

Engolido pelo ódio da terra: meus pecados.
Era dividido, meus sentimentos alucinados.

O flutuar do corpo estava a dois palmos do chão
e a alma pairava no pecado da epifania mundana.
Ela parecia a mais doce e bela alucinação.
Por outro lado a mais horrenda, suja e profana.

Sigo eu, vivo só.
Olhando o deserto de perto.
A sola de meu calçado, pergunte ao pó o que passei.

O pó da minha vida
                       gente.
                       mente.
                       morte.
                       sorte.

Leandro Borges

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