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4 de mai. de 2007

Homem-Pássaro


É um bolinha.
Uma andorinha.
Cotovia livre.
Nuvem que guia.

É um pinguinho de tinta.
Rabisco sem norte.
É um pouco de vida.
É um pouco de morte.

Claro, límpido e leve.
Segue serelepe o mensageiro.
Algozes e ferozes pesadelos.
São a suas penas e o seus zelos.
Estão eles a acariciar.

Argila que faz toda a criação
a um ponto branco no quadro preto.
É um dia de chuva: escuridão.
São os ladrilhos da rua do gueto.

A calçada da fama não conquistada.
É um pouco fera, é um pouco mal-amada.
Um bloquinho da casinha de cristal.
O mar e a sua filha Iemanjá: angelical.

A temperança entre os abismos.
Calvagar flutuoso entre nuvens: clarão.
São guerreiros domados e desarmados.
A estrela nos guia para o sol: imensidão.

Um piano e uma harpa foram ao filho dados.
A sua jornada foi honrar a sua família.

Os cantos das elfas ecoam por toda floresta.
São tão belas quanto as ninfas mui enamoradas.
Um encantamento do amor, foi o que a aniquilou.
A morte certeira e inexata de todas as apaixonadas.

É um caldeirão de sentimentos e emoções.
Um cozer de ideias sem deveras muitas ligações.

São altos os pilares do céu e nada mais é igual.
Um rio imenso corre por entre o casal.
Era uma casa de madeira de lei real.
E a lei da vida era o não-pragmatismo.
Mas eles estão surdos e tudo mais foi mudado.

Era fraca a voz mago que lhe praguejou
mas o fogo da vida, ele simplesmente negou.
Era tudo dor.
Era tudo escuro.

Em um só fôlego ele gritou aos quatro cantos.
Gritou o seu amor, o seu legado a sua dinastia.
Era ímpeto, falou como um pássaro e deixou muita saudade.

Cláudio Dohms - [Leandro Borges]

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