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27 de jul. de 2007

A cor da dor


Eu até pensei em um dia te falar.
Hoje vejo que não há nada.
Não adianta gastar latim assim.

Tantos dias pensando... mas pra que?
Tantos dizeres pra ti...
Seriam rios de problemas, seriam rios de horrores...
Tantos dizeres pra ti...
Não há nada para falar...
Seriam rios de dor, rios de palavras ao leu.
Tantos dizeres pra ti...

Não irias entender, não irias me ouvir, não irias olhar...
Tantos dizeres pra ti...
Não irias falar... um pequeno gesto ataria minhas mãos.
Tantos dizeres pra ti...
Teu pequeno gesto, cru e infiel. Tantas meias-verdades... como podes!

Pedra de dor na sua memória.
Entre tantas falas, apenas a escória.
Filha da culpa, calada e escondida.
Entre calabouços e devaneios...
Se farta de ilusão e fuga.
A ferida ignorada, apenas calada foge.

O caos guarda numa caixinha... pobre menina.
As gotas caem do céu e é sangue.
Sua alegria superficial, em baixo da carne podre
com cheiro de morte, a cor da dor estampada.
Menina, pobre, de lixo, suja, falsa e desalmada.

Corro na rua, corro na rua... te vejo outro lado.
Tinha tantos dizeres pra ti...
Olhar de culpa, olhar de medo, olhar de receio... : medrosa.
A fina mascara de morrer de rir, o blefe para seu grupo social.
Falta de rumo, falta de visão, ficas com toda força: a ancora.
Ancorada na dependência de um doente amor, doente de fato.
O ato de culpa e traição, traz a ti mesmo em um grande espetáculo
lindo de dor, falso amor, asco, falsidade, casamento, podridão e ilusão.

Leandro Borges

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