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4 de jun. de 2009

Ela diz:

Eu não fiz amor com o teu pai.
Eu quero saber de ti.
Dá pra ser mais claro, querido?

Tem dias que nem me olhas nos olhos
tem outros que teu rosto nem mesmo eu sei.

Tem horas que eu me vejo sonhando na escada
tem outras que eu fico sozinha como um pássaro.

Os vãos me parecem muito mais interessantes que ela em si.
Da minha janela eu via a tua sombra, hoje não consigo nem ver a minha.

São tantos sons que invadem o meu coração que eu já nem sei como ele ainda bate.

As portas me parecem todas distantes assim como o teu coração.

Sim, eu também lembro daquele bilhete que eu te escrevi no teu aniversário,
e podes estar certo, tu és ainda muito especial pra mim.

Hoje eu acordei a mais feliz das mulheres e também a mais triste.
Sim, porque pra mim esses sentimentos coexistem de forma natural.

Meus cabelos longos, tão longos, que um dia eu cortei pra ti ver sofrer
eu também os pintei pra ti ver sofrer ainda mais, sim porque os cabelos são meus,
quero tu saibas bem disso, e que fique tudo muito claro entre nós.

São pontos e fios saindo de nossas cabeças.
E como elas dançam!
São tantos movimentos que meu pensamento fica cansado em querer gravar.
Acompanho o aqui e o agor, deixa que lá fora o inverno corra e vá embora.

O que me incomoda é que de todos esses anos passou
e tu ainda não aprendeu a amar.

Olha quantas garotas tu já conheceu.
Sim eu sei, não vou dizer isso, é claro que elas também te usaram.
Não sou louca nem machista a esse ponto.

Já viu como as folhas caem?
Sim podes esmaga-las, mas nunca se tornaram um "nada",
mesmo que estejam em pó.
Elas continuam folhas de certa forma.

Olhe o universo com olhos e o coração de criança, com a pureza inicial.

Leandro Borges

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