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17 de ago. de 2007

Palco de ilusões


Essas noites de areia.
Um rio de lama no salão.
Tal devaneio estradeiro.

Um falsete flerte matreiro.
O movimento rápido e certeiro.
Uma onda de falsas promessas.

Um beijo dissimulado.
Seu disfarce mascarado.
Figurino descartável.

Imitação de rosto amável.
Figura de luz fosca.
Tosca e sombria: notável.

Sobe no palco em pouco tempo
deixa o vento e o ar mascarado.

É um brincar que não se finda.
Traz a ferida não bem-vinda.

Nunca foi.
Nunca será.
Nunca é.

Não há mais nenhum long play.
Tudo vazio, sem ingressos vendidos.

Mentiras, fecha os seus olhos.
A toda hora, a todo momento.

Ao soltar o teu nome pelo chão.
Não nasceu nem sequer veneno nessa terra.

Alento ter de ouvir por mais dia.
Sob a lua, sob o sol: irradia.

Fogo-solidão, espetáculo: traição.

Leandro Borges

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