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6 de ago. de 2007

sonha dor


Auspicioso beijo doloso.
Dou-te o gozo e a perdição.
Amar-te ao chão.
Ser a tua bebida.
Colher toda loucura
que houver nesta vida.

Tragar-te como um doce veneno
deixar todo sereno.
Invadir o cais do purgatório.
Deixar os anjos enclausurados no velório.

Simples simplório.
Tanto pranto.
Fulgor dor.

Simbila.
Fareja.
Sublima.

Era uma pedrinha no caminho.
Se tornou um pedregulho
e após transmutou para uma muralha.

Casas amarelas na beira da orla
escorre a água dentro de tanto chão seco.

Cotovelo.
Cores velas.

Abre a panela da felicidade e larga pimenta.
Um pingo de dor no meio do sabor.

É preciso ter força sempre.
É apenas mais uma onda poluída a passar por nós.

Eu como aquilo que não conheço.
Te esqueço
e me esqueço.

Agora desliga a luz
e apaga a porta.

A arte se morre ou se vende.
arte vendida, arte que morreu.

Não se vive de arte
ou se torna produto.

Absurdo.
Dor.
Desesperança.

Morte
Criança.

Um doce amargo de viver entre espinhos.
Uma canção roubada de um requim.

Cacos de vidros pisados.
Sangue escorre como rio.
É um imenso vazio que toma o peito.

Era uma casa não muito engraçada.
Não tinha comida.
Não tinha água.

Calmaria.
Explosão.

Falta de amor.
Espinhos.
Coração sangrando.

Tenho muralhas em volta de mim
criadas pelo desamor.

Mais um dia sem sol.
Mais uma seta cravejada.
O peito pulsa.
Almeja novo amor.
Sonhador.

Sonha.
Sonha,
dor.

Leandro Borges

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