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24 de nov. de 2007

Fogo


Passa um doloroso furacão e agora o que sobra são as sobras de uma vida fria e um estômago totalmente embrulhado, esmagado e dolorido. É vermelho. Sinto uma tristeza absurda de profunda e constante, uma tristeza de meter medo e desespero.

Tenho vontade de chorar mas por fraqueza seguro no fundo do peito todo o sentimento agora contido. Há um choque dentro de mim, algo que faz doer, traumatizar todas as células, cada centímetro de mim, e assim a cada segundo me deixa mais frágil ainda.

Não sei em quem eu posso crer. Tudo me parece turvo, muitas vezes me parece que sãos apenas jogos e manipulações de todas as partes. O fogo segue. Cansado de tantas feridas eu sigo coxo, andando com dificuldades, me apoiando aonde não deveria. Ao olhar pra trás vejo o rastro de sangue que meu coração ao passar por tais caminhos vai colorindo com seu lindo tom de vermelho escuro.

Apenas o sol não me parece hostil nesses tempos de frio em plena primavera.
As flores me mostram um colorido que só pode ser real pra elas, a vida
que nos é imposta é em tons de cinza. Só sobram elas.

Mais uma estrela se apaga dentro de mim, um espetáculo de morte mui belo. Uma supernova feita em réquiem sonolento. O céu já não tem a mesma cor. As flores já não tem o mesmo brilho. Apenas o fogo me parece brilhar.

Leandro Borges
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