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19 de jul. de 2009

Pelas ruas lá fora


Para na esquina e implode em dor
são veias entupidas, sentimento estancado.
Um grito freiado, uma explosão contida.
Não, nenhum caminho se abre
nas vias desse pesadelo urbano.
É feita de cordas enferrujadas
a harpa que constrói essa estrada.
Leito.
Sangue.
Fluxo.
Um chão banhado por um mar de sangue.
As cordas do mar alcançam a praia.
Esse mar não da pé nunca.

Eu te expliquei que nem todas batalhas
são vencidas, mas também morre aos poucos
quem mata.

O coração cheio de espinhos ferozes,
escuto vozes na canção da memória.
Era uma estória antiga, de uma menina negra
que não tinha o que comer.
Os porões da parte velha da cidade gritam até hoje...

Eu gostaria de resgatar a pureza de um sorriso de criança,
a vida me deu essa ferida e já não posso mais sorrir...

Sabe meus sonhos hoje não há mais nuvens, mas há demasiado cimento...

Por que no meus olhos não consegue ver felicidade?

Quem sabe ela foi passear...

Leandro Borges

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