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7 de out. de 2013

Ao abraçar das mãos


Procuro em todas as faces o rosto dela.
Ando perguntando a muita gente.
Sinto uma aflição por saíres do meu campo de visão.
Estas no meu coração te sinto tão perto.
Me parece tão depressivo os velhos resmunguentos.
Ando com essa arma curva, na face.
Me protejo de quaisquer intrusões.

Relanço meu olhar, e num beijo sai uma flecha do olho.
Danço a valsa de um samba antigo.
E pra tristeza, não ligo.
Sigo buscando pela avenida.
Pela rua, pelo largo: sorrio.

No cemitério da memória, não me deixo cair.
Ignoro as falas austeras e perigosas.
Muito mais cortante é não viver essa leveza.
Não há amor maior que o meu.
Amo tanto essa flor.

Sambo na dor alheia, a cachaça que me salva.
Essa ardente alegria de ser bamba.
Não tenho sentimento de culpa.
Me abandonar por que? Se sou amor!
Da febre quartã não ei de sofrer,
pois se teu amor me queima.
Quero e não quero dele enlouquecer.

Maria que tudo me espera.
Maria que tudo me ama.
Maria que tudo me aceita.
Maria que tudo mais não canta.

Voa cotovia, do outro lado do rio.
Alça tão longo mergulho, e eu tão atordoado de marulho.
Não vi que de ti tirei da embarcação.
Não meu coração te vejo igual, na face de todas as outras.
Se por ti meu coração bate, minhas mãos te abraçam.

Leandro Borges



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