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25 de set. de 2013

No coletivo que diluem muitas poesias do arquetipo geral

É no caminho esse vou com a certeza da fecha certeira.
Contemplando em cima da faca, os dois gumes.
Onde o arco-íris escorre cores e gris.

Tão delicadas e pinças.
Com os pés nas nuvens e as mãos na terra.
Um sorriso que a todo momento vai aos flancos.
Um castelo vai derretendo ao sol do meio dia.

Nas areias movediças de um destino tragico e fatal.
O quão perigoso é uma paixão avassaladora e sem freios?

São vermelhos respingados.
São azuis fora do céu.
São amarelos relâmpagos de ideias.
São verdes fora das árvores.
São roxos nas vistas de outro espelho.
São laranjas escorrendo em rio.
São brancos das gaivotas mortas.

Uma arrevoada, mas passa, e ele chora.
Ele canta, ela não escuta.
Ele dança com ela, mas ela não com ele.
De onde vem essa força?
De onde vem esse amor?
Eis que um dia a ventania sessa...

Ela, fecha os olhos.

Leandro Borges

Tempo de surra

Passou as pencas.
Passou e ainda remamos.
Onde estão os storyboards?

Passou e ainda estamos.
Passa e ainda nas linhas e laços.

Onde tanto o colorido velho.
Palhaço cansado e apanhar a apanha, fora.

Antes do nascer se nasce e aonde está a dança coletiva publica?

Vamos nessa quase dança de quase pares.
Vamos nessa dança de quase executares.
Vamos nessa música que ainda está esperar o play.

O sol nasceu quadrado, e ainda o cubo cerca as mãos.
A música renasceu em um pingado, da chuva dos outros dias.

Um dia acordo com o sol na cabeça, no outro mais uma estrela cadente.
Onde essa espera e esperança parece quase um insano pensamento de não enlouquecer.

Leandro Borges

Roubo público teatral

Essa cola, é somente uma cola, não pretendo colar.
Essa cola, por mais fácil e acéfalo que seja não é pra colar.
Honrar os impostos da população no mínimo fio da dignidade.

Essa tesoura é pra cortar, mas não arrancarei criações alheias.
Essa tessoura é pra cortar, mas não aponta pra própria garganta.
E não me vem com a fala trocada que não sabes de nada.

Como foi gritado aos quatro cantos da ladeira da memória
todos somos os criadores: todo homem e toda mulher, somente gado não voa.

Voamos meu bem, voamos, pois criar é tão simples como brincar.
Pois quando se toca, de canta, se atua é continuar ao jogo.

Jogo é a própria vida, mas roubar cartas e por na mesa,
clamo pelo ética meu bem, pois essas cartas são do estado.


Onde a foto reempressa não tem valor, e pagamos impostos e temos dignidade.
Prefiro um pingo de tinta turva e mal impressa e cheia de arestas
a uma quadro do espelho alheio do passado.

Quando a criança dança, ela apenas dança.
Dancemos.

Leandro Borges



14 de set. de 2013

Desnorte passagem


Foi uma trupe que passou, era uma música, mas que música? Caminhão passou.
Era um colorido, mas onde foi? Uma bomba estourou ali ao lado.
Arranha-céu rasgou núvens e rasgou falas.
Andando por entre degraus tão fétidos, parei por ali, cadê a minha bolsa?
Fui olhar o que acontecia, o que me aconteceu?
Passo.
Passa.
Passei.
Estômago embrulhado,  falas dissonantes.
Por que eles cantam?
Isso é uma cena?


Os ruídos babilônicos falam tão alto.
O ritmo do concreto armado soterra corações.
Incendeia de cegueira, petrifica emoções.
Repetição do requentado fácil cênico.
Fitas as fitas repetidas do cenário.
Quedas o olhar na falência teatral.
Ou se faz a vera ou a qualquer tempo-preço-cor?

Leandro Borges

Grande Babilônia: Tareias

Açoite de concreto armado, asfalto sepultando tantas mães.
Onde mulheres sorriem amarelo, sorriso sufocado.
Onde flores crescem rasgadas, onde a primavera é manchada de vermelho.
Silêncio não feliz, oprimida pelo invisível alheio.
Fora dos lares seguimos cegos.
Onde nossa colher fica tão alheia, que a janta ao lado é de assassinato.
Casais vizinhos, parecem tão juntinhos.
Tanto amor que esgana a verdade.
Soterrados somos todos os dias por um buquê de flores mortas por dia.
Onde a cada duas horas cai mais uma flor morta.
Chove flores, mas são flores mortas, a conta gotas, uma a uma.
De todo tipo de cidade e sertão, flores encabrestadas, propriedade privada.
Onde o patrão tem o direito de viver e matar o seu amor.
Seja onde for, um amor romântico da opressão.
Entre um poema e outro, pode andar na navalha.

O frio da sombra,
é a face a sua própria sombra,
onde os olhos veem mil cores pra maquiar a depressão.

Estão dos roxos e de pele fria.
Quantas abismos esse via torta e sistêmica ainda vai parir?

Leandro Borges
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