Um mundo pingado de coisas.
Muitos pontos e muitas partes.
Muitas memórias em desassossego.
Meu peito bate quase feliz.
Eu olho pra tantos lados, pra tantos lugares.
São tantas realidades e tantos contrastes.
Meus olhos quase choram.
As ruas quase ruas.
As estrelas quase estrelas.
As casas quase casas.
As pessoas quase humanas.
Andam com tanta pressa e tantas rugas de mal dormir.
Andam com tanta fome de dinheiro e tanta falta de vida.
Se eu vejo a tristeza alheia, como posso passar alheio a tudo isso?
São rachaduras de um corpo.
São dormires de andar de pé.
São solas gastas de muitos quilômetros.
São fomes de comer frio e vazio.
O céu deveria ser azul.
A água deveria ser limpa.
A vida deveria ser feliz.
A arte deveria ser viva.
O dinheiro deveria não ser Deus.
Leandro Borges