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28 de mai. de 2007

EMOCÂO


Byronismo, Sim.
Ultra Romantismo, as vezes.
Mal do Século quando quero.
Egocentrismo NÃO.
Ultra-sentimentalismo, para mim é normal.
Spleen somente o dos outros refletido em mim.
Fuga da realidade: evasão.
Por que não?
Satanismo, que isso?
Masbemcapaz.
A noite, o mistério: certo que sim.
Mulher idealizada, são águas passadas.
Um pouco "de Azevedo" ou de certo azedo.
Não quero o "Mal do Século" outra vez.
Quero o novo, a dor e o amor.
A alegria e euforia.
A vida crua e desnuda.
Escrevo flores e amores.
Escrevo morte e podridão.
Sou o transcender da EMOÇÃO.

E ntusiamo!
M aravilha!
O rquestra!

M E esclado.
a M ado.
c O lorido.

im E rção.
co M paixão
ad O ração.

inf E rno.
dra M atico.
col O sal.

mort E.
nuve M
sonh O.

EMOÇÃO!


Leandro Borges

24 de mai. de 2007

O pó



O deserto do coração de outrem.
Todas almejadas reciprocas aquém.
Calejam minh'alma soterrada de pó.

Mesmo pó que carrego nas minhas feias.
Empoeiradas são as paredes rubras.
Cansei do pó da gente selvagem.
Ensangüentados os gramados da minha imagem.

Engolido pelo ódio da terra: meus pecados.
Era dividido, meus sentimentos alucinados.

O flutuar do corpo estava a dois palmos do chão
e a alma pairava no pecado da epifania mundana.
Ela parecia a mais doce e bela alucinação.
Por outro lado a mais horrenda, suja e profana.

Sigo eu, vivo só.
Olhando o deserto de perto.
A sola de meu calçado, pergunte ao pó o que passei.

O pó da minha vida
                       gente.
                       mente.
                       morte.
                       sorte.

Leandro Borges

23 de mai. de 2007

Garota Dourada


A maior certeza
é não te esquecer.
Sinto algo estranho em mim,
talvez seja você.

És tão companheira,
olhas para mim calada.
Sinto sua presença
meu pensar em harmonia
e estou em paz; alegria.

Sinto sua falta
quando estou só.
Você fala do viver,
eu penso em ti ver.
Pensa em mim mas contem,
logo vejo, saudades me vêem.

Adoro sua alegria,
sua presença me guia.
Não quero estar em outro lugar
pois em teus braços
é onde me faz completar.

Tenho em ti o que quero achar
onde estará minha linda amada.
Fogos, luzes e brilhos, garota dourada.

Leandro Borges

Saudades do chuveiro a gás ....................... da casa dos meus pais


É um sentimento que invade
o corpo, a saudade.

É agua quente em toneladas.
Envolve o corpo e a alma: acalma.

É viril e formosa, sua água a jorrar
majestoso, vapor d'agua contagia o ar.

Sinto alegria, vasto coração.
Canções em banhos: paixões.

Cheiro de perfume de sabonete.
É uma fala, um verbete cancionado.
Meu corpo alado, irradia a cada centímetro.

Banho dos medos, banho das feridas.
Banho do desencanto, banho da dor.
Renasço do amor em flor!

Leandro Borges

18 de mai. de 2007

Um churrasco de paixão


É um caminho.
Sozinho.
Seguindo o ultimo raio de sol.

A estrada da memória vou criar.
Os atalhos do coração já desbravei.
Aprendi nessa jornada andar.
Sei, sigo "solito no más".

Trago o trago debaixo do colete.
Sigo cortando feito estilete.
Crio um espetáculo, eu, mui guapo ginete.

Seguindo os rumos do meu coração.
Chego até porto seguro dos meus sonhos.
Os holofotes iluminam hologramas.
Deixarei o amor arder nas fortes chamas.

Um coração incendiado em brasas.
Segue a carne em labaredas vermelhas.
Queima por inteiro o tórrido sentimento.
Como um churrasco de paixão.
Fogo - Fogo - Fogo!
Celebração!

Leandro Borges

14 de mai. de 2007

Sabina


Uma bela gata borralheira.
Letargia exposta em película.
Envoltos traços: traiçoeira.
A forma de mulher-drácula.

Eu vejo a escuridão dentro dos teus olhos.
Clara e infeliz face do infortúnio penoso.
Passa fria e mórbida, olhar molhado e jocoso.
Teu inferno infestado de vampiros-piolhos.

Uma dor de quase não respirar: intranqüila.
Vejo na tua face fraca a eterna languidez.
No teu plexo o reflexo do teu sentimento: surdez.
Com frieza e desafeto, o amor aniquila.

Voando entre vulcões em erupção.
Mergulhas no teu mar de lava: clarão.
Sente todo o teu corpo a derreter
e um fechar de olhos desfigurados: morrer.

Leandro Borges

11 de mai. de 2007

Tribos Urbanas


Sonhos em Woodstock.
O mestre Woody Allen!
Um paraíso diamante: ouro-popart.
Dolce & Gabbana "By Man".

Como a águia a lançar à planice,
lança-se num mosh à roda-punk.
Com seu áureo trapo-farda-junkie
em seu anarco-esquadrão anti-burrice.

Frenesi e hipocrisia: ostentação.
Goa-psy , bubble sky, e podridão.
Vida feita de castelo de areia.
Creatina e anabolizante: vagueia.

Estrondo, Commedia dell'Arte!
Orquestra, barítono-tenor: alarte.
Lindos campos floridos de Monet.
Castelo encantado feito de Glacê.

Grande festival: sonho e licergia.
"Toca Raul", corpos envoltos: Orgia.
Teto, marofa e chapação: forma e cor.
Filhos soltos, feitos de paz e amor.

Leandro Borges

10 de mai. de 2007

Não - fluoxetina, litium, clozapina


Liberto, liberto e liberto!
Liberdade de estar desperto.
Um andar por um rumo certo.
Alegria por poder voar e cantar.
Sentimento do universo ser seu lar.
Navegar por mil mares.
Fazer tudo que peço.
Conhecer desejos e altares.
Voltar num infinito regresso.
Cavalgar com Thor: trovões.
Nadar lado a lado com Poseidon.
Esperar mil horas com Estragon.
Desbravar os palmares: emoções.
Brincando nas copas das altas árvores.
Pulando em cada, no ultimo raio de sol.
Fazendo poses na aquarela em caracol.
Alegre, encantando o agitador mares.
Alforria da nojenta fluoxetina.
Livre do asco do repugnante litium.
Sem os grilhões infernais da clozapina.

Leandro Borges

4 de mai. de 2007

Rasante, vibrante, magistral e natural


Melodia em veludo e porcelana.
Um abraço de arrepio; Insana.
Flautas e atabaques ao alto dançando.
Deslizando e voando: baquetas malabariando.

Acordes entre a voz melodiosa.
Um salto no palco da vida gloriosa.
Um encantamento tomando lugar.
O elixir dos lábios macios: luar.

Um faisão voando baixo: rasante.
A emoção, arrebate o coração: vibrante.
Uma opera de tempo e vento: magistral.
Uma nuvem de “blancos” pássaros: natural.

Corda-bamba, sombrinha: louco.
Um sentimento de alegria e atração.
De noite um encontro, um ponto.

O sentir o olhar: incomum e total.
Um dar sem pedir; sem igual.
Zelo, força, sutileza e proteção.
Calma - imensidão.

As harpas lançam os nossos corações
que vão seguindo pela nuvem da melodia: voar.
Rompida, pela união: duas solidões.
A carta de alforria em mãos, uma voz: amar.

14 e 29 -03-07 - Leandro Borges

Toda Vez

[G D Em C]

Não sei porque quando vejo você.
Algo sempre me faz tremer!

E isso sempre me acontece.
Sempre, sempre acontece.
Isso sempre me acontece; toda vez!

É tão simples o que esta em min
e eu sempre suo perto de ti.

E isso sempre me acontece.
Sempre, sempre acontece.
Isso sempre me acontece; toda vez!

E quando eu digo alô ao telefone
e sem você eu não vou.
Sem você eu não vou-ooou!


Sim

É tão lindo o que esta em min
e eu sempre sonho perto de ti.

E isso sempre acontece.
U..ú..u.. acontece.
Isso sempre me acontece; toda vez!

E quando eu ligo a vitrola retro
o velho rock n roll ou ou ou ou
o velho rock n roll !!!

É tão lindo o que esta em min
e eu sempre sonho perto de ti.

E isso sempre acontece.
U..ú..u.. acontece.
Isso sempre me acontece; toda vez!

Toda vez.
Toda vez.
Toda vez!

Uuuuuuuuuu...
Sempre, Sempre, Sempre, Sempre
Sempre, Sempre; que seja sempre
que preciso for.

Leandro Borges

Uma Brisa


Um toque, uma brisa e uma paisagem.
Uma forma de desenhar: miragem.
O canto com graça e ousadia.
Entre as pequenas cores: harmonia.

Os olhos de estrela, um belo sorriso.
O vermelho do vestido se faz rosa.
De traços do rosto: misteriosa.
O efeito, o feitiço me deixou liso.

A arte envolvente das ondas dos corpos.
A forma, a calma, suavidade e sintonia.
As poucas falhas não nos desviam.

As explosões me movem para perto de ti.
Entre mil fogos e pensamento
pra ti faço novamente as rosas
o livro, o laço e o vento.

Leandro Borges - 10/2005

Entre Lírios e Delírios


As flores na relva fugaz
farfalharam entre brumas e lampejos.
Entre beijos e desejos.
estou com pouco do que ficou
a paz que me deixa para atrás.

A fala inebriante me toma os lábios
entre trapos e afagos sinto o gosto doce.
A exaltação em som alto se faz presente
o fulgor vem a tona dentre tantos outros rios.

A pálida e sutil olhadela que me despeja.
As flores do campo perfumam meu pensamento
e nem em alucinações o mal pode me abater.
O dia e a noite sem fim, entre goles de vinho e queijos
quero teu beijo, teu olhar e a tua alma!

Leandro Borges – 6/2004

O que tu fazes


Não sei ao certo o que tu fazes.
É algo inexplicável,
como quem não sabe pra aonde vai.

Sei que também não sabes porque fazes,
mas sei que fazes e também não sei o porquê.

A cada vez que fazes é também
mais forte o sentimento.
A cada vez que te vejo sei que
és único, notório e intenso.

Entrelinhas e linhas se esconde minhas palavras.
De tão limitada as palavras são, que conceitos
também não podem expressar e nem descobrir.

Sim, o que tu fazes...
Eu adoro o que tu fazes.
E sempre que fazes me sinto
leve, feliz, simples e tudo mais fica colorido.

Leandro B. C. Borges – 8/2005

Sempre que preciso for


Vejo, a leveza do teu beijo
me deixa sempre tão inebriado.
Deveras, um tanto quanto angelical
são os traços que em ti vejo.

Doce, a simples e clara doçura
é que me faz pensar mais.
Pensar que se mais doce fosse
como poderia de haver algo assim?

Nos olhos, que me dizem o que
nem em pensamento ousas me falar.
As mensagens nas entrelinhas dos olhares
me dizem tudo o que há para se dizer.

As faces coladas, não se deixam
e sempre há um desejo de mais.
Quero sempre mais, mas que sempre;
seja sempre que precise for.

Leandro Borges – 01/2005

Tive um prurido ao te ver


Tive um prurido ao te ver.
Algo forte e sem rédeas.
Uma força magnética que me move
mais perto de ti: mais quente.

De repente não estou mais só.
Um raio de sol dentre as árvores.
Na copa tudo paira e ressoa.
Uma melodia de um corro de anjos.

Somos todos anjos.
Nos meus sonhos eu võo.
Te vejo.
Desejo.
Ar sem fim: um manto vermelho.

Somos deuses: todos os deuses.
Quero as luzes, as trombetas e os rufares.
Entoaremos cânticos selvagens.
Somos algozes, ferozes e relutantes.
Criamos infantes e sigamos valentes.

Uma vida por mais lutada de ser vivida.
Forjada em sangue, dor e ferida.
Um sonho alcançado em corpo de baile.
Passado por duro crivo, tu, ser vivo: Ilê.

Leandro Borges

Tolo eu


Eu estava esperando o brilho nos teus olhos
mas tolo eu, como posso esperar algo assim.
Em um momento parecido, mas em outro tempo...
Nunca há esse sempre.
O que sobrou é só este olhar: diferente.

Leandro Borges

Uma estranha


Derepente,
o para sempre:
não exite.
Apenas há a tolice,
a imaginação
e a ilusão.
Não há esse amor...
Há apenas: dor!

Essa nojeira que sai das tuas entranhas
com cheiro podre de perfume doce.
A pele branca em carniça-mousse.
É ela que me arranha.
É ela que me ganha.
Ela: uma estranha.

Leandro Borges


"Aos dois amantes
De Abido e Sesto
Ardor funesto
Deu negro fim.

Foram-lhe algozes
Os seus extremos;
Mortais, amemos,
Mas não assim. " (Bocage - Á Morte de Leandro e Hero)

Manifesto Anti-Alienado (M.A.A.)


Cante!
Poeme!
Encante!
Dance!
Atue!

Vindo ao mundo para encantar
um traço em corpo
envolto de lirismo.
Cisme, seja criança: esperança!

Tenha alegria de viver a cada dia!
Sorria, o sentido é sonhar!!!

Não espere, faça o caminho.
Seja pequenino.
Seja grande.
Viva.

Expande!!!
Expande!!!!!

Crie, recrie, renasça, reaprenda!
Cresça, esqueça, viva outra vez!

Agora sei.
Agora não sei.
Nada foi totalmente escrito.

Sei apenas o que não sei.

Regurgito
aquilo que um erudito
me diz como certo.

Leandro Borges

Eu me trai


Eu me trai, agora eu sei.
Pela minha crença me golpeei.
Agora sei e nada adianta, não vais voltar.
Engraçado, passam anos e não conheci ninguém perto...
perto de ter alguém com mais amor que tevês por mim.

Vezes e vezes me iludi, brinquei com a morte.
Profundo abismo, uma imensa falta de juízo.
De mui jovem por movimentos retrógrado.
Sois jovem e ela completa pra mim.

Te julgo, te jogo; me engano e inflamo.
Não dei valor, não estava preparado para o prado.
Era de ti a estância e recém eu saído da infância.
Bom, gostaria de ti ver mais velha, em outro tempo.
Esse é alento que eu carrego na minha bagagem
este antigo fardo surrado e o velho vento.

Leandro Borges

Covarde Dor


Queira te libertar
pois estas te lamentando.
Para onde tu partes
é onde eu fico esperando.

Não digas nada não
pois palavras ferem o coração.
Se não sabes como usá-las.
É melhor não usá-las em vão!

Tentar te trair
é como mentir.
Desculpe, tenho que deveras ir.
Esta na hora agora , irei partir.

Leandro Borges

Um amor pra toda a vida


Não era tarde nem cedo. Seis dias seriam o bastante. Cintilante! Era mais um dia de primavera, e os passarinhos não catavam. Estranho. Amanda seguia o seu caminho rumo a sua casa e pensava coisas de amor. Tinha uma leve canção soando em sua mente. Gostava de perceber os detalhes da grama e como a cada dia lhe parecia diferente a cada novo olhar. Era Setembro e as flores já não estavam tão coloridas. Estranho. Eis que Amanda liga pra uma amiga de infância:

- Olá Dani, como tem passado?
- Estou assas ansiosa pelos dias que passam...
- Mas por quê?
- A vida é muito curta, preciso estar apta para cada novo dia, sabe? Bom preciso desligar agora, te ligo mais tarde..... Adeus tenho que desligar. Meu (mudo)

Pensa sobre a frase dela, sabe do contexto de sua amiga e não sabe se ri ou chora. Sabia que o casamento para Daniela era importante. Não entendia ao certo, mas sofria pela dor da amiga querida. Bem, podia entender os seus males; mas não os vivenciaria. Tinha uma alegria triste e mal assim não iria lhe abater.
Tinha uma visão diferente de mundo, fazia tudo ao seu modo, ultrapassando a ética, moral, sociedade; eram todos: lixo pra ela. Tinha planos e metas e nada seria mais forte que eles. Vivia a mercê de todos os dilemas da vida e os ignorava. Era maior. Soberba na sua concepção. Tinha vários homens e não ligava para os boatos a seu respeito. Era engraçado pra ela falar sobre isso. Tinha poucos valores para serem respeitados, era mais fácil viver assim.
Pensou mudar o mundo com pitadas de pimenta, era algo em sua mente, uma tela com bastante vermelho na verdade. Era o calor e a crueldade do mundo estampado, para que ao admirado, fosse reflexivo e repelido. Mas na verdade gostava dele.
São grandes os dragões que a cercam, mas ela cai em abismos que nem os monstros ousavam em desvendar.
Vai à sala e toma um copo de leite frio. Olha pro calendário, dia 5. Vai à cozinha e perde a linha, faz de seu corpo um objeto e nesse trajeto chega ao orgasmo: sozinha.
Submissa ao avesso, era controversa e lasciva. Não teria alguém pra vida inteira, a menos que fosse o homem pra vida inteira. Seria demais, mas pra ela é utópico e improvável. Falava assim pros outros, pra se justificar e não amar.
A morte era mais afável pra ela. Ela é real e isso basta. A razão era sua arma de consumo, consolo, objeto, ferramenta – ilusão talvez.
Eram espartanos pensamentos entre ventos e consolo desesperado de um fardo, uma opressão ou falta de visão de um mundo azul. Ela era fiel aos seus instintos que de tão famintos devoram dúzias e dúzias em uma semana. Ia pra cama e pensava: “devassa!”. E dormia em desgraça e alegria.
Em outro dia na casa de sua mãe depois de um diálogo doce - pergunta:

- Mas que diabos estás a dizer mamãe? Sou mulher e tenho o que quiser em minhas mãos. Os homens são como cães e sei como manipula-los. São como presas enforcadas pelo sexo. Sei dissimular e nunca serei açoitada pelo mal da submissão.
- Mas minha filha...
- Sem “mas” minha mamãe, eu somente me unirei alguém se for para a vida inteira, e como pra mim isso e quase impossível, sigo meu trajeto inatingível e agora pretendo viajar. Voarei por cima do mar, oceano e em solo americano irei de encontrar meu grande amor.

Passaram se dias, e seus pulsos estavam cansados, de tantas tentativas de dilacerá-los. Era uma vida sofrida, mas seu sexo ardia e ela assim podia ter três segundos de felicidade, talvez quinze minutos de orgasmos múltiplos, mas depois a depressão voraz viria novamente e era impressionante como em sua sala ainda havia uma bíblia forte e verdadeira.
Era uma ironia de sua parte falar sobre o adultério, tinha medo nojo de tal calvário, era por demais ultrajante e um tanto quando desestimulante; talvez daí a sua rebeldia que não outrora tardia, que lhe trazia dores sem fim.
Sonhara com um principie encantado, e acordara de modo engraçado, pensando que se existisse um Deus isso seria uma piada, de certa forma disfarçada em forma de historia de fada, essa vagabunda e profana. A escandaliza com tal premissa-inverdade.
Queria um milhão de bilhetes de “só pra saber como está”, mas não que queria saber, apenas para manter o aparente apreço. Sois folha do passado, repetia pra si. Ele era seu único pseudo-namorado que deixou a cortejar. Era engraçado olhar aquele patético ser.
Nunca pensara que de suas entranhas sairia uma vida, pois pra ela queria ver um pouco menos de dor no mundo, isso justificaria a sua escolha de adoção que o seu coração não teria tanto apego, e que se caso morresse o filho, seria mais uma fatalidade da vida. Essa que lhe tirava o sono muitos e muitos dias. Era sombria e preferia a noite, que ao seu gosto era mais perversa e amorosa. O amor que pensava nas coisas, era algo apenas de pensamento, porque com nenhum detento do planeta terra o tivera.
Dentro de seu quarto Amanda e Daniela conversavam:

- Vamos para Nova Iorque! - Retrucou a sua amiga.
- Pois bem eu quero conhecer todos as alturas daquela terra abençoada, que tanto prospera em um mundo, de resto, pobre. Daniela não iras, eu irei sozinha, sou forte e tenho a minha vontade comigo, mesmo sendo minha amiga, vou te deixar aqui.

Embarcou em um voo singelo, era apenas uma viagem pra esquecer de todos seus manipulados ridículos objetos chamados: homens - eram patéticos. Humilhados por ela. Mas eles não sentiam isso, ela tinha um jeito de manipulá-los que para eles estavam bem, sentiam-se até amados. Suas amigas riam muito quando contava sobre cada causo de manipulação, dissimulação, tantas e tantas mentiras para poder inverter o jogo de marionetes. Agora ela tinha que sair, não conseguia mais dormir e ver aqueles rostos em sua veste.
Vai saindo de casa, pensando coisas de amor. Era uma bela primavera, nada poderia dar errado. Era perfeito, o seu lado negro ficara ofuscado é bem verdade.
Encontraria um lindo moço no aeroporto, era belo e bem trajado. Era um cavaleiro futuro alado para o seu pensamento lírico. Seu nome é Raul. Em tempos difíceis ela então pergunta:

- Tu tens uma caneta, por acaso?
- Mas é claro bela flor.
E ele pensara se tivesse ela na sua cama a chamaria de puta.
- Obrigada. (faz um gesto de entrega)

Olha de cima a baixo, deixa lhe seu numero e sai pensando. “Esse de tipo como um romano, me deixaria destroçada e espancada no canto do quarto: feliz de tanto gozo.”
Ele liga subitamente pra ela n’outro dia, e dizia que iria primeiro a Boston e depois a Los Angeles, se contrariam lá, se ela o quisesse. Então por vários dias saiu pelas ruas de nova Iorque a rodopiar e cantar, nada mais era nebuloso e de tanto gozo sentia o rosto feliz. Era o prazer do porvir.
Via tantas ruas e carros, tantos táxis. Era um mundo feliz, um país prospero e abençoado pelo bondoso Deus. Noutro dia vai para Manhattam, queria ver o néon não acesso a luz do dia. O povaréu a deixar de atontoante um alento e o vento forte que descia sobre os arranha-céus deixavam os pensamentos no ar suspensos.
Vê de fora aquela torre e fica admirada como uma nação tão poderosa faz coisas tão graciosas, era mesmo um povo de valor.
Entra no saguão, estavam muitos a trabalho, mas iria visitar as lojas que tanto lhe encantaram, pega o elevador. Vê uma criança com face de dor e sente um instante de temor que nem sabe ao certo de onde vem. Se deixa levar, a ao regressar o olhar deixou passar o andar subitamente. Era ausente a falta de ar. Respirava tranquila. Gostou da ideia e começou a subir andares como brincadeira de criança. Estava escondida, como bandida a brincar de espiã. Ficou olhando as pessoas a trabalhar desesperadas, estava em começo de rotina de trabalho era engraçado ver tantos estrangeiros. Era o octogésimo segundo andar, era engraçado ela nasceu nesse ano. Sentiu uma saudade profunda de Raul, seu voar era nesse dia ir pra LA, era seu anjo amado. Pensará que sonho; os anjos abençoando a sua união - seria lindo. Tudo se encaixava era tão lindo. Lindo amor. Estranho. Olha pra janela tem a sensação que Raul está por perto, como poderia - pensou. Olha para o relógio, 2001. Hora de acordar. Seria sua a minha alegria, pensara ela:

Um pássaro alado.
Trás a morte e o amor.
Era linda de tanta cor, que deixou tudo cinza.
Também tinha vermelho, era sangue.
Viu a luz dos olhos do amado: era raro.
Era um cavaleiro alado.
Tinha seu sonho realizado.
Uniria dois corações dilacerados.
Era um quadro pintado de vermelho.
Era tão lindo que quase desmaiava.
Era graça, era luz e sintonia.
Era uma alegria.
Alegria.
Sentia que a vida era bela.
Que poderia tudo encontrar e tudo alcançar.
Seu amor para vida inteira chegou.
E foi.
És mulher, atriz.
Um astro celeste.
Uma veste.
Teu véu.
Em plena igreja.
Fiel.
É mulher não-profana.
Que na cama
Se mostra pura e soberana.
No peito lindo sente.
O sonho mais lindo.
E fica com o homem – alma gêmea - pra sempre.

Leandro Borges

Todo o tempo do mundo


Ele era jovem, um moço que gosta das artes. Tudo era intenso em sua vida. Ele tem um coração entre labirintos. Passava na frente da casa dela e tinha flash-backs ao ver os lugares tão conhecidos. Adora andar pelo parque, faz isso para se entender. Colocava a casa das idéias no lugar. Fazia suas caminhadas ao sol. Falou com seu amigo sincero. Teve um ultimo mês conturbado com o coração aflito e os sonhos de tom alado. Guardava no bolso do casaco a foto da amada. Uma mulher encantada que lhe causa dor e alegria. Ele adorava a sua explosão de odiava a sua sobra de deixa o chão em depressão. Essa que assombrava ela, sempre. Era um moço estudado, morava com seus avós. Tinha vinte oito anos e tomava vinho como um amante. Eis que falou pra seu amigo:
- César, eu sou louco por amar loucamente?
- Ora que pergunta tola Ni, tu amas porque sonha.
Saiu encucado com a franqueza do amigo. Andava cambaleando as idéias, pensava em seus outros relacionamentos, parou e voltou a falar:
- Um minuto, se não fosse o amor dos meus pais eu não estaria vivo.
- Mas eles estão mortos, não estariam juntos até hoje se vivos fossem. Aprende, o amor tem data de validade.
Ficou com essa frase martelando o seu cérebro durante toda aquela noite e madrugada e lutando tentando dormir. “Amor com data de validade.” Ficou conturbado, com caraminholas na caixola. Ele teimava em acreditar no amor. Os passarinhos ainda voavam sobre a sua cabeça, mas ele via quase tudo sem muita cor. Acordava depois de doze horas mal dormidas todos os dias, o dia que dormia somente oito horas tinha dores horríveis de cabeça. Tudo era sem cor, gostava apenas de olhar o preto dos cantos de sua casa. Seu avô não vivia, vegetava. Sua avó lhe falava do amor e ele queria realmente morrer, pois a sua época e vida era apenas um sake bruto e amargo.
Acordava, limpava o rosto e logo ligou para seu amigo César, muito aflito:
- Amigo, eu quero conhecer a real vida; quero ser feliz, preciso de um caminho.
- Claro frater, eu te darei a fórmula, é assim, temos que lidar e cuidar de nós e das mulheres.
César passou em sua casa, e lhe levou ao lupanar, para dominar, gozar, repreender, vencer e escrachar as mulheres. Sentia-se livre e altamente drogado, era feliz por horas e horas: um instante de não-dor.
A saliva saia no canto da sua boca. Ele lembrava da noite passada. Quantos gozos, quantos tapas, unhadas e mordidas que dava. Tirava delas sangue, queria vingança, queria ser maior, dominador. Tomar as rédeas das mulheres do mundo. Sentia-se lindo, se sentia imundo. Era soberano rei, era o ultimo dos mendigos.
César seu amigo estava orgulhoso, era um troféu ver seu amigo dominador, deixar mulheres arranhadas, desconcertada e sovada, assim como faria um padeiro batendo no pão: malfeitor. Assim César fala:
- Agora aprende, sempre assim deves viver; as mulheres ele deve controlar, não amar. Amar é para os fracos. Deve ser forte, lhe dê um leve gostar e sempre você na frente.
-Eu estou totalmente alterado, corpo laço, me sinto confortado e um tanto quanto vingado.
Então os dois vão para as suas casas, depois da noite de folia. Era realmente uma folia, ao estilo italiano. Chega em casa, Nishikawa, apenas Ni para os íntimos. Sua amada Yumihime era esquecida, pois de morte dolorida; ela quis matar o amor. E ele quis esquecer e outras mulheres tentar conhecer.
O ciclo vicioso de amor e coração partido o deixou dilacerado, despedaçado, sem as pétalas da flor da sua alma. Tentava esquecer todas e quaisquer lembranças de qualquer caso amoroso que teve em um passado próximo. Olhava para a parede branca e se perguntava: “Por quê?”.
Silêncio, sem resposta. Era um vazio totalmente tenebroso, Pensou em sair. Ir para um lugar aonde as pessoas escutam e ninguém entenda nem uma vírgula do que se fala. Pensou no Japão e as cidades e as suas luzes.
Ficar longe das questões não entendidas, dos anti-troféus ambulantes, como se apontassem o dedo para ele dizendo: perdedor! – ele é o perdedor do amor e nada nem ninguém pode ajudá-lo.
A cama fria, sobrando espaço na cama e no coração, aquele possivelmente uma ancora na sua dignidade, como afundar a sua moral, seu orgulho, ego desgastado e triste. Poderia tudo sido preenchido por outrem, pensou. Saiu em fuga desesperado. Queria paz, e mal sabia ele que ela estava escondida dentro dele. Liga para o seu avô:
- Olá vovô, estou partindo daqui três dias, não me espera mais para os almoços de família no domingo por esse próximo mês. Sou novo, preciso conhecer o mundo, o meu mundo e o mundo afora. De meus cumprimentos aos meus conhecidos e familiares. Adeus!
Estava laço, totalmente triste. Chorava as lágrimas do desespero e a falta de ser amado pela sua “menina dos olhos”. Via a tristeza em pessoa estampada no espelho quebrado de um botequim. Pedia a garçonete afago:
- Olá benzinho, podes me ajudar?
Apenas bebidas ela trazia. Pensava calado: “Um assassino serial, afogando suas vítimas de amor ou então tentar conquistar a cada dia um outro amor: em vão! Morro de ambas as formas. Mas calma! Eu tenho tempo.” Ele estava de ressaca, ressacado da vida, da impotência perante o amor cigano. O mundo parecia ainda pior. Rios de sangue ele via pelos prédios. Os parques lhe pareciam cemitérios. Uma dor quase insuportável lhe tomava o peito, como um monstro de mil dentes devorando, uma dor alojada, cárcere do seu plexo, dor arruinante. Pensava em morte. Suicídio. Dores, sim, diversas! Era muito ruim viver, era um fardo, um calvário, não trocava de roupa, era uma mortalha e a sua música ao fundo era mui triste, seu lindo e perfeito requim. Cai exausto e desmaia de sono.
Quando acordou foi ao aeroporto e foi para a Índia. Por barcos e clandestinamente entra sorrateiramente no Japão, com documento de um cidadão local. Ao sair do porto viu: teve uma visão com cores, fazia já meses que não via direito as cores; eram crianças japonesas brincando e correndo em volta do arvoredo em uma praça típica.
Sentiu a liberdade nos seus poros se apoderarem e compreender. Começou uma caminhada, de cidade em cidade. Estava contente, fazia pequenos trabalhos para o seu sustento. Eis que chega a uma cidade maior, a noite viu as luzes dos seus sonhos, havia tantas pessoas pra conversar, conhecer. Fala quase sem sotaque ele ouve palavras de um velho na rua:
- Não importa se há guerra, selvageria e barbáries, seja do homem com armas ou do coração das pessoas. A resposta sempre estará dentro de nós, o caminho para o fim da dor. Se assim entender, encontrará o modo da felicidade, o modo de vida. Sendo a vida o próprio caminho assim como a felicidade, são apenas formas de como passamos pelo caminho. Logo a felicidade não se alcança e sim se está ou não com ela. A paz da mesma forma.
Eis que foi para um pequeno hotel, já era noite. Sua mente o trai constantemente. Pede a volta do amor perdido. Volta e tem inúmeros flash-bakcs, ropodia, toma sake, tenta esquecer e começa a ler.
- Há um jornal, apenas notícias de guerra! Arg...
Se sentia em luta também, queria apenas ser feliz, amar e ser amado por alguém. Simples como o fim de uma guerra, ser um casal feliz. Ficava horas entre fúria, dores, desespero e quedas. Cai sem uma gota de força no dormitório. Passou um dia inteiro, dezenas de horas caído no quarto. No outro dia acorda, por um segundo está bem, com se seu cérebro ainda não tivesse ligado totalmente. Segundo após, tudo vem. A dor lhe abocanha como presa fácil. Sai pelas ruas, é uma manhã meio nublada, se sente cinza também. Toma coragem e começa a tentar se entender, começa a indagar, a pensar e pensar. Queria certezas.
Sabia que todos os casos de amor de seus amigos e conhecidos de sua geração é assim mesmo. Queria certezas vingadas, uma família. Queria formar a certeza do amor e ter todas as certezas do mundo.
E não importava, em todos os tempos essa questão pensava que será pertinente. Era pra ele uma questão que transcendia ao tempo. Ele continuava a andar pelas ruas. Fugia do seu mundo. Ficava longe de tudo aquilo que lhe deixava em xeque. Tudo aquilo que não conseguia decifrar ou digerir. Chegou a uma ali em um banco de praça uma garota interessante, chorou em sua alma. Apresentou-se como filho de japoneses. Era como se um oceano de cores fosse jogado em suas vistas, tudo era tão colorido, cores vibrantes mesmo em um dia nublado. Ela era pra ele a resposta, o fim da dúvida. Uma certeza, bela e simples.
- És tão simples e dócil. Como pode alguém andar tanto, mas a caminhada me trás você, eu não posso parar de te olhar...
A conversar durou muito tempo... era algo incrível. Ele vê a recíproca e nada mais é igual. Tudo parecia muito calmo naquela manhã.

Quarenta e três segundos.

- Eu gostaria de olhar para o lado e ver um véu vermelho nos enlaçando. O coração feliz. Sem mentiras. Uma vida simples.

Não olho para o céu.
Não olho para o chão.
Eu vou esperar um tempo.
Não encaro como alento.
Não te quero como pão.
Te vejo de branco e véu.
Assim em terra estrangeira.
Sinto uma bela paz ligeira
que me bate o peito: certeira.
Em tempo de guerra, sou contradição.
Escrevo isso agora em papel de pão.
Uma vida imensa pela frente.
Um passo, ontem, em falso.
Hoje estou a traçar...
Eu digo, quando não voltar
pois eu sei tudo que calço.
E contigo tentarei decifrar: sempre.
Ó bela manhã singela.
Pinta-me, pássaros e aquarela.
És vida bela.
Caminhar bem passado ou passado...
Passado, sim, conturbado.
Pagina virada.
Bem controverso.
Eu me releio.
Eu te releio.
Um Japão todo pela frente.
Sigo em frente.
Hoje é um dia especial.
Tenho tantos planos.
Tantos sonhos.
Eu quero voar.
Voar acompanhado.
Todo homem e mulher
é um ser alado.
Pés no chão: meu peito não dói mais.
Parece a cura sem fim.
Amar demais não é demência.
Vejo um Japão lindo, toda efervescência.
És como minha cidade natal, linda querência.
Faço desta terra e de ti, amada, meu lar.
Era como um dançarino sem par.
Calmaria e alegria tomam o peito calejado.
Somos livres, lindos e livres: casal alado.
Amanhã é outro dia que nascerá!
Sou tão jovem! Eu vejo a luz que virá.
Eu? Bem, eu tenho todo o tempo do mundo.

Leandro Borges

Homem gosta de sal


Verter sangue. Ele segue. Ela é frígida. Foste a prender. Passado, esquecer. Pasmo. Ele. Pasmo. Ela. Era uma tarde quase fria, e ela ria. Em dez dias tudo mudaria. Tossia e ela se entreteria como uma guria. Era de olhar parado. Fulgor alado. Ela tinha as mãos leves e ele gostava de reparar o olhar sobre elas. Ele a sentia macia e ela ria. Ele não sabia, mas ela era fria. Ele criava cores em sua veste de podridão. Como pode alguém tão doce e ter mau cheiro? Um superego abandonado seguia como imã para as mortes do dia.

- Eu dei um beijo nele e não senti nada. Eu tentei me apaixonar por tantos e nada. Teve um uma vez que fez de tudo, me bajulou, se apaixonou, me cortejou, me provocou, me amou, me desvirginou e nada. Não senti nada. Eu hoje sei que sou frígida, mas no dia eu coloquei a culpa nele.
- Bem Sabrina, não fique a se lamentar pelos cantos, hoje é normal vermos muitas mulheres assim, isso explica porque tantas priorizam hoje em dia o trabalho do que ter uma família. Negligenciam a vida a dois e lutam atrás do dinheiro, alias adoro dinheiro também. Homem é só incomodação.
- Eu ainda vou me libertar e me apaixonar por alguém. Tenho inteligência, beleza, dinheiro, amigas e falta de sal.
- Homem gosta de sal. Impossível.
- Deixa estar, eu serei sal. Mas o fato é que o problema são eles. Um homem deve ter a capacidade de apaixonar uma mulher. Mesmo eu sendo fria e frígida o homem deve fazer o milagre do amor.

Teria essa meta na vida, ter sal. Mas não era sal que conhecemos, era o algo mais, a magia que faz um outrem gostar de alguém. Seria o príncipe dos sonhos e Don Juan de sua cama. Alias os seus orgasmos eram bons, mas não de uma mulher normal. Era ótimo, mas tinha dor, um peso e uma fome. Seu gostar não havia lugar. Era poesia e tragédia. Não tinha se apaixonado por ninguém em toda a sua vida, mais de vinte e cinco anos sem amar ninguém. Não era normal. Mas pra ela era, buscava de todo o tipo de literatura pra justificar tal fato, psicologia, sociologia, independência feminina e uma ferrenha vontade de se impor como superior. Era de uma frigidez absurda. Dissimulava, simulava orgasmos. Tirando o seu prazer por ser mal tratada. Era infeliz em resumo.

- Eu vou viajar e mudar o mundo. Fazer os jovens ter uma oportunidade na vida. Ter seus direitos assegurados. Serei Juíza. Melhor, relações internacionais.

Uma promiscua vontade de ser honesta. Era indigesta.
Sai dos lares, pintando sexo nas paredes. Sabia décor, e era pior. Gostava de ser má. Não entendia essa bondade.

- Eu sei que o bom é um caminho chato.
- Amiga, não fale assim alguém ruim pode ouvir.

Seguia sua rotina diária, era uma estudante mui valorosa. Estudava por demais. Era incapaz de se sabotar. Ruía no lar. Calmaria e podridão não saiam da sua mão. E ele no seu pensamento aparecia e repetia:
“Não larga da minha mão. Vem comigo, sem ti o mundo é muito hostil. Me vem um vazio. Penso em chorar, ai eu paro. Te quero”
Ela pensara nele, mas sempre ao ser indagada dizia que tinha sido bom lembrar que tal pessoa existia, fingia; dissimulava. A verdade é que pensará nele muitas vezes no dias de chuva ou nublado interior. As uvas tinham uma suave textura, era nua; nua. Lembrou de Pablo Neruda; pensou nos sonhos alados. Era fantástico renascer das cinzas. Mais um dia faria suas forças redobrarem. E viajar era um plano longínquo, mas agora com Neruda no pensamento, não Chile, mas sim Espanha.

- T’aí, por que não Espanha? Madrid deve ser linda nessa época do ano. Alias em qualquer época, melhor que isso aqui; Brasil terra de ninguém. Vai seguindo no quarto:
- Pimenta. Luzes Roxas. Um espartilho. Cinta liga. Hello Kitty. "Sobbin' Women” Almodóvar. Tabaco. Channel. “Dirty dancing”. Vogue. Augusto dos Anjos. Depressão. Sangue. Morte. Suicídio. Cefaléia tencional. Promiscuidade. Impulsividade. Frigidez. Palidez. Languidez. Mãos pequenas. Corpo pequeno. Pouca experiência.

- Pronto, tudo na mala.

Era um caminho longo a seguir. Era ainda o primeiro dia do mês. Tinha medo de um falso brilhante. Brilhantes iguais aos olhos dele. Ela pensou em viajar para outros países, mas não iria aos estados unidos da América do norte, era algo assustador tanto horror que fora espalhado por lá. Tinha algumas paixões escondidas. Tinha medo de ser doce o bastante para se perder e entregar a vida a um estranho. O mesmo estranho que fica ao deixar para trás mais um marionete.

- Me passa a pipoca, este filme está ótimo.
- Claro querida, como não.

Era só mais um, algo para passar o tempo enquanto o dia do vôo não vem. Era um moço caído de apaixonado e ela nada. Ela conseguiu desimular uma brecha de amor. Era uma brecha estreita e ele heroicamente desbravou todas as entranhas desse labirinto apertado. Refém de um amor idealizado e preso no labirinto foi cada vez mais fundo, sem notar que estava em lama profunda e um afogar fatal.
Queria uma taça de champagne e um brinde, não sabia o que brindar pois amor e alegria não tinha.
Aeroporto. Era algo novo, muitos homens. Estava aflita. Olhou para o homem mais apessoado para o seu crivo, não disse uma palavra. Apenas disse que era muito bonito e lhe arrastou para o banheiro do aeroporto. Fez um trepar selvagem, sem tanto prazer, na verdade gostava bem mais era das mordidas e unhadas somente. Era quente, mas só sabia mexer os quadris, pois já estava alterada a coitada.
Salão de embarque. Olha para as placas, um calendário meio rasgado acusava a folha, Março. Pega o bilhete e sai pelo seu vôo. Tranqüila e devassa se sentiam tão bem ao fazer tais cenas de sangue, dor e desapego. O que ela não sabia era que fora vista pelo seu homem passatempo, viu arrastar o desconhecido para dentro do banheiro, e seus gritos e gemidos falsos de amor e reais de dor foram ouvidos ao se aproximar do banheiro pelo seu casinho.
No avião, passou a vista em todos os homens. Viu um velho, parecia estar ali a trabalho, quando ouviu ele falar a alguém que era desembargador foi o bastante. Pegou o velho pelo braço, falou algo ao pé do ouvido. Depois de 15 minutos estavam os dois suando como porcos, e ela babava de dor e tesão, pedia para apanhar, morder e arranhar tirando sangue e ele lhe sentava a mão. Pernas, bunda e coxas; todas roxas. Voltara para o assento como se nada tivesse acontecido. Era uma putana selvagem e fria. Olhava para todos com cara de anjo, e ninguém desconfiou de nada naquele momento. Apenas a aeromoça, que ao ouvir os grunhidos tratou de se remoer de um turbilhão de vontades.
Um desembarque tranqüilo resolveu ir para um albergue, pois lá encontraria mais homens e alguma mão pesada. Queria sentir a delicia de ser novamente espancada. Mas quando à noite cai ela sente uma profunda dor. Uma vontade de não viver. Uma inexplicável vontade de chorar. Nada parece ter sentido. A vida parecia um amontoado de acontecimentos sem nexo. Era um absurdo viver para ela. Não havia cores, era tudo turvo e sôfrego demais.

- A que bela cidade, Madrid. É tão bonito esse nublado desse dia. Como poderia passar despercebido por alguém.
- Diga aos quatro ventos que estou curada. Senti hoje pela manhã algo estranho, a possibilidade de me apaixonar e o amar tocou o meu coração.

Era lambido o cabelo. Um esganado grito de dor exalava de sua alma. Era calma. Quem via de fora parecia de uma placidez sem fim. Sem muita expressão na face. Ela era interessante, mas seus rastros pelo caminho lhe apontavam a verdadeira face. Olha para um letreiro e vê inteiro por todas as letras, o ano de 2004, era um tempo bom. Era já uma noite escura, dura e fria. Estava novamente vazia.
Na manhã de quinta-feira, sai linda com sua mochila estilosa, era bem cedo. Antes das sete. Fora para uma estação madrilena.

- Deixa me ver... Gostei do nome: Atocha.

E ela sentira um alívio, nesse momento ela encontrou a paz final tão desejada:

Encontro contigo, mas era escondido.
Ela queria dele um amigo.
Era dentro da estação ferroviária.
Estava em chamas, ah esse amor!
A que comboio tão interessante.
Era tão fascinante.
Entrava na carruagem.
Abro os olhos e não vejo ninguém.
Era engraçado e pitoresco.
Ionesco. Ionesco.
Encontras alguém?
Começar compartilhar sonhos com ele.
Mas quem?
Começa pensar no futuro.
Ela lhe deu um beijo mudo.
Nada poderia lhe acontecer nesse dia: fascina.
E Hoje é o seu aniversário: Sabrina.
Saiu como mais uma manhã.
E nada podia acontecer com ela.
Febre quartã.
As batas brancas.
Conquista das esperanças.
Megafones.
Felizes.
Homens.
Mulheres.
Eles eram solenes.
Elas eram insones.

Leandro Borges

Homem-Pássaro


É um bolinha.
Uma andorinha.
Cotovia livre.
Nuvem que guia.

É um pinguinho de tinta.
Rabisco sem norte.
É um pouco de vida.
É um pouco de morte.

Claro, límpido e leve.
Segue serelepe o mensageiro.
Algozes e ferozes pesadelos.
São a suas penas e o seus zelos.
Estão eles a acariciar.

Argila que faz toda a criação
a um ponto branco no quadro preto.
É um dia de chuva: escuridão.
São os ladrilhos da rua do gueto.

A calçada da fama não conquistada.
É um pouco fera, é um pouco mal-amada.
Um bloquinho da casinha de cristal.
O mar e a sua filha Iemanjá: angelical.

A temperança entre os abismos.
Calvagar flutuoso entre nuvens: clarão.
São guerreiros domados e desarmados.
A estrela nos guia para o sol: imensidão.

Um piano e uma harpa foram ao filho dados.
A sua jornada foi honrar a sua família.

Os cantos das elfas ecoam por toda floresta.
São tão belas quanto as ninfas mui enamoradas.
Um encantamento do amor, foi o que a aniquilou.
A morte certeira e inexata de todas as apaixonadas.

É um caldeirão de sentimentos e emoções.
Um cozer de ideias sem deveras muitas ligações.

São altos os pilares do céu e nada mais é igual.
Um rio imenso corre por entre o casal.
Era uma casa de madeira de lei real.
E a lei da vida era o não-pragmatismo.
Mas eles estão surdos e tudo mais foi mudado.

Era fraca a voz mago que lhe praguejou
mas o fogo da vida, ele simplesmente negou.
Era tudo dor.
Era tudo escuro.

Em um só fôlego ele gritou aos quatro cantos.
Gritou o seu amor, o seu legado a sua dinastia.
Era ímpeto, falou como um pássaro e deixou muita saudade.

Cláudio Dohms - [Leandro Borges]

2 de mai. de 2007

Minha Pequena


Seria tua a minha alegria.
És tão minha quanto o mar.
Tão serena e meiga, ó menina
que soa a voz ao luar.

Faltam-me palavras para dizer
a sua forma de ser.
Tantas coisas que tu tens,
mas se escondem no teu véu.
Este véu que só eu descubro.

Minha linda amada,
tu dentre outras tantas és, única.
Pois de tão única
que me faz assim, feliz.

Livros, revistas, paginas ao ar.
Entre o teu e meu dilema,
entre a rosa e um poema.
A cada pensamento no ar.

Vem em meus braços,
entre toques luzes e abraços.
Estas tão natural e singela
que meus olhos te vêem, bela.

Faz do meu o amor
um lindo cenário de cor.
Por mais que vivas em ilusão,
não perca nunca a emoção
de entregar-te a paixão.

Leandro Borges
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